ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00255</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Querida Mãe</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Iraci Helena de Oliveira Falavina (Universidade Federal de Santa Catarina); Leslie Sedrez Chaves (Universidade Federal de Santa Catarina)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O relatório Education For All: Global Education Monitoring (UNESCO, 2015) reportou que o Brasil é o 8º país com maior número de analfabetos adultos do mundo. Dos 100 milhões de analfabetos pelo mundo e 36 milhões da América Latina, o Brasil abarca cerca de 14 milhões, o que representa 14% e 38,5%, respectivamente. Dentro do país, a região Nordeste ganha destaque nesse quesito. Em 2012 essa região abrigava 56,3% dos analfabetos de 15 anos ou mais, com base no Relatório de Monitoramento Global da Educação (UNESCO, 2018). A Bahia, estado de origem de minha mãe, personagem central deste trabalho, possui o maior percentual de população negra do país; porém, a grande porcentagem de negros num estado não impede a existência do racismo. Ademais, o Nordeste possui o maior número de municípios com população em situação de extrema pobreza (Censo IBGE, 2010). Além de tudo isso, o interior de uma região afetada por essas questões sociais, torna-se um ambiente ainda mais cruel para uma mulher; pois, conforme Biasoli-Alves em Continuidades e Rupturas no Papel da Mulher Brasileira no Século XX (2000, p. 235), "o processo de socialização empregado pelos adultos, para estabelecer o controle sobre o comportamento, imprime, desde cedo, na menina, a auto-restrição". Ou seja, sua criação é voltada para levá-la a acreditar que sua função é cuidar dos filhos e servir ao marido. Uma mulher negra, nordestina, pobre e de baixa escolaridade reúne aspectos de uma opressão social que a condicionou a ter pensamentos negativos sobre si mesma. O objetivo do trabalho é criar um modo mais leve de desconstruir ideias para mulheres que, assim como a personagem dessa produção, possuem preconceitos quanto às suas próprias características, como cor da pele, intelectualidade, tipo de corpo e quanto ao seu papel enquanto mulher na sociedade, o qual elas acreditam que seja restrito ao âmbito doméstico e familiar, não enxergando outras possibilidades de atuação. Buscou-se apresentar as informações do modo mais compreensível, a partir de diálogos e exemplos, como forma de dar início a um debate complexo e muitas vezes de difícil acesso para o grupo social específico ao qual o trabalho se refere e também pretende se dirigir. Esta obra partiu de um objetivo pessoal de explicar e expor situações em que as falas de minha mãe reproduziam pensamentos retrógrados e prejudiciais a ela. O Manual de Radiojornalismo: Produção, Ética e Internet, de Barbeiro e Lima (Editora Campus, 2001), explica que debruçar-se sobre pautas não factuais vai além de repetir o que já foi dito; efetivamente, aí é que está a oportunidade de criar. Tendo em vista que a maioria dos assuntos tratados não costuma ser discutida em seu círculo social, optei por levar-lhe o debate através de uma figura conhecida e familiar: sua filha. Brandão e Teixeira, em Perfil da Pobreza: Norte e Nordeste Rurais (2003, p. 3), demonstram que "as potencialidades e características do computador ganham novas dimensões, uma vez que podem fornecer acesso a ambientes propícios para a conquista e o desenvolvimento de novos conhecimentos, de interação, criação e cooperação entre as pessoas". Portanto, a partir do uso de ferramentas como o computador e a internet, e ainda das técnicas de radiojornalismo, foi desenvolvido um programa de rádio que possibilitasse o acesso a informações distantes da realidade social de minha mãe: uma mulher negra semianalfabeta, que cresceu no interior da Bahia, numa família de baixa renda que era sustentada por meu avô, dono de um minifúndio.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As pesquisas foram realizadas através de bibliografia majoritariamente eletrônica, motivada por pensamentos que a personagem costuma reproduzir. As entrevistas foram realizadas por telefone, com os professores Me. Leandro Luz Moreira e Dra. Cristina Scheibe Wolff, que serão apresentados mais adiante. Há também a presença de um de um trecho do discurso feito por Malala Yousafzai, ativista pela educação de mulheres e crianças, ao receber o prêmio Nobel da Paz em 2014, resgatado com auxílio do Youtube, afinal,  a notícia deve ser perseguida onde quer que esteja. O telefone e a Internet facilitam o trabalho do rádio (BARBEIRO, LIMA, Campus, 2001, p. 55). As músicas utilizadas foram: - Um efeito especial de violão (não identificado); - Uma batida de rap (não identificada); - Tema final do jogo Life Is Strange, de Jonathan Morali; - Geni e o Zepelim, de Chico Buarque; - Mulheres Negras, de Yzalú; - Triste, Louca ou Má, de Francisco El Hombre; - As versões instrumentais de S.L.U.T., de Bea Miller e I Wanna Write You a Song, de One Direction. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O nome do programa é o começo do texto radiofônico, que remete à construção de uma carta: um vocativo relacionado ao destinatário. O programa contou com uma edição única, sem quadros; ao longo de seu desenvolvimento, há sonoras de entrevistas e músicas, a fim de dar maior credibilidade às explicações e ilustrá-las. A trilha sonora se altera de acordo com o assunto tratado, sempre fazendo relações de modo que o sentimento passado seja coerente com a informação. O programa "Querida Mãe" é um documentário em formato de carta, cujos assuntos são introduzidos como numa conversa, de acordo com o que se  escreve e com lembranças de falas da mãe. A trilha sonora se adapta ao assunto tratado, a fim de gerar imersão e criar clima para tratar de assuntos como racismo, pressão estética, sexualidade e profissionalização. O programa possui 11 minutos de duração. A escolha do tema se deu com a necessidade de comunicar à minha mãe o quanto a imagem que ela tem de si pode ser prejudicial à autoestima dela e refletir em outros campos da sua vida. Sempre me incomodei com suas atitudes autodepreciativas e elaborar este trabalho foi um modo de conversar francamente com ela sobre assuntos dos quais não costumamos tratar. A ideia de fazer uma  carta veio do desejo de tornar o programa pessoal e mais leve para a personagem do trabalho e para a autora. Após delimitar o tema, defini os entrevistados de acordo com os assuntos. O primeiro assunto tratado é o conceito de  inteligência como algo que abrange mais do que conhecimento acadêmico. Em sequência, tem-se o debate sobre a questão errônea de que há uma obrigação da mulher em relação às tarefas da mulher. A discussão passa por padrões de beleza e termina com opressão de gênero. Mais uma vez, os assuntos são tratados com linguagem simples, a fim de atingir um público de baixa escolaridade. Em relação à sexualidade, há uma entrevista com o professor de biologia Leandro Luz Moreira, que dá aulas nos Ensino Fundamental e Médio, na cidade de Lavras, Minas Gerais. Escolhi esse entrevistado por acreditar que ele teria mais sensibilidade para explicar o assunto à minha mãe, visto que a formação dela é compatível com o nível dos alunos com os quais o professor atua. Sobre gênero, há uma sonora da professora Dra. Cristina Scheibe Wolff, do curso de História na Universidade Federal de Santa Catarina. A professora foi escolhida por ser especialista, dentre outras áreas, em História das Mulheres e Relações de Gênero, conhecimentos muito relevantes numa conversa com uma mulher condicionada a viver de acordo com a estrutura patriarcal vigente. O software utilizado na edição do trabalho foi o Adobe Audition CC 2018. A sonora de Malala Yousafzai e as músicas foram coletadas do site Youtube. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>