ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00112</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;APAE FM: Programa de rádio como reverberação de inclusão e autonomia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Giovanna Pedrosa (Universidade Estadual de Maringá); Ana Carolina Iglesias Fidalski (Universidade Estadual de Maringá); Felipe Collar Berni (Universidade Estadual de Maringá); Tiago Lenartovicz (Universidade Estadual de Maringá)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A APAE de Maringá, Associação escolhida para a elaboração deste projeto, foi fundada em 1963 com a missão de promover e articular ações em defesa dos direitos, prevenção, orientação, prestação de serviços e apoio à família. Visa melhorar a qualidade de vida da pessoa com deficiência intelectual e múltipla, contribuindo na construção de uma sociedade justa e solidária. Dentre as várias faixas etárias que atende, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) trabalha especificamente com uma modalidade de aprendizado não padronizado, respeitando o ritmo e tempo de cada aluno. Tendo como ponto de partida a proposta de ministrar oficinas acerca de algum conteúdo comunicacional, dentro da disciplina Tecnologias Contemporâneas e Educação, foi planejada uma série de encontros com uma das turmas da EJA. Utilizando as linguagens sonoras radiofônicas como principal recurso, o projeto consistiu em organizar encontros que realizassem práticas e promovessem discussões sobre as potencialidades do áudio no ambiente ensino. Através da produção de um episódio piloto, as atividades foram desenvolvidas com o objetivo de aproximar os participantes da linguagem em questão, trabalhando temas de interesse comum para estimular o protagonismo e a autonomia. Considerando a proposta da oficina e alinhado às diretrizes da Associação, o caráter da produção se aproxima das características de uma rádio comunitária. Configura-se, dessa forma, por transmitir um conteúdo sem fins lucrativos e de acordo com os interesses de uma comunidade, possibilitando a democracia e o desenvolvimento educacional dos envolvidos, assim como defende Peruzzo em  Rádio comunitária, educomunicação e desenvolvimento local (Mauad, 2007). Tendo em vista tais apontamentos, o principal objetivo da produção foi incentivar o protagonismo e a autonomia dos alunos da EJA através da linguagem radiofônica. Esperou-se também contribuir para a desmistificação da comunicação sonora no ambiente de ensino, experimentando-a como uma forma de dinamizar e potencializar o aprendizado. Considerando o cenário atual da educação ocidental, em que há uma tendência de padronização dos comportamentos e limitação da criatividade, encontrar formas de inovar no método de ensino é algo a ser valorizado. Estimular a criatividade, aproximando o aluno do consumo e produção de múltiplas vertentes artísticas, é uma forma de desenvolver as habilidades particulares e sociais, como defende Delors em  Educação: um tesouro a descobrir (Cortez, 1998). Por esse motivo, a proposta da rádio  APAE FM se justifica como uma opção de aprimoramento comunicacional e pessoal.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para embasar a condução e produção da rádio piloto, foi necessária uma pesquisa teórica acerca dos conceitos de som, voz, elementos da rádio e comunicação comunitária, assim como as possibilidades de aplicação destes tópicos na educação. Dessa forma, entender como aplicar a oficina de maneira a dialogar pedagogicamente com as diretrizes da APAE Maringá. Partimos do entendimento de que o exercício de produção sonora pode ser visto como uma forma de resgatar a importância da oralidade na formação das competências. A partir do desenvolvimento da cultura oral é possível extrair conhecimentos provindos da experiência de vida de cada um, trocando informações de forma a enriquecer o indivíduo, como defendido por Lévy na obra  A inteligência coletiva (Loyola, 1994). A linguagem radiofônica permite explorar a potencialidade de uma ferramenta humana: a voz, segundo o que Barbosa Filho discute em  Gêneros radiofônicos (Paulinas, 2003). A fala, dentro do rádio, consegue despertar a imaginação do ouvinte e criar imagens na mente deste, tornando o assunto inteligível e interessante. Assim, seu uso abre possibilidades para a criação de experiências tanto para o produtor quanto para o ouvinte. Ao mesmo tempo, o uso do áudio como ferramenta para estruturar discussões diversas é uma forma de potencialização das vozes. O desenvolvimento de narrativas é um meio dos indivíduos se fixarem no tempo e espaço, principalmente nas inter-relações, conforme Schwaab em  Notas sobre a mídia sonora no horizonte de convergência (CECS, 2015), podendo a mídia sonora atuar como mediadora destas. A ampla variedade de formas de interação em um programa de rádio - locutor, repórter, cantor, operador de equipamentos, etc - oferece possibilidades para que cada um escolha a frente com a qual se identifica mais, exercitando assim potenciais únicos e tornando o processo inclusivo. Prosseguindo, o planejamento consistiu em esboçar um cronograma de como seriam os encontros e quais abordagens seriam adotadas. Uma vez que para o primeiro encontro foi planejada uma discussão acerca dos elementos da rádio, a equipe se programou para ter em mãos alguns exemplares de equipamentos sonoros; a fim de tornar a experiência mais interativa. Mesa de som, teclado musical, gravadores digitais, vitrola e discos de vinil serviram para apresentar diferentes formas de propagação e reprodução sonora. Também foi pré-listado quais seriam as possibilidades a serem produzidas dentro da rádio: se teriam vinhetas, apresentações musicais, entrevistas, comerciais, contação de histórias, etc. De forma espontânea, os alunos puderam escolher qual ou quais ações gostariam de realizar. Com as tarefas distribuídas, houve ensaios para a familiarização com as funções. Já com as ações revisadas, iniciou-se o processo de gravação. Duas opções foram apresentadas aos alunos: utilizar o gravador do celular para captar o programa ou a mesa de som e outros equipamentos  profissionais . Também apresentamos a possibilidade de mesclar as alternativas. Com a preocupação de que não acontecesse um distanciamento do conteúdo durante a semana e incentivar a continuidade da discussão nos próximos encontros,  tarefas de casa foram estruturadas, propondo atividades que pudessem ser executadas no dia a dia dos alunos, como escutar um programa de rádio local. Na construção desse percurso, buscamos sempre mediar as trocas e nos policiar para evitar a imposição ou apresentação de um único conhecimento. Toda forma de participação se tornou parte do processo sinérgico.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para que os objetivos do projeto fossem alcançados, algumas estratégias foram pensadas. Conhecer a Instituição, seu funcionamento e método pedagógico foi o primeiro passo. Uma vez apresentada a proposta feita pela disciplina para a APAE, foram estruturados quatro encontros a serem realizados no horário letivo de uma das turmas da EJA e com o acompanhamento de um professor responsável. Assim, as oficinas aconteceram nas manhãs de terça-feira, das 8h às 10h, nas quatro primeiras semanas do mês de outubro de 2018. O grupo reunia em média dez alunos por encontro, entre 18 a 35 anos. Após um planejamento prévio com o orientador, o primeiro encontro com a turma foi dividido em quatro momentos: apresentação dos participantes; discussões sobre produções radialistas; investigação dos hábitos de consumo de mídia sonora e proximidade dos alunos com o meio, além de discussões sobre a temática e caminhos para construção da rádio piloto. Optamos por realizar um contato inicial mais expositivo e dialógico buscando transmitir confiança e construir um ambiente sinérgico entre os participantes. Proporcionar um espaço de troca, sem estabelecer uma relação aluno-professor, foi importante para conhecer os perfis da turma e guiar as próximas atividades. No segundo encontro, as atenções foram destinadas à definição do roteiro do programa e ao ensaio das gravações. O tema  música partiu da decisão dos alunos, cabendo a nós somente a mediação das conversas. Uma vez que o grupo apresentava comportamentos dispersos e dificuldade de concentração, algumas alterações no cronograma foram feitas, observando a forma como eles reagiam às interações propostas. Uma das principais mudanças foi a flexibilização das estruturas tradicionais de um roteiro, optando por construir de forma coletiva e inclusiva para com as ideias que eles apresentavam. Embora tivéssemos a intenção de delegar tarefas na produção da rádio, no terceiro encontro, quando seria feita a gravação de fato, todos quiseram participar do processo inteiro. Por conta disso, adaptamos a sequência de tarefas de forma a possibilitar que, enquanto um estivesse gravando sua voz, os demais pudessem assistir e dar apoio. Isso fez com que a maioria se sentisse confortável para gravar um recado ou cantar uma música em conjunto, por exemplo. Por motivos práticos, a edição do material foi feita à parte pela equipe dias antes do encontro final. Com as gravações finalizadas, o último encontro contou com a apresentação do programa e discussão dos resultados. Foi um momento para que todos pudessem expressar quais eram suas expectativas, como o resultado foi assimilado, se houve identificação com algumas das etapas de execução e como interpretaram a própria linguagem sonora. Mais do que propor uma análise crítica ao produto, o foco foi no estímulo ao diálogo e na compreensão de como o projeto os afetou, retomando algumas discussões realizadas no primeiro dia da oficina. A intenção foi caminhar no sentido de desmistificar o processo comunicacional e discutir as possibilidades das linguagens sonoras a partir de um novo ponto de vista: daqueles que acabaram de se apropriar e experimentar a linguagem como produtores. Também foram apresentadas fotografias em material impresso, registradas durante os encontros, para que o grupo se enxergasse como protagonistas da  APAE FM . Analisando o processo, percebemos que o fundamental foi adequar nossas expectativas ao ritmo e receptividade de cada um. Saber lidar com os imprevistos, com a instabilidade de participação e com a variação de temperamento dos alunos foram os maiores desafios e, ao mesmo, o que possibilitou a construção de um produto com o qual todos puderam se identificar. O projeto  APAE FM teve continuidade com uma visita à Rádio Universitária UEM FM da Universidade Estadual de Maringá, devido ao interesse dos próprios alunos e pretende, ainda no ano de 2019, ser aplicado às demais turmas da Instituição como parte de uma atividade regular. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>