INSCRIÇÃO: 01628
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO08
 
TÍTULO: "Joga Pedra na LGBTI"
 
AUTORES: GABRIEL ROSA PIRES KRAMBECK (UNIVERSIDADE POSITIVO); ANA PAULA MIRA (UNIVERSIDADE POSITIVO)
 
PALAVRAS-CHAVE: arte, cultura, curitiba, lgbti, violência
 
RESUMO
Dividido em quatro partes (introdução e três subtítulos), o texto jornalístico em formato de reportagem apresenta a importância da arte LGBTI como resposta à violência e aos crimes de ódio. O gancho da matéria é um crime que ocorreu durante o Festival de Curitiba em uma intervenção artística a favor da diversidade. Entender como uma demonstração de ódio que aconteceu no maior festival de teatro do país é uma prova de impunidade aponta caminhos para refletir se novas agressões podem acontecer. Esse ponto de vista é realizado por meio de entrevistas com membros da comunidade artística-política e de dados apurados durante vários meses.
 
INTRODUÇÃO
O tema do trabalho surgiu durante a cobertura jornalística do Festival de Curitiba, quando um grupo que discute a diversidade, a partir da peça Campeonato Interdrag de Gaymada, foi vítima de uma pedrada no dia 29 de março de 2017 durante uma apresentação num local público, a Boca Maldita. Além da afinidade com o tema, da relevância e do valor-notícia da pauta, o recorte foi escolhido para discutir a cultura LGBTI e apontá-la como forma de resistência aos recorrentes crimes de ódio.਀ Os entrevistados são de grupos LGBTI, especialmente artistas, políticos ou militantes, que tiveram alguma relação com o acontecimento na Boca Maldita. A apuração de dados foi feita a partir de consultas a bases de dados de associações e organizações paranaenses, além de artigos e postagens de fontes primárias, como é o caso do Mapa da Violência elaborado pelo Fórum Nacional de Segurança e trechos de entrevistas do jornal The Guardian com vítimas de agressões homofóbicas na Chechênia.਀ O trabalho foi apresentado como produto da disciplina anual de Narrativas Criativas, ministrada pela professora Ana Paula Mira. A proposta era a realização de uma reportagem em profundidade, com pelo menos 15.000 caracteres. Após estudar Jornalismo Gonzo, Novo Jornalismo e outras inspirações jornalísticas para desenvolver um texto mais elaborado, a pauta foi executada como forma de tratar dos desdobramentos de uma situação factual, a pedrada, contextualizando e problematizando o assunto a ponto de mostrar como se trata de uma questão complexa.
 
OBJETIVO
Com um tema na perspectiva política, que volta o olhar para uma causa que afeta a vida de várias pessoas todos os dias, o objetivo geral da produção foi abordar a violência ao público LGBTI a partir de uma lógica complexa e aprofundada, visando os esclarecimentos dos leitores. O trabalho mostra como as agressões, desde a infância, afetam de várias formas a liberdade e negam direitos que são assegurados por lei. Em contraponto, a matéria coloca a arte e cultura como forma de resistência da comunidade LGBTI, informando sua trajetória em várias cidades do país e, principalmente, Curitiba.
 
JUSTIFICATIVA
O trabalho foi a primeira reportagem feita pelo autor buscando se aprofundar na temática da LGBTIfobia. A intenção era que a violência contra a comunidade fosse retratada sob o ponto de vista de pessoas que lutam por respeito todos os dias, como ativistas e artistas que se colocam na frente de possíveis agressores. A pedrada, que saiu impune, é uma representação de quanto essa exposição é arriscada e corajosa.਀ Segundo Cotta e Cabral Filho (2015), a preocupação do Movimento LGBT em formular uma estética marcante e peculiar para o seu modo de fazer política não pode ser ignorada por aqueles que querem compreender um pouco da mecânica e de como se dá o processo de parte da política LGBT. Para os autores, “o movimento escolhe a Parada, dentre outras estratégias e instrumentos, para ser o carro-chefe da busca por visibilidade de suas reivindicações” (p. 39).਀ No dia 29 de março de 2017, a estreia da intervenção de rua “Campeonato Interdrag de Gaymada” aconteceu no centro da capital paranaense no conhecido Festival de Curitiba. Na Boca Maldita, uma pedra de 400 gramas foi arremessada em um garoto que assistia a peça. O fato foi noticiado em texto por cinco veículos, o nacional Blog do Arcanjo (UOL) e os estaduais Bem Paraná, A Escotilha, Lado A e Paraná Portal (UOL). As postagens se dividiram entre informar o fato e traçar opiniões dos autores sobre o crime, mas nenhuma delas ganhou ampla repercussão ou se sobressaiu entre as outras notícias do Festival de Curitiba.਀ Em outra atividade acadêmica - a cobertura anual do Festival de Curitiba realizada pelo curso de Jornalismo da Universidade Positivo - o autor acompanhou a apresentação da peça de rua “Nossa Senhora [da Luz]”, no dia 30 de março. A peça abordava, entre vários temas, a homofobia e o machismo em uma família composta apenas por mulheres. A produção da espetáculo era do mesmo coletivo de Minas Gerais que realizou a “Gaymada”. Em entrevista, o elenco revelou o anseio de fazer intervenções após o ocorrido no dia anterior e o quanto a arte era importante frente aos crimes de ódio. Os trechos de entrevista da Companhia Toda Deseo foram os primeiros passos para a introdução do tema de cultura-política LGBTI.਀ A decisão de fazer a reportagem aconteceu em um momento importante na Universidade Positivo, quando, além do surgimento de denúncias de estupro e racismo, foi registrado um caso de homofobia. O curso de Jornalismo se mobilizou de diversas formas para realizar ações voltadas para a conscientização sobre violência e crimes de ódio. A professora orientadora do trabalho, Ana Paula Mira, organizou eventos como a Semana Contra a Homofobia e desenvolveu atividades em aula que debateram o tema.਀ Costa et al.(2008) acreditam, a partir de pesquisas de opinião com participantes de Paradas da Diversidade, que a mídia exerce um papel fundamental na divulgação das ações e das lutas do movimento LGBT. Mas o levantamento também revela insatisfação, apontando que somente 26,2% dos entrevistados disseram confiar muito ou totalmente na imprensa com relação à luta e a promoção de direitos para os homossexuais brasileiros. Refletir sobre como os membros do movimento social não se sentem representados, mesmo com novas tentativas de inserção de pautas LGBTIs, é uma autocrítica importante para as reportagens.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Para a elaboração da reportagem por uma nova perspectiva foram realizados encontros com a orientadora do trabalho. Durante todo o processo, desde a definição do tema até as decisões narrativas, a professora contribuiu com várias sugestões.਀  A escolha das vozes que iriam guiar a narrativa era, intrinsecamente, atrelada aos objetivos gerais pautados. Todos os entrevistados estiveram presentes na apresentação do dia 29 de março ou fizeram declarações públicas sobre a pedrada, além de serem LGBTIs e fazerem parte da cena política ou artística da cidade. O contato com as fontes foi feito com cautela para demonstrar a seriedade com que o tema seria abordado. ਀ A pesquisa para trazer dados de violência teve um peso importante para o conteúdo. Para isso foram contatados responsáveis pela coleta de dados, como pesquisadores dos levantamentos “Mapa da Violência” e “Quem a Homofobia Matou Hoje”. O texto organiza vários conteúdos históricos e intercala com informações sobre o dia da pedrada. A curadoria de relatos foi necessária para o melhor entendimento do leitor.਀ A transcrição das entrevistas foi realizada já sinalizando trechos que seriam mais relevantes para a narrativa. Para Duarte (2004), as entrevistas qualitativas devem passar por uma conferência de fidedignidade, “ouvir a gravação tendo o texto transcrito em mãos, acompanhando e conferindo cada frase, mudanças de entonação, interjeições, interrupções etc” (p. 220). Essa avaliação é reforçada por Alberti (1990), que alega que transcrever e ler cada entrevista realizada, antes de partir para a seguinte ajuda a corrigir erros, a evitar respostas induzidas e a reavaliar os rumos da investigação. Ao fim de cada transcrição de entrevista, o método foi aplicado, com mais atenção aos áudios maiores como o de Rafael Lucas Barcelar (30 minutos) e Márcio Marins (100 minutos).਀ A checagem de dados foi feita por meio de pesquisas em artigos e outras publicações, como foi o caso das informações sobre as primeiras Paradas Gays do país e a existência do grupo Tulipas Negras - mesmo com poucas referências no ambiente virtual.਀ Os termos utilizados na matéria foram baseados em definições de artigos e sites especializados na linguística da comunidade, respeitando a terminologia que é considerada adequada. Muitas fontes foram sugeridas pelos entrevistados. As participações foram definidas para representar a diversidade sem reforçar estereótipos e caricaturas. ਀ Os termos que não eram de conhecimento público foram explicados na primeira citação. Um exemplo é da palavra “queer”, utilizada cinco vezes no decorrer do texto, que foi apresentada e ressignificada sob o ponto de vista das fontes. Os movimentos queers são definidos por Welzer-Lang (2001) como aqueles que adotam identidades sexuais e/ou identidades de gênero em diferença com as normas heterossexuais: gays, lésbicas, transgêneros, bissexuais. Segundo o autor, todos contestando o próprio fato de serem colocados em categorias. “Pode-se imaginar que o termo, a palavra-imagem ou o conceito queer, afrancesado, se torne rapidamente federativo da desordem atualmente vigente nas análises críticas do masculino” (p. 473). O termo foi escolhido para ser usado no texto por definir as artes que desafiam os estereótipos da heterossexualidade, com definição abrasileirada de um dos entrevistados - o artista Stéfano Belo da Casa Selvática brinca em entrevista que sua arte é “CÚ-ir”, do direito de ir e vir do “cú”.਀ No texto, desde o título, a sigla LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexuais) foi escolhida para representar a comunidade, ao invés de outras como LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Queers) e GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes). A decisão vem da leitura que a própria militância paranaense, representada por Márcio Marins e Igo Martini, faz de que toda comunidade é “queer” de alguma forma, preferindo os intersexuais na sigla oficial. O “A” de assexuais ainda não foi adotado pela Associação Paranaense da Parada da Diversidade (APPAD), mas é uma discussão presente nas agendas dos movimentos no Brasil todo.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
O texto “Joga Pedra na LGBTI” foi composto para uma atividade da disciplina anual Narrativas Criativas, proposta feita pela professora Ana Paula Mira. A produção com mais de 18.500 caracteres foi pensada para potencializar aspectos básicos que são levados em conta para um bom texto - a forma, o conteúdo, o público e o objetivo -, conteúdo aprendido em sala de aula.਀ O objetivo foi o ponto de partida, depois da definição do tema, como proposta de conscientizar sobre a violência LGBTIfóbica que acontece na capital paranaense por meio de dados e relatos, como também, mostrar como a arte e a cultura da comunidade tem um papel importante frente a esse problema. O texto aponta a violência contra o público do Festival de Curitiba como parte de um problema recorrente na cidade, no país e no mundo todo.਀ O segundo aspecto a ser pensado foi o “Público”, o leitor que seria o foco principal para a elaboração do texto. O texto constrói uma narrativa que apresenta dados, termos, fatos atuais e históricos que explicam pontos importantes na problemática. Alguns exemplos dentro do texto são as explicações dos termos “cisgênero” e “gênero não-binário”, que podem não ser tão conhecidos fora da comunidade LGBTI.਀ O “Conteúdo” foi construído a partir de narrativas das próprias fontes, que foram escolhidas para mostrar diversos pontos da cultura na capital e que fizessem paralelo com o ocorrido.਀ Com todas as entrevistas gravadas em áudio e todos os dados coletados, a última etapa foi colocada em prática: a “Forma”. Para apontar o paralelo entre a arte e o combate à violência foram escolhidas duas canções para dividir o texto em três capítulos. As obras escolhidas e que tiveram trecho foram “Geni e o Zepelim” (1978) de Chico Buarque e “Águas de Março” (1972) de Tom Jobim, as obras tiveram apelo histórico de representatividade política e de gênero em contexto nacional. ਀ Ambas as músicas apresentam trechos sobre pedra que poderiam representar a pedrada do Festival de Curitiba. No texto, o “É pau, é pedra, é o fim do caminho” de Jobim se tornou “É palco, é pedra, é o fim do caminho” e o “Joga pedra na Geni” de Chico se tornou “Joga pedra na LGBTI”. Foram elementos usados no título principal, no corpo do texto e nos títulos secundários e em seus subtítulos.਀ As imagens utilizadas na matéria foram cedidas em parcerias: as duas fotografias da peça “Campeonato Interdrag de Gaymada” do Festival de Curitiba foram fornecidas pela assessoria de comunicação do Festival; as três imagens das fontes vieram do acervo pessoal dos entrevistados; a imagem da Parada da Diversidade foi cedida pela Revista Lado A; e a imagem do ferimento da pedrada é uma reprodução de uma conta pessoal do Facebook e foi escolhida para que não expusesse o rosto da vítima.਀ Todas entrevistas foram gravadas em smartphone e realizadas de forma qualitativa, aprofundando e adequando novas perguntas para entender o tema sob o olhar de cada fonte. Foram entrevistadas onze pessoas para a elaboração da matéria, entre elas: quatro atores do elenco da peça “Campeonato Interdrag de Gaymada”, as drag queens April Walhalla (Elias Gorayeb) e Malu Falcão (Eric Pedroso), o co-criador da Parada da Diversidade de Curitiba e ativista, Márcio Marins, três multiartistas do coletivo queer Casa Selvática e o assessor de Direitos Humanos do Gabinete do Prefeito de Curitiba, Igo Martini.਀ As primeiras entrevistas foram feitas com o elenco no dia seguinte à pedrada, em momento descontraído após a estreia de outra peça no Festival de Curitiba, “Nossa Senhora [da Luz]”. Das quatro entrevistas, os trechos do ator Rafael Lucas Barcelar foram escolhidos para representar o elenco do Coletivo Toda Deseo. A entrevista de Rafael durou cerca de 30 minutos, enquanto a dos outros membros teve uma média de três minutos.਀ A entrevista com Márcio Marins, ativista da Associação Paranaense da Parada da Diversidade (APPAD) e coordenador do grupo Dom da Terra AFROLGBT, ocorreu no escritório da associação no centro de Curitiba. O áudio com duração de cerca de uma hora e quarenta minutos. Márcio ofereceu grande parte dos dados de violência e informações sobre como se construiu a cultura LGBTI no Paraná e no Brasil. Igo Martini auxiliou o ativista no processo de apuração de dados durante alguns momentos durante e pós-entrevista.਀ Cada drag queen foi chamada para a entrevista em um café de preferência delas. O clima agradável de conversa as deixou confortável para falar de momentos da infância e sobre como é importante fazer parte de uma nova cultura LGBTI. Os membros da Casa Selvática foram contatados após uma intervenção artística que aconteceu um mês após o Festival de Curitiba. Stéfano Belo se voluntariou a aprofundar melhor a conversa por meio de ligação de telefone, em que mostrou o forte ponto de vista artístico e relatos de violência.਀ O repórter entrou em contato com a vítima da pedrada por meio de e-mail, bate-papo de Facebook e de seu número de telefone. Em retorno, Maicon Silverio afirmou que não queria dar novas entrevistas, já que havia sido contatado por repórteres de jornais como a redação da UOL e da revista Lado A. Como a reportagem estava em desenvolvimento com o foco “macro”, analisando vários aspectos amplificados do fato em si, conseguiu ser completada sem o ponto de vista da vítima.਀ O subtítulo “É palco: A Cultura Contra A Violência” explica a arte e cultura como meios de expressão e indica como a comunidade LGBTI paranaense encontrou sua identidade através dessas linguagens. É apresentado neste capítulo uma linha do tempo com a criação de grupos gays dos anos 50, o início da arte drag queen após esse período, o advento das Paradas Gays nos anos 90 e o surgimento de bares gay friendly (simpatizantes).਀ Já o subtítulo “É pedra: A Violência Contra A Cultura” fala da relação que as pessoas LGBTIs tem com o ocorrido da pedrada no Festival, como reagiram, como souberam e como se posicionaram. Há trechos dos entrevistados falando da vulnerabilidade social dos LGBTIs frente ao preconceito e à exclusão, explicando como foram atacados em momentos específicos de suas vidas e como os artistas que dão suas caras são alvos ainda maiores.਀ O capítulo “É o fim do caminho: A Violência Contra a Vida” é um protesto derradeiro com trechos de entrevista que são pedidos de “basta”. O encerramento da matéria traz dados sobre a violência LGBTIfóbica no mundo todo, como é o caso dos campos de concentração e tortura na Chechênia. Por fim, o texto foi avaliado na disciplina e, com os comentários da professora Ana Paula Mira, foi revisado para que tivesse mais fluidez e clareza.
 
CONSIDERAÇÕES
O trabalho em si foi um amadurecimento de um tema muito pessoal para o autor. A pauta, racionalmente destinada para uma reportagem mais madura, foi produzida com cuidado em vários detalhes que poderiam passar batido sem essa atenção diferenciada. O ocorrido e o período que a Universidade Positivo estavam passando motivaram positivamente a produção da reportagem.਀ Desenvolver um texto longo e mais aprofundado testou as formas narrativas e saídas criativas para que o texto não ficasse cansativo para o leitor. Com a orientação em sala de aula, essas técnicas foram aprimoradas para dar segurança na execução de pautas mais complexas. Os objetivos do trabalho, em relação à produção, foram satisfatoriamente atingidos.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS
ALBERTI, V. História oral: a experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1990.

COSTA, F. A.; MACHADO, F. V.; PRADO, M. A. M. Participação política e experiência homossexual: dilemas entre o indivíduo e o coletivo. Revista Interamericana de Psicología/Interamerican Journal of Psychology - 2008, Vol. 42, Num. 2 p. 325-337. Disponível em: [http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rip/v42n2/v42n2a14.pdf]. Acesso em 10 de abril de 2018.਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䌀伀吀吀䄀Ⰰ 䐀椀攀最漀㬀 䌀䄀䈀刀䄀䰀 䘀䤀䰀䠀伀Ⰰ 䄀搀椀氀猀漀渀 嘀愀稀⸀ 倀愀爀愀搀愀 搀漀 伀爀最甀氀栀漀 䰀䜀䈀吀㨀 甀洀愀 攀猀琀爀愀琀最椀愀 搀攀 瘀椀猀椀戀椀氀椀搀愀搀攀 挀甀氀琀甀爀愀氀 攀 洀椀搀椀琀椀挀愀⸀ 刀攀瘀椀猀琀愀 倀漀氀琀椀挀愀猀 倀切戀氀椀挀愀猀 ☀ 䌀椀搀愀搀攀猀Ⰰ 瘀⸀㌀Ⰰ 渀⸀㌀Ⰰ 瀀⸀ ㌀㤀Ⰰ 猀攀琀⼀搀攀稀Ⰰ ㈀ ㄀㔀⸀

DUARTE, R. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educar, Curitiba, n. 24, p. 213-225. Editora UFPR 221. 2004.

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