ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00220</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO16</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Tudo é nós</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Anna Carolina Vavassori Demarche (Faculdade Ielusc); Beatriz de Araújo Cavenaghi (Faculdade Ielusc)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O que é cidadania? E o que é ser cidadão? A produção do documentário  Tudo é nós começa com questões como essas, que são respondidas por quatro cidadãos ao longo da narrativa. O nome do documentário representa justamente o ponto de partida para a construção do documentário: colocar o cidadão no centro da narrativa.  Tudo é nós é a expressão usada por Sérgio Duprat - um dos entrevistados - ao explicar que a vida em sociedade gira  em função do cidadão . A ideia de produzir esse material surgiu a partir da reflexão da importância do exercício da cidadania no contexto político e social, já que os cidadãos têm o poder de mudar as realidades em que vivem. Dessa forma, o documentário traz uma reflexão sobre o que pessoas  comuns podem fazer por suas comunidades e pela própria sociedade, mostrando que existem diversas formas de participação na política. Parte-se do pressuposto de que abordagens acerca do exercício da cidadania podem incentivar sua prática, desmistificando o senso comum que liga a cidadania apenas ao ato de votar. Levando em consideração que a maior parte da população se informa através dos grandes veículos de comunicação, é a partir deles que se forma boa parte do debate político da sociedade, conforme aponta Sousa (2009). Assim, a mídia tem um papel crucial no estímulo ao pensamento crítico, que pode levar a uma forma mais efetiva de exercer a cidadania, que Peter Dahlgren (1996, apud MATOS, 2008) entende como uma forma de participar e pertencer às comunidades. Em uma perspectiva nessa mesma linha, Matos (2008) aponta que a mídia tem um importante papel na mediação e na promoção do debate, que é um dos princípios da democracia. Nesse sentido, o documentário  Tudo é nós foi construído visando aproximar a população da política, que não está presente apenas nos partidos políticos e nas instituições governamentais, mas em diversos espaços da sociedade, tais como associações de moradores, conselhos da cidade, etc. Para isso, o documentário apresenta histórias de moradores do munícipio de Joinville (SC), que realizam trabalhos voluntários na cidade. Diante disso, constituiu-se como objetivo geral do documentário promover uma reflexão crítica sobre o que é ser cidadão e quais as diferentes formas de exercer essa cidadania. A partir disso, se estabelecem como objetivos específicos: - Desenvolver uma linguagem atrativa para falar sobre temas relacionados com a política; - Construir uma narrativa que aproxime o telespectador da política; - Discutir e esclarecer o conceito de cidadania, para além da ideia de política partidária.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Cidadania e política são temas intrinsecamente ligados, ainda que, em muitos casos, a política pareça algo distante do cotidiano dos cidadãos. Essa distância se acentua porque, muitas vezes, a política só ganha espaço nos noticiários quando existem escândalos de corrupção sendo investigados. De acordo com Ribeiro (2004), não é de hoje que a política é tratada geralmente como algo negativo, reduzida a esses escândalos. É inegável que esses fatos devem estar nas mídias, mas a política não pode ser simplificada a isso, pois tal abordagem fortalece o senso comum de que a política é  suja , quando na verdade deve ser uma ciência pelo bem da sociedade. Uma cobertura jornalística da política concentrada em notícias factuais de escândalos de corrupção, sem contextualizações, acentua as diferenças entre quem  faz a política, nesse caso os políticos eleitos, e a população, reduzindo o papel do povo ao de mero espectador dos acontecimentos, quando na verdade a população deveria ser parte integrante ativa do processo democrático. Buscando, então, uma perspectiva diferenciada nesse sentido, o documentário  Tudo é nós foi produzido durante o primeiro semestre de 2018, em Joinville (SC), como projeto experimental da graduação em Jornalismo na Faculdade Ielusc. Joinville é a maior cidade de Santa Catarina, mas as redações jornalísticas do município estão cada vez menores, uma tendência que pode ser notada em todo o território nacional. Nesse contexto, os principais veículos de comunicação da cidade fazem uma cobertura política muito focada nos políticos e em notícias factuais, o que faz com que reportagens mais aprofundadas sobre o tema fiquem em segundo plano. No contexto nacional, as matérias relacionadas a política geralmente são factuais, principalmente ligadas aos escândalos de corrupção e às crises políticas pelas quais o país passa. Esse contexto reforça o senso comum de que a política é um sinônimo de corrupção, quando deveria ser exatamente o contrário, um sinônimo de luta pelo bem comum. Para além de noticiar os desvios morais e éticos da política, faz-se necessária uma cobertura jornalística que dê base para o cidadão pensar e analisar os acontecimentos políticos, econômicos e sociais, para que ele possa fazer relações entre os fatos. Apesar de reportagens mais aprofundadas sobre política estarem presentes nos grandes veículos, um problema na cobertura jornalística dessa área, de maneira geral, é dar pouco espaço para os cidadãos. Ouve-se os políticos e os especialistas, mas as pessoas  comuns pouco aparecem, seja para darem suas opiniões sobre os fatos, seja para mostrarem alguma iniciativa ou conquista coletiva, por exemplo. Isso mostra-se presente tanto a nível nacional quanto nos cenários regional e local, e essa pouca participação popular nas matérias tende a fazer com que as pessoas não se vejam como parte do processo político. Uma cobertura política segmentada, sem aprofundamento e participação popular, pode afetar o próprio dever do jornalista com o público. O jornalismo não pode apenas falar sobre os fatos, precisa fazer relações, trazer análises sobre as questões que envolvem a vida em sociedade. Dessa forma, a mídia precisa dar espaço para um debate mais amplo sobre o que é ser cidadão e o que realmente significa exercer essa cidadania. É necessário sair do senso comum de que ser cidadão está ligado apenas ao ato de votar. O voto é um direito político que está ligado à cidadania, mas há muitos outros fatores envolvidos (CERQUIER-MANZINI, 2010). Pensando nisso e no fato de que a política é um assunto que tende a ser visto pela grande massa como  chato , ou pouco atrativo, é também papel do jornalismo e da mídia trazer formas de abordar essa temática para que o público sinta-se estimulado a assistir e a pensar mais sobre esse tema, e isso acontece a partir do momento que o cidadão percebe-se como parte da política e da narrativa jornalística.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No  Tudo é nós , três personagens trazem a reflexão do que é ser cidadão e de como o exercício da cidadania pode ajudar a modificar realidades enquanto contam suas histórias de voluntariado: Aurélia Maria Silvy, fundadora da Associação Joinvilense para Integração dos Deficientes Visuais (Ajidevi), que iniciou o ensino para cegos em Joinville, na década de 1970; Cristóvão Petry, presidente da Associação de Moradores do Bairro Itinga (Amorabi), que começou as atividades culturais na associação, nos anos 2000; e Sérgio Duprat, membro de oito conselhos na cidade e um dos fundadores do Observatório Social de Joinville (OSJ). A narrativa também conta com a socióloga Ana Paula Giostri, que traz uma análise mais teórica e conceitual sobre cidadania e como seu exercício pode contribuir para a construção de uma sociedade melhor. A elaboração da pauta começou no segundo semestre de 2017. Como todo produto jornalístico, após definir a pauta e com um cronograma de execução do projeto elaborado, foi iniciada a busca por fontes que tivessem histórias de voluntariado em prol da comunidade. Depois dessa pré-seleção de fontes, marquei pré-entrevistas com elas, que foram realizadas pessoalmente. A partir disso, foi possível conhecer melhor a história de cada pessoa que se tornaria personagem do documentário e ter uma ideia de como efetivamente seria construída a narrativa. Nesse momento, foi elaborado um pré-roteiro, indicando quais temas seriam abordados e de que forma isso seria feito. As gravações ocorreram durante o mês de abril de 2018. As entrevistas foram realizadas nas associações em que os personagens realizavam seus trabalhos voluntários ou em ambientes neutros, dependendo da disponibilidade de cada entrevistado. Depois disso, foram realizadas as gravações das imagens de apoio utilizadas na edição. A captação das entrevistas foi realizada com o apoio do cinegrafista da Faculdade Ielusc, Carlos A. Delagnolli. As gravações foram realizadas com duas câmeras, para dar mais dinâmica na hora de editar o produto final, e os áudios foram captados com microfones de lapela. Depois da gravação de cada entrevista, foi realizada a decupagem do material para facilitar o trabalho de roteirização posterior. Ao final das entrevistas, tive um total de 2h10 de material gravado, que resultaram em uma primeira versão editada de 26 minutos e depois na versão final com 16 minutos e 35 segundos. Com toda a decupagem feita e já tendo noção das falas que entrariam na primeira versão da narrativa, elaborei o roteiro final do documentário. Após essa elaboração, iniciei o processo de edição no dia 7 de maio, seguindo o cronograma estipulado no início do projeto. A edição foi realizada pelo técnico da Faculdade Ielusc, Rhuan Cardoso, a partir do roteiro e montagem já estabelecidos. O que houve de mudanças significativas da primeira versão editada para a versão final foram os cortes de algumas falas que estavam muito extensas e consequentemente cansativas. Após a finalização, o produto foi exibido no auditório da Faculdade Ielusc no dia 6 de junho de 2018, para a banca avaliadora e a comunidade acadêmica. Os avaliadores do trabalho foram o professor Dr. Sandro Galarça e o jornalista Marcos Pereira. A exibição teve a presença dos entrevistados Aurélia Maria Silvy, Cristóvão Petry e Sérgio Duprat, personagens centrais do documentário. O documentário está disponível no Youtube, onde teve 208 visualizações. Ele também foi exibido na TV Câmara de Joinville (CVJ TV), na mostra de documentários Joinville.doc. Essa produção agregou muito conhecimento à minha formação como jornalista e como cidadã. Ao realizar um documentário do início ao fim, coloquei em prática as várias das tarefas que um jornalista pode ter na redação. Isso sem falar da temática que, por si só, já é um grande aprendizado. Espero que a narrativa do  Tudo é nós auxilie, de alguma forma, no entendimento de que a participação na política é possível e está ao alcance de todos, nas mais variadas formas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>