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INSCRIÇÃO: | 00128 |
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CATEGORIA: | JO |
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MODALIDADE: | JO10 |
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TÍTULO: | Ação sem reação - o caso do bebê de dois meses |
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AUTORES: | Milena Flor Tomé (Universidade do Sul de Santa Catarina); Denise Alexandre de Medeiros (Universidade do Sul de Santa Catarina) |
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PALAVRAS-CHAVE: | , , , , |
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RESUMO |
O trabalho a seguir apresenta uma reportagem telejornalística sobre o caso da bebê de dois meses que foi agredida pelo seu próprio pai, na cidade de Capivari de Baixo (SC). O fato ganhou repercussão nacional. A matéria, em questão, apresenta detalhes com a explicação do caso e entrevistas exclusivas, inclusive com a mãe da criança. O trabalho foi produzido com os conhecimentos da disciplina Reportagem em Telejornalismo, sob a orientação da professora Denise Alexandre de Medeiros, no ano de 2018, na Universidade do Sul de Santa Catarina. INTRODUÇÃO: No dia 17 de Julho de 2018, um homem de 25 anos havia sido preso, em Capivari de Baixo, suspeito de agredir a filha de dois meses. A bebê estava internada em estado grave no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão (SC), com muitas fraturas no corpo e afundamento do crânio. A criança já havia sido internada no mesmo hospital outras vezes. O fato foi noticiado pelo G1, NDonline, Diário do Sul, Notisul, Portal a Hora, Educadora, Leia Notícias, Rádio Sentinela, Sul Notícias, Vale Alternativo, Chapecó Online, Portal litoral Sul, Unisul Tv, Hiperativa Fm e outros veículos de comunicação, tanto impresso, online quanto na rádio e TV. A notícia chamou atenção da estudante Milena Flor Tomé que começou a investigar o caso. Sem o nome dos envolvidos divulgados, a estudante apurou todas as informações e chegou até a mãe da criança que concedeu uma entrevista exclusiva. Aliada a disciplina da universidade, a estudante produziu uma reportagem audiovisual que explica o caso em detalhes. A produção foi publicada via canal YouTube e no Facebook contando com mais de 18mil visualizações. OBJETIVOS: Um dos objetivos da reportagem é informar detalhadamente a sociedade sobre o caso da bebê de dois meses e assim, trazer uma reflexão sobre as agressões contra as crianças de modo geral. Tendo também como objetivo o aprendizado da prática jornalística através de uma pauta factual com uma visão apurada, investigativa e ética sobre o caso. JUSTIFICATIVA: No Código de Ética do Jornalismo Brasileiro, artigo sete, consta: "compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação", Mayara Rodrigues, em Ética e Jornalismo: uma cartografia dos valores (Escrituras Editora, 2004). No entanto, o jornalismo diário lida com o imediatismo, tendo que agir de maneira rápida para publicar tantas informações. Em geral, aceita o que as autoridades ou especialistas determinam como verdade. Pois, não tem muito tempo para aprofundar o fato e averiguar a veracidade. Logo, este trabalho se justifica por sua função social que pressupõe além de manter o público informado, uma reflexão sobre as práticas diárias da transformação de um fato em notícia. O trabalho também se justifica pela escolha do tema que aborda agressão contra uma criança. Segundo o estudo da percepção da sociedade sobre violência praticada contra as crianças feito pela organização social Visão Mundial, divulgado em abril de 2018, o Brasil consta em primeiro lugar como o mais violento, na comparação com 13 países da América Latina. Assim, a produção justifica-se também pela necessidade de falar sobre agressão contra a criança que acaba sendo transpassado em temas atuais, tendo pouca investigação. A escolha do título da reportagem: "Ação sem reação" remete a terceira lei de Newton que diz que, para toda ação, existe uma reação de mesmo valor, mesma direção e sentido oposto. Neste caso, a realidade é cruel e uma criança indefesa sai com sequelas. Tal contexto justifica o desenvolvimento de um produto jornalístico responsável e crítico, que possa contribuir na busca por uma sociedade mais justa. Sempre em busca da função do repórter de retratar a realidade tal como ela é, lutando sempre para transformá-la naquilo quem tem de errado, injusto, desumano como aponta Ricardo Kotsho, no livro A prática da Reportagem (Ática, 1995). |
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INTRODUÇÃO |
A pré-apuração do trabalho ocorreu com a pesquisa das reportagens já desenvolvidas sobre o caso. A estudante interligou pontos chaves da história, conversou com moradores da cidade e chegou até a mãe da criança. Através de algumas conversas, a acadêmica teve autorização para gravar a entrevista. Na oportunidade, conheceu a casa da avô da bebê e também os irmãos da vítima. Com relação a elaboração, Cleofe Sequeira, no livro Jornalismo Investigativo: O fato por trás da notícia (Summus Editorial, 2005), menciona alguns elementos fundamentais para a reportagem que seguem a mesma linha deste trabalho, tendo: uma dimensão comparada, a remissão ao passado, a interligação entre os fatos, a incorporação do fato a uma tendência e sua projeção para o futuro. De frente com os entrevistados, a estudante teve uma postura neutra diante da situação e que possibilitou fazer perguntas cortantes que foram essenciais para esclarecimento do fato. Perguntas feitas com base no raciocínio dedutivo defendido por Aristóteles como uma lógica para chegar em determinada conclusão. Sendo toda dedução derivada do intelecto da experiência. Logo, parte-se de uma premissa maior, como um fato de conhecimento da acadêmica. Em seguida, para uma premissa menor que é aonde se descobre um outro acontecimento que se relaciona com a primeira premissa. Logo, chega-se a um raciocínio lógico que é a verdade do contexto geral. A partir disso, foram entrevistados o advogado da mãe da criança, a mãe, a avô, representantes do Conselho Tutelar e o delegado que investigou o quadro. A pluralidade de entrevistados permitiu observar por ângulos diferentes o mesmo fato, e consequentemente, possibilitou uma compreensão maior sobre toda a situação. |
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OBJETIVO |
A reportagem “Ação sem reação: o caso da bebê dois meses” foi publicada no dia 21 de julho de 2018, via canal Youtube e no Facebook, tendo 9 minutos e 35 segundos de duração. O material se inicia com uma pergunta para a mãe da criança, já como uma maneira de descrever o fato real e situar o público dentro do contexto. Em seguida, a estudante faz uma passagem, na entrada da cidade de Capivari de Baixo, e conta em forma de boletim o fato que virou notícia. Ao falar da bebê, aparecem ursos, brinquedos no chão com uma canção de ninar ao fundo. Optou-se por essas cenas para preservar a imagem da criança, mas sem deixar de trazer o assunto que remete a bebê. As perguntas feitas para a mãe da vítima são respondidas no decorrer da reportagem. As partes da matéria são construídas como um quebra-cabeça que se encaixa perfeitamente na outra parte. Assim que as representantes do Conselho Tutelar relataram que a mãe da bebê sofria violência, em seguida, aparece a pergunta da acadêmica Milena “além da criança, ele já agrediu você?”. Na oportunidade, é entrevistada também a avô da criança que é questionada sobre o conhecimento dela nas agressões que a filha sofria do marido. Com dados pedidos para o Conselho Tutelar pela estudante, é informado o número de negligências, violência física e psicológica no mês anterior do caso da bebê, na cidade de Capivari de Baixo que gera uma reflexão sobre as agressões contra as crianças de modo geral. Na produção, consta a ida na delegacia para obter o esclarecimento do processo jurídico com o delegado que investigou o caso e fez a prisão preventiva do pai da bebê. É também levantado o julgamento da sociedade a respeito da mãe da criança que tinha medo de visitar a sua filha no hospital por ameaças. Como uma última entrevista, tem-se o advogado da mãe da criança que explica os detalhes do processo, sendo questionado pela estudante se as informações estavam sendo passadas apenas para defender a mãe ou com base na veracidade dos fatos. No encerramento da reportagem, é falado no off apenas que a criança segue internada. A estudante optou por não dizer sobre o estado de saúde da bebê que era instável e por respeito a família, ao hospital e a criança. Por curiosidade, a escolha do brinquedo que finaliza com uma canção de ninar remete exatamente a bebê que foi vítima, visto que nos bastidores a acadêmica teve a informação que o brinquedo que a criança mais gostava era um que tocava uma música de ninar. A reportagem foi gravada com uma câmera Canon T3i. A edição foi feita no software Adobe Premiere Pro 2015 durante dois dias. 䌀伀一匀䤀䐀䔀刀䄀윀픀䔀匀
A reportagem possibilitou que a estudante desenvolvesse um trabalho diferenciado de tudo que estava sendo produzido sobre o assunto por veículos de comunicação com profissionais já formados. Com poucas ferramentas disponíveis, a acadêmica correu atrás da notícia, foi para a rua e chegou em lugares que outros não tinham conseguido. Desenvolveu um trabalho com ética e de muita coragem. De frente com os entrevistados, mostrou a real função do repórter da busca incessante pela verdade. Com a experiência, a acadêmica confirmou sua paixão pelo Jornalismo e pela prestação de serviços à comunidade. Numa cidade pequena como Capivari de Baixo, que não possuí nenhum veículo de comunicação, nem mesmo impresso, a estudante mostrou a relevância do assunto e que o Jornalismo se faz necessário em todos os lugares para lutar, sempre, por uma vida mais justa para todos. A reportagem foi premiada em primeiro lugar, na categoria Reportagem em telejornalismo, no prêmio Comunisul, edição 2018.㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀
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