ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01506</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO15</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Amianto - a falta de consenso</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Leonardo Pino Gomes (UniBrasil Centro Universitário); Gabriel Alexandre Bozza (UniBrasil Centro Universitário); Thaís Mendes Vieira (UniBrasil Centro Universitário); Felippe Matheus de Jesus Salles (UniBrasil Centro Universitário); Nycole Soares (UniBrasil Centro Universitário)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;amianto, crisotila, jornalismo, radiodocumentario, trabalhador</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Esse artigo tem como objetivo apresentar o radiodocumentário "Amianto  A falta de consenso". O produto busca trazer um panorama do uso e a comercialização da fibra no Brasil, dando ênfase ao impacto da sua utilização e do processo de banimento do mineral. O radiodocumentario foi produzido por alunos de Jornalismo do UniBrasil Centro Universitário. O objetivo da produção é disponibilizar informação e conteúdo jornalístico de qualidade abordando o tema, amparado nas principais missões do jornalismo  provocar debate e informar. O presente trabalho foi desenvolvido dentro da disciplina "Laboratório de Radiojornalismo I''.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O asbesto ou amianto, como é mais popularmente conhecido, é uma fibra mineral usada principalmente na construção civil. No Brasil, tanto o tipo anfibólio (comprovadamente cancerígeno) quanto o tipo crisotila foram utilizados em larga escala. Entretanto, desde os anos 1980 somente produtos derivados do tipo crisotila são comercializados. Este tipo de amianto não possui estudos conclusivos sobre o seu potencial cancerígeno, todavia diversas linhas de pesquisa apontam que é possível que a crisotila seja tão prejudicial quanto o anfibólio. Alvo de imenso debate no campo jurídico, o amianto crisotila segue comercializado no Brasil, exceto em estados que conseguiram aprovar uma legislação própria sobre o tema. Sobre isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) votou no dia 26 de agosto de 2017 a constitucionalidade da lei estadual de São Paulo, que proíbe a fabricação e o comércio da fibra no estado. Com essa votação, o STF abre precedente para uma possível proibição da fibra em todo o Brasil. Com relação a exposição do tema, propomos que o assunto só é debatido quando surgem casos de indenizações por parte das empresas para seus funcionários, ou então quando há votações no STF sobre o assunto. Em demais períodos, não são registrados conteúdos jornalísticos voltados ao tema. Como aponta Gisela Swetlana Ortriwano (1985), a informação como mensagem radiofônica deve manter o ouvinte a par de determinado assunto. Desta forma, visando melhorar a informação sobre o tema, o radiodocumentário propõe esclarecer dúvidas acerca da fibra, buscando a opinião de todos os setores envolvidos com os problemas que podem ser causados com a utilização e também com o banimento da fibra, e são eles: trabalhadores, que são afetados por doenças adquiridas pelo contato com o material; o setor produtivo, um dos maiores interessados no banimento ou não da fibra, pelo potencial econômico do setor; e o campo acadêmico, que busca estudar e verificar o quão perigoso é a manipulação e contato com a crisotila.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A intenção do radiodocumentário "Amianto  A falta de consenso" foi transmitir até o público a importância do tema, atrelado à segurança no trabalho e seus impactos. Através de uma série de entrevistas, cruzamento de dados e textos precisos foi exposto a relevância da discussão sobre o uso da fibra. Com o objetivo de ser um produto focado na elucidação do tema, foi discutido pontos principais envolvendo o amianto: os impactos negativos e positivos na sociedade, a importância na economia e a questão do processo de banimento que estava tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Proposto para a composição da nota na disciplina de "Laboratório de Radiojornalismo I" do curso de jornalismo do UniBrasil Centro Universitário, e visando também concorrer a premiações acadêmicas, além do cunho social já proposto pelo trabalho, o radiodocumentário "Amianto  A falta de consenso" justificasse pela relevância do tema dentro do cenário brasileiro, seja em saúde, com trabalhadores das indústrias que correm riscos diários, seja para a população, que possui materiais derivados da fibra em casa (como telhas de casas, pastilhas de freio de veículos), e para um esclarecimento sobre os riscos (que são apenas ocupacionais, no caso, só para os trabalhadores), seja para o campo econômico, já que existe uma grande preocupação com o banimento do amianto e, com isso, a economia da maior mineradora do país, a Sama Mineração de Amianto, na cidade de Minaçu, em Goiás, cidade esta que tem sua economia fortemente vinculada a fibra. O tema sobre a crisotila tem importância por conta de suas possíveis doenças e a legislação existente. O que regulamenta a utilização da fibra em todo o território nacional é a lei nº 9.055, de 1995, que impõe regras para a produção e comercialização do amianto. Entretanto, uma série de trabalhadores entram na justiça alegando serem vítimas das empresas e que estas são as causadoras de problemas de saúde por não terem dado condições adequadas de trabalho, chegando ao nível máximo: câncer. Outro fator importante sobre o assunto é o fato de que diversos países como a Argentina, Chile, o bloco da União Europeia, terem proibido a fabricação e comercialização da fibra, sendo estes referenciais para que estados brasileiros como São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro tenham criado legislação própria sobre o assunto. Como o Estado Brasileiro é uma república federativa, acredita-se que os estados possuem autonomia suficiente para criarem sua legislação. Todavia, o que acontece é que o STF julgou a lei estadual de São Paulo e, com isso, acabou criando um vácuo jurídico em todo o território nacional. Estados que possuem suas leis já aprovadas e sancionadas podem mantê-las. Já os estados em que não possuem legislação própria podem continuar utilizando a fibra. Pelo lado econômico, isso cria uma espécie de "confusão" comercial, já que há estados em que não se pode ser comercializado a fibra. Ou seja, por mais que o Brasil seja uma república federativa, a legislação federal sempre prevaleceu sobre a estadual, e com isso criou-se o hábito de que a Constituição é soberana em todos os casos, fato agora contestado com a constitucionalidade da lei de São Paulo, que abre precedente jurídico para que a lei de 1995 seja considerada inconstitucional.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção de um radiodocumentário exige um grande esforço de pesquisa, investigação e trabalho técnico. Para que a conclusão do produto com grau de excelência se concretizasse. O grupo de alunos foi dividido em seis funções. Sob orientação do professor, separados em áreas como saúde, legal e técnica, os alunos iniciaram os trabalhos primeiro na busca por informações básicas sobre o tema, com base em artigos científicos, livros, publicações físicas e online. Feita a procura por informações iniciais, foi iniciado o processo de seleção de possíveis fontes. Ao mesmo tempo, a elaboração de textos para offs sobre o histórico do amianto e sua representatividade na indústria brasileira e mundial já eram produzidos. Com o contato de prováveis entrevistados, são feitos os primeiros contatos para agendamento de entrevistas. Ao todo foram 11 entrevistados (a enumeração de cada um deles está disponível no tópico "Descrição do Produto") que responderam perguntas relativas ao tema no contexto ao que para eles se aplica. As entrevistas foram feitas pessoalmente ou via telefone. Cada integrante foi responsável por no mínimo um processo para a realização das conversas com as fontes. Como, por exemplo, a preparação para as entrevistas como o contato prévio e a pré-entrevista. Houve também a elaboração de pequenas descrições do entrevistado, auxiliando no processo de organização. Após a conclusão de todas as entrevistas  processo que durou três semanas  chegou o momento de construção do roteiro. Para isso, cada integrante realizou a decupagem dos áudios dos entrevistados e selecionou possíveis trechos que poderiam ser utilizados (sonoras). Já com os áudios decupados e sonoras editadas, é começado o processo de roteirização. É construída uma ordem do que deve ser tratado em cada minuto do radiodocumentário, o que é explicado com mais ênfase na "Descrição do produto". Como aponta Cyro César (1996), o texto para rádio deve ser objetivo, nítido e inconfundível. Partindo desta ideia, o nosso roteiro foi conduzido cumprindo esses princípios, com frases curtas e sempre com no mínimo uma informação. Com o roteiro pronto, respeitando ao deadline estabelecido pelo professor, foi feita a gravação dos offs. Após essa etapa ser finalizada, os alunos começaram a edição com o encaixe de cada sonora e de toda a sonoplastia (processo que demorou cerca de uma hora e cinquenta minutos). Após a edição, o produto foi apresentado e aprovado pelo professor orientador. Em seguida o produto foi disponibilizado em plataforma de streaming de áudio.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O radiodocumentário "Amianto  A falta de consenso" tem duração de 21 minutos e 55 segundos e conta com 11 entrevistados, distribuídos ao longo do produto em um formato não linear. Pensado em ser uma produção dinâmica e ao mesmo tempo manter as características de um radiodocumentário, o roteiro foi criado dispondo os principais assuntos que deveriam ser tratados da seguinte forma: 1. Descrição do Amianto e contextualização histórica; 2. Enumeração dos impactos do contato com a fibra; 3. O processo jurídico do banimento do amianto no Brasil e seus desdobramentos; Esses são os três principais tópicos abordados, mas ao longo da produção outros subtemas também são destacados, como por exemplo, as consequências do banimento no Brasil. Para o embasamento dos assuntos expostos acima, foi feita uma série de entrevistas com médicos, advogados, procuradores, vítimas, professores e representantes sindicais. A maioria das fontes utilizadas tem participações sucintas e esclarecedoras em cada um dos momentos. Seguindo padrões do radiojornalismo, as sonoras e offs intercalados as falas são padronizadas com um tempo médio que não prejudique a narrativa e sempre priorizando a fluidez do texto e o dinamismo. "Nos documentários, há abundância de depoimentos, mais longos e com maior espontaneidade do que nas reportagens; sem a pressão dos prazos, comum no caso das reportagens, o tempo de produção e realização pode se expandir", (MUÑOZ-GIL, 1990 apud FERRARETTO, 2014, p.225). Estes são os entrevistados (as) que fazem parte do produto: Adilson Santana, presidente do sindicato de mineiros de Minaçu; Eliezer João de Souza, vítima e presidente da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA); Elver Moronte, médico do trabalho; Herbert Fruehauf, vítima; João Soares Nunes, médico oncologista; Márcia Kamei López Aliaga, procuradora do trabalho (MPT-SC) e gerente nacional do programa de banimento do amianto; Marcia Rodrigues Gamba, filha de vítima; Maria Lucia Nascimento do Carmo, vítima e presidente da ABREA RJ; Marcondes Braga, presidente executivo do Instituto Brasileiro de Crisotila; Marcos Grassi, professor de química ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR); Sidnei Machado, advogado e professor de direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A escolha dos entrevistados teve como principal foco contemplar todos as necessidades para a conclusão de um trabalho informativo e jornalístico, dispondo de espaços para ambos os lados envolvidos na temática. A intenção foi manter a narrativa de todo o produto voltada para a informação, sem formar convicções ou conclusões próprias. Nossa função foi levantar discussões e deixar que as posições fossem construídas pelos ouvintes. O radiodocumentário está disponível na internet, através da plataforma de streaming de áudio SoundCloud. Além disso, foi enviado para associações e envolvidos no processo de banimento do material.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"> Com este radiodocumentário já supracitado ao decorrer deste artigo, acreditamos que cumprimos o papel primordial do jornalismo: informar. Buscamos trazer o máximo de informações, fontes de diversas esferas envolvendo o tema, tudo para tentar esclarecer um tema que é pouco abordado pela imprensa, mas que possui relevância para a sociedade. O fato de a mídia não tratar do tema com maior frequência se dá justamente pela imensidão de informações desencontradas sobre o tema. Só para se ter uma ideia, durante o processo de pesquisa, ao mesmo tempo que se achava diversos documentos sobre a fibra, as questões legais resumem-se em poucas informações. No site do STF, por exemplo, que julgou o tema em agosto e que mesmo assim não houve consenso sobre a questão, não havia nenhuma informação sobre a questão voltar à pauta em novembro de 2017. Nenhuma informação sobre este novo julgamento foi noticiada pela mídia e apenas com advogados envolvidos diretamente com a luta pelo banimento da fibra é que conseguimos essa informação. Destarte, a falta de consenso sobre o amianto crisotila ainda irá perdurar até que exista estudos conclusivos sobre o perigo que este pode ter na saúde de trabalhadores das minerações, e também quando o STF entrar em consenso sobre o tema, por uma proibição definitiva em todo o país ou sua liberação, com uma legislação adequada aos princípios de bem-estar da sociedade e, principalmente, do trabalhador.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ORTRIWANO, Gisela Swetlana. A informação no rádio: os grupos de poder e a determinação dos conteúdos. São Paulo: Summus, 1985<br><br>CÉSAR, Cyro. Rádio: Inspiração, Transformação e Emoção. 3. ed. São Paulo: IBRASA, 1996<br><br>FERRARETTO, Luiz Arthur. Rádio: Teoria e Prática. 1. ed. São Paulo: Summus, 2014<br><br>BRASIL. Lei n. 9.055, de 1 de junho de 1995. Disciplina a extração, industrialização, utilização, comercialização e transporte do asbesto/amianto e dos produtos que o contenham, bem como das fibras naturais e artificiais, de qualquer origem, utilizadas para o mesmo fim e dá outras providências. Brasília, 1º de junho de 1995; 174º da Independência e 107º da República.<br><br>ABREA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS EXPOSTOS AO AMIANTO. Disponível em: < https://goo.gl/6fCXR8 >. Acesso em: 28 de agosto, 2017<br><br>STF AUTORIZA PROIBIÇÃO DO AMIANTO EM SP E DIZ QUE LEI NACIONAL FERE CONSTITUIÇÃO. O Globo. Disponível em: < https://goo.gl/eX5uFt >. Acesso em: 5 de novembro, 2017.<br><br>RELAÇÃO DOS PAÍSES QUE BANIRAM O USO DO AMIANTO. Conselho de Saúde do Paraná. Disponível em: < https://goo.gl/mJy6wB >. Acesso em: 2 de novembro, 2017.<br><br>STF ABRE CAMINHO PARA QUE ESTADOS PROÍBAM AMIANTO, COMUM EM TELHADOS NO BRASIL. BBC. Disponível em: < https://goo.gl/dU1392 >. Acesso em: 2 de novembro, 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>