ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01455</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RP08</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Denuncie, disque 100: Coletivo LGBT Nickolle Rocha</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Michele de Cássia Vargas Lisbôa (Universidade de Santa Cruz do Sul); Patrícia Regina Schuster (Universidade de Santa Cruz do Sul)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Comunicação Institucional, Comunicação popular, Conscientização, Movimento LGBT, Spot</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho apresenta a construção de dois spots radiofônicos elaborados para o Coletivo LGBT Nickolle Rocha, durante as atividades da disciplina de Comunicação e Desenvolvimento Regional do Curso de Comunicação Social da Unisc. O produto radiofônico elaborado no primeiro semestre de 2017, tem como objetivo despertar a empatia dos ouvintes e transportá-los para a perspectiva da locutora da mensagem. Este spot aborda as questões relacionadas a causa LGBT e visa a conscientização dos efeitos nocivos do preconceito e da discriminação, bem como, convoca a população a denunciar a violação dos direitos desta minoria sexual. Esse spot busca ainda, a valorização da diversidade e reflexão sobre a igualdade e o respeito</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O produto intitulado  denuncie, disque 100 , consiste em dois spots cuja a duração é de 30 segundos, elaborados durante as atividades avaliativas da disciplina de Comunicação e Desenvolvimento Regional. O conteúdo programático da disciplina abordava a comunicação comunitária e a sua importância no desenvolvimento da região. Para compreender a relação entre o cliente dessa comunicação institucional e a disciplina, é necessário a conceituação e caracterização da comunicação comunitária. A comunicação comunitária são os processos comunicacionais norteados por princípios públicos, tais como não ter fins lucrativos, propiciar a participação ativa da população, ter propriedade coletiva e difundir conteúdos com a finalidade de desenvolver a educação, a cultura e ampliar a cidadania. A comunicação comunitária é contra hegemônica, e pauta a sua programação com a identidade, participação e demandas da sua comunidade. Essa comunicação ainda pode ser segredada em dois grupos classificados em: popular ou alternativo. A comunicação popular tem como bandeira os movimentos sociais e a comunicação alternativa tem o cunho político. Conforme destaca Peruzzo (2006, p.2) A comunicação popular foi também denominada de alternativa, participativa, horizontal, comunitária e dialógica, dependendo do lugar social e do tipo de prática em questão. Porém, o sentido político é o mesmo, ou seja, o fato de tratar-se de uma forma de expressão de segmentos excluídos da população, mas em processo de mobilização visando atingir seus interesses e suprir necessidades de sobrevivência e de participação política. A produção destes spots procurou enfatizar os aspectos da comunicação popular, direcionando seus esforços as demandas das minorias sexuais, enfatizando assim, o movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais). Trabalhar as questões dos movimentos sociais oportuniza não só desenvolver o coletivo sociopolítico e cultural, mas também a defesa dos direitos e a resistência à exclusão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este produto radiofônico tem como objetivo geral despertar a empatia da comunidade local sobre a causa LGBT. Para isso, a produção deste spot convida a relativizar o olhar, permitindo ao ouvinte se transferir para o lugar do locutor da mensagem. Pode-se citar como objetivos específicos a referenciação do Coletivo Nickolle Rocha como centro de apoio a comunidade LGBT local, a transferência de informações e esclarecimentos a população sobre esse assunto, e ainda a vulgarização dos canais para denúncia das infrações aos direitos deste grupo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este produto radiofônico institucional tem por cliente o Coletivo LGBT Nickolle Rocha, localizado em Cachoeira do Sul e fundado em dezembro de 2016. A instituição do terceiro setor tem como missão promover a igualdade sexual e de gênero, orientar, instruir e comunicar a temática LGBT local. Para alcançar os seus objetivos institucionais o coletivo promove palestras, cursos, oficinas, workshops, além de participação em conferências e fóruns que contenham a temática LGBTA A relevância dessa produção radiofônica vinculada nos veículos comunitários de comunicação da cidade de Cachoeira do Sul, justifica-se pelo crescente números de homicídios locais, ocasionados pela LGBTfobia. Inclusive, o coletivo cliente deste spot, tem como marco referencial para o início de sua articulação oficial, o assassinato da jovem transexual Nickolle Rocha, espancada até a morte dentro do parque Ivan Tavares. Os idealizadores do coletivo, anteriormente, já haviam realizado uma mobilização informal para a inserção dos estudos de sexualidade e gênero no plano municipal de educação, o que foi recusado pelo legislativo local e inúmeras pessoas da comunidade. A recusa dos vereadores e de parte da população do município para a inclusão da temática na grade escolar teve como resultado duas mortes de mulheres trans motivadas pela a LGBTfobia e um feminicídio, em um período menor que um ano. No mais, tais crimes têm em comum além da brutalidade aplicada, a motivação (ódio ao gênero) e os locais (espaços públicos). Infelizmente a violência constada no pequeno município no interior do Rio Grande do Sul, não é isolada. Ao observar o cenário nacional a constatação é ainda pior; segundo o Grupo Gay da Bahia (2016) a cada 25 horas um LGBT é assassinado vítima da LGBTfobia, o Brasil é o campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. A estimativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos, são elas as que mais evadem das escolas, e cerca de 90% delas não encontram emprego formal. Ao analisar todo esse contexto percebe-se a necessidade e a urgência de um trabalho de combate a violência ocasionada pelo ódio a identidade de gênero ou orientação sexual dos sujeitos. Por sua vez, a escolha do rádio para a disseminação dessa mensagem deve-se a capacidade deste meio em exercitar a imaginação e de despertar os sentimentos dos ouvintes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Após a escolha do cliente e do meio de transmissão da mensagem, a etapa seguinte do desenvolvimento do trabalho foi a pesquisa bibliográfica, que procurou contemplar conceitos básicos, como: gênero, identidade de gênero e orientação sexual. Palavras muitas vezes conceituadas como sinônimas, porém, o significado de cada uma é distinto. O gênero é o que determinado culturalmente como características historicamente definidas como femininas ou masculinas. Por sua vez, a identidade de gênero diz respeito a como a pessoa se identifica e se apresenta, e por fim, a orientação sexual diz respeito a quem o sujeito projeta a sua atração, desejo e afeto. Além desses conceitos básicos para a construção da mensagem foram pesquisados dados relativos aos índices de violência sofridas pela comunidade LGBT e as suas formas. Essa contextualização inicial permitiu ao grupo conhecer os aspectos que devem ser abordados na mensagem transmitida pela comunicação falada. Pensar o rádio como transmissor de uma mensagem para a conscientização, visa a construção de uma mensagem que impacte os ouvintes em um curto tempo. Para isso, os acadêmicos produtores deste trabalho, planejaram juntos a forma, o fundo e o contexto deste produto. A forma diz respeito a técnica narrativa a ser aplicada no spot, o fundo é o objetivo da mensagem e o público ao qual ela se destina, o contexto por sua vez, está relacionada aos meios. Ficou acordado a elaboração de dois spots curtos, um orientado a um relato de vida e o outro aos dados estatísticos dessa violência, objetivando gerar no público-alvo  a comunidade cachoeirense  uma conscientização que gere uma mudança de comportamento. O meio escolhido para a transmissão da mensagem foi a rádio comunitária local, denominada Rádio Vida e sintonizada na frequência 104.9 FM. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Após a definição dos norteadores para a construção dos produtos radiofônicos institucionais do coletivo Nickolle Rocha, a equipe de trabalho iniciou a produção dos roteiros. Ficou acordado entre o grupo que ambas mensagens deveriam ter em comum além da assinatura do coletivo, a vulgarização do canal para a denúncia da violação dos direitos da comunidade LGBT e a mesma voz de narração. A construção do roteiro do primeiro spot denominado aqui  meus planos de vida , teve como enfoque a narrativa da vítima da LGBTfobia Nickolle Rocha, em um primeiro momento a jovem apresenta seus sonhos e ideais de vida que foram ceifados pelo ódio e discriminação. Este primeiro spot, foi pensado como uma maneira de despertar nos ouvintes da mensagem a empatia a vítima percebendo-a como semelhante. Ficou definido o seguinte roteiro para este primeiro spot: Peça 1: Meus planos de vida Cliente: Coletivo LGBT Locução: Lisyanne de Souza Ebert Nickolle Rocha Transcrição: - Locutora: Para o meu futuro enxergo muitos desafios. O preconceito existe, mas eu lutarei sempre pelo respeito as minhas escolhas e em defesa da diversidade. Meu nome é Nickolle Rocha, sou transexual e estes eram meus planos de vida se eu não fosse mais uma vítima da LGBTfobia. Seja intolerante com o preconceito, denuncie, disque 100! Uma campanha Coletivo LGBT Nickolle Rocha. Gênero: Spot Duração: 31 Trilha: Emocional - I hope to dream again Por sua vez, a segunda produção radiofônica teve como enfoque os dados estatísticos sobre a violência e as formas com que elas são aplicadas nas minorias sexuais. Esta mensagem foi pensada como um alerta a população local, procurando ressaltar que práticas preconceituosas, violentas ou discriminatórias é crime, e ainda, convidamos a sociedade a repudiar as ações que tenham por objetivo excluir essas minorias sexuais. Por isso nomeamos essa segunda peça como,  não aceite o preconceito . O roteiro deste spot está disposto na tabela abaixo: Peça 2: Não aceite o preconceito Cliente: Coletivo LGBT Locução: Lisyanne de Souza Ebert Nickolle Rocha Transcrição: - Locutora: O preconceito ou a discriminação contra pessoas em função de sua orientação sexual ou identidade de gênero é crime! No Brasil, morrem em média 300 pessoas ao ano vítimas da LGBTfobia. Violência física, psicológica e sexual são algumas das violações que sofremos diariamente na nossa sociedade. Não aceite o preconceito, denuncie, disque 100! Uma campanha Coletivo LGBT Nickolle Rocha. Gênero: Spot Duração: 30 Trilha: Instrumental tensão De posse das informações do roteiro, a etapa seguinte de desenvolvimento foi a gravação do spot, para isso, utilizamos os laboratórios de rádio da universidade, onde recebemos dicas e instruções sobre inúmeros aspectos que envolvem a realização do spot como: entonação, trilhas e reposicionamento vocais. A locução destes spots foi realizada pela acadêmica Lisyanne de Souza Ebert, devido a sua tonalidade vocal e a sua experiência neste segmento, uma vez que, ela é uma cantora. A última etapa do produto foi a edição para cortes e reposicionamentos vocais realizados pela acadêmica Bruna Viera Lopes com o auxílio do software Adobe Premiere. O desenvolvimento deste trabalho resultou em dois spots, com duração média de 30 segundos, que foram apresentados em sala de aula e entregues ao coletivo e a rádio comunitária local (Rádio Vida  104,9 FM). Os produtos radiofônicos institucionais estão disponíveis nos seguintes links: Spot 1  https://soundcloud.com/michelle-lisb-a-883619027/denuncie-disque-100-coletivo-lgbt-nickolle-rocha Spot 2 - https://soundcloud.com/michelle-lisb-a-883619027/aud-20170731-wa0001 </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Pensar o rádio como o emissor de uma mensagem de conscientização que busca exercitar a empatia de uma comunidade, em que, os crimes motivados pelo ódio a diversidade sexual crescem gradativamente, é mais que o desenvolvimento de técnicas para produções radiofônicas, é uma necessidade. Ao realizar esse trabalho em uma instituição do terceiro setor, sabíamos que não teríamos recursos e nem espaço para a transmissão dessa mensagem radiofônica nos veículos comerciais da cidade. Neste sentido, a rádio comunitária veio de encontro as nossas necessidades e permitiu a inserção desta temática tão urgente e tão necessária para a comunidade cachoeirense. O desenvolvimento deste produto radiofônico institucional, por este grupo de alunas, acrescentou não só conhecimento a nossa formação, mas permitiu a essas acadêmicas cumprirem a função social de sua profissão é que levar a todos segmentos da sociedade a informação.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBOSA FILHO, A. Gêneros radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo: Paulinas, 2003<br><br>GRUPO GAY DA BAHIA. Relatório 2016: assassinatos de LGBT no Brasil. Bahia, 2016. Disponível em: <https://homofobiamata.files.wordpress.com/2017/01/relatc3b3rio-2016-ps.pdf>. Acesso em: 15 maio 2017<br><br> PERUZZO, Cicilia M.K. Revisitando os Conceitos de Comunicação Popular, Alternativa e Comunitária. XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Brasília, 2006. Disponível em: <http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Revisitando%20os%20Conceitos%20de%20Comunicacao%20Popular.pdf>. Acesso em: 16 maio 2017 <br><br>PINHO, J. B. Propaganda Institucional. São Paulo: Summus, 1990. <br><br> </td></tr></table></body></html>