ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01538</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO09</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Na pele: a opressão da mulher negra</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Fabiana Marsiglia Thomas (Escola Superior de Propaganda e Marketing - Sul); Janine Marques Passini Lucht (Escola Superior de Propaganda e Marketing - Sul); Juliana Sirio Irala (Escola Superior de Propaganda e Marketing - Sul)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Radiojornalismo, Reportagem, Produção Radiofônica, Racismo, Machismo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este paper tem por objetivo apresentar a reportagem radiojornalística "Na pele: a dupla opressão da mulher negra", que, como o nome sugere, debate as dificuldades e obstáculos que mulheres negras sofrem por conta de seu sexo e de seu tom de pele. A partir da trajetória de vida e experiências pessoais e profissionais de seis mulheres, é debatido o machismo e o racismo presente na sociedade brasileira, resquício da época da escravidão.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Na pele: a dupla opressão da mulher negra" surgiu a partir da proposta de produzir uma reportagem de radiojornalismo para colocar em prática os conhecimentos adquiridos na cadeira de Produção e Edição de Rádio II, ministrada pela professora Janine Lucht, no terceiro semestre do curso de Jornalismo da Escola Superior de Propaganda e Marketing - Sul. A reportagem conta com a participação de seis mulheres de diferentes profissões e classes sociais, que contam suas histórias de vida, sempre pautadas pelo preconceito sofrido por gênero e raça. As personagens são: Vera Daisy, uma das pioneiras do jornalismo esportivo no Rio Grande do Sul; Winnie Bueno, formada em Direito e ativista do movimento negro em Porto Alegre; Angélica Coronel, repórter na TVE; Alexandra Loras, jornalista francesa e ex-consulesa da França em São Paulo; Manuela Miranda, atriz e Fernanda Carvalho, jornalista e ativista do movimento negro. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo Janine Lucht (2010), ao contrário dos Estados Unidos, o rádio no brasil surgiu com o propósito de propagar cultura e educação. Para Milton Jung (2004), é na reportagem que o jornalismo se diferencia, levanta a notícia, investiga fatos, encontra novidades, gera polêmica e esclarece o ouvinte. O objetivo desta reportagem radiofônica é educar o ouvinte sobre a discriminação que parte significativa da população brasileira sofre até hoje e mostrar que as consequências da escravidão ainda afetam a nossa sociedade. Além disso, propõe-se a investigar os motivos de isso acontecer, atualmente, contribuindo para o debate sobre o assunto. Afinal, um dos papéis do jornalista é incomodar quem está acomodado demais. Resumidamente, o objetivo desta reportagem é analisar o preconceito que mulheres sofrem diariamente, como diz o próprio título, na pele. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Conforme Janine Lucht (2010), o rádio é o mais democrático entre os meios de comunicação de massa e cativa o ouvinte por sua simplicidade. De acordo com Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima (2001), tudo o que for relevante para a sociedade é objeto de interesse jornalístico e de pautas. Segundo levantamento do Atlas da Violência de 2017, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a mortalidade de mulheres negras teve um aumento de 22%, chegando à taxa de 5,2 mortes para cada 100 mil, valor que está acima da média nacional de mulheres assassinadas, que é de 4,5 mortes. No mesmo período, a mortalidade por homicídio de mulheres não negras caiu 7,4%, passando para 3,1 mortes para cada 100 mil mulheres. O índice de negras que já foram vítimas de agressão subiu de 54,8% para 65,3% entre 2005 e 2015. A marginalização da mulher negra começa no campo da educação: a taxa de analfabetismo em 2015 foi de 10,2%, contra 4,9% registrado entre as mulheres brancas. As maiores dificuldades na educação se traduzem em uma formação pior, o que dificulta a contratação dessas mulheres para empregos com remunerações melhores. Segundo o estudo "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça", as mulheres negras brasileiras foram o coletivo que recebeu o menor salário entre os anos de 1995 e 2005. Em média, o salário mensal de uma mulher negra no Brasil é quase R$ 1,5 mil menor que o salário médio de um homem branco. Em 2015, o salário médio de um adulto branco era de R$ 2.509,7 reais frente aos 1.027,5 que recebia uma mulher negra. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A primeira etapa do processo de produção de  Na pele: a dupla opressão da mulher negra foi a escolha da pauta. Foi escolhida uma pauta com relevância social. Depois da apuração, pesquisa e levantamentos de dados sobre o assunto, as fontes foram escolhidas. Foram entrevistadas mulheres de diferentes áreas e diferentes classes sociais, para que a reportagem pudesse ter a maior quantidade de visões e pontos de vista possíveis. Em seguida, começaram as gravações. Angélica Coronel e Winnie Bueno tiveram suas entrevistas gravadas por telefone, no estúdio de rádio da ESPM-Sul, devido à falta de disponibilidade das entrevistadas. Manuela Miranda e Alexandra Loras, que estava na França, foram entrevistadas via Whatsapp, encaminhando áudios. As duas maiores entrevistas foram feitas presencialmente. Fernanda Carvalho foi entrevistada em seu camarim no estúdio da TVE, onde apresentava o programa Nação. Vera Daisy foi entrevistada na ESPM-Sul. Segundo Marcelo Parada (2000), o jornalista deve sempre procurar informações adicionais, que ajudem a compor o cenário do acontecimento. Por isso, foram feitas pesquisas e apuração prévia, para que fosse mais fácil perceber elementos importantes para a narrativa, e entender o contexto no qual as entrevistadas se inserem. Ainda de acordo com Parada (2000),  se o repórter diz que o entrevistado afirmava estar tudo bem mas tinha os olhos cheios de lágrimas, não é necessário emitir mais nenhum conceito , por isso prestar atenção no comportamento, no tom de voz e na linguagem corporal das entrevistadas foi de extrema importância para perceber quando elas se emocionavam e captar a essência da reportagem. As sonoras foram gravadas com o aplicativo de gravação do iPhone, com um microfone direcional conectado no celular. A próxima etapa foi escrever o roteiro para posterior locução. Antes disso, foi feita uma pré-seleção e uma divisão por temas do conteúdo que seria abordado na reportagem. Na hora de escrever o texto, foi levado em consideração que Parado (2000) diz em seu livro  Rádio: 24 horas de jornalismo :  dinâmico, rápido e ágil, o rádio exige de quem escreve a objetividade, a economia de palavras e o encadeamento claro e simples das ideias, para que o ouvinte possa compreender facilmente a informação no momento exato em que a escuta. Por isso, foram adotadas frases diretas e objetivas. Ainda de acordo com Parada (2000), depois de escrever, é importante fazer a leitura do texto em voz alta para saber como ficará no ar. O texto foi gravado no estúdio de rádio da ESPM, com Marthin Manzur na técnica. Em seguida, chegou o momento da edição. Conforme Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima (2001), as edições devem ser enxutas, ricas em conteúdo e didáticas para que o ouvinte saiba do que se está falando. Por isso, foi feito um trabalho de seleção do material, para escolher apenas sonoras que fossem realmente relevantes e que contribuíssem para a reportagem, sem deixar nenhum conteúdo importante de fora. A reportagem foi editada e finalizada no programa Sound Forge. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Na pele: a dupla opressão da mulher negra tem 15 minutos e 18 segundos e é apresentada por duas locutoras, Fabiana Marsiglia Thomas e Juliana Irala, que também produziram e editaram o trabalho. A abertura da reportagem conta com uma montagem das falas mais relevantes de todas as mulheres entrevistadas, com uma música de fundo. Logo em seguida, dados sobre a mortalidade de mulheres negras no Brasil são apresentados, por meio da primeira locução. A estrutura da reportagem é organizada da seguinte maneira: Infância e Adolescência, Faculdade e Vida Profissional das mulheres entrevistadas, passando por assuntos como o racismo no mercado de trabalho, a falta de representatividade das mulheres negras e a hipersexualização que as mesmas sofrem na televisão brasileira, além de uma conclusão que propõe uma reflexão sobre a sociedade na qual vivemos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A reportagem  Na pele: a dupla opressão da mulher negra cumpre uma das principais funções do Jornalismo, que é contar histórias e mostrar para o ouvinte uma realidade diferente da qual ele está acostumado. Com este trabalho, que recebeu nota máxima na cadeira de Produção e Edição de Rádio II, foi possível questionar e fazer com que as pessoas questionem o machismo e o racismo presentes na sociedade na qual vivemos, de onde vem o problema e o que podemos fazer para mudá-lo. A reportagem foi publicada no arquivo de mídia da ESPM e no SoundCloud. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de Radiojornalismo: Produção, Ética e Internet. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2001. <br><br>JUNG, Milton. Jornalismo de Rádio. São Paulo: Editora Contexto, 2004. <br><br>LUCHT, Janine Marques Passini. Gêneros radiojornalísticos. In: MARQUES DE MELO, José & ASSIS, Francisco (org). Gêneros jornalísticos no Brasil. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2010. <br><br>PARADA, Marcelo. Rádio: 24 horas de jornalismo. São Paulo: Editora Panda, 2000. <br><br> </td></tr></table></body></html>