ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00394</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Ousadia e Resistência: a luta das mulheres feministas no campo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Kelin Regina Wirth (Universidade Comunitária da Região de Chapecó); Ana Paula Bourscheid (Universidade Comunitária da Região de Chapecó)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Aproximadamente 14 milhões de mulheres no Brasil moram no campo. 500 mil delas só em Santa Catarina, de acordo com dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. Para mudar a realidade da submissão feminina em relação ao homem, algumas mulheres começaram uma verdadeira luta pela libertação e pela conquista de direitos básicos. Essa luta tem como base o feminismo camponês. A reportagem multimídia apresenta as histórias de quatro mulheres residentes nos municípios de Chapecó e Quilombo, no Oeste Catarinense. O campo é um lugar machista, onde tudo é mérito dos homens. Isso se deve, em partes, pela forma de distribuição dos bens e serviços desde a época colonial. Lucilene de Freitas Baeta Diello em seu artigo  A Representação do feminino no campo: Perspectivas da invisibilidade , publicado em 2017, reafirma isso quando diz que ainda estamos nos desvencilhando deste sistema dominado pelo patriarcalismo, levando em consideração que esse é um processo histórico, que nos acompanha desde o início da nossa colonização. Essa organização de luta por igualdade é uma discussão contemporânea, que marca um novo momento na história. Nas zonas rurais, especificamente Chapecó e região Oeste de Santa Catarina, o movimento de libertação das mulheres iniciou nos anos 1980, com a organização de algumas mulheres de diferentes movimentos sociais. Para entender a origem do movimento feminista no campo, foram entrevistadas integrantes do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). A produção de uma reportagem multimídia sobre a luta do movimento feminista nas zonas rurais dos municípios de Chapecó e Quilombo é o objetivo principal da reportagem multimídia, mostrando a luta das mulheres camponesas que são engajadas com o movimento feminista nestes municípios, compreendendo o movimento feminista nas zonas rurais destas cidades e apresentando as mulheres feministas do campo sem os estigmas e pré-conceitos em relação aos seus trabalhos e sua luta constante na sociedade. Números da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina (SSP/SC) mostram que mais de 52 mil mulheres foram vítimas de algum tipo de violência em 2017. Caracteriza-se como violência, de acordo com a Lei Maria da Penha (11340/06 | Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006), em seu artigo 50,  qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial , como consta na constituição brasileira. Esse dado equivale a mais de 10% da população feminina total. Para lutar contra a violência e a diminuição do papel da mulher na sociedade, as mulheres têm se mobilizado. O movimento feminista no Brasil ganhou força na década de 70, e pode ser caracterizado principalmente pela luta de igualdade de gênero. A proposta desta deste projeto é retratar o esse movimento nas áreas rurais de Chapecó e Quilombo. Em Chapecó, 6.970 mulheres vivem na zona rural, de acordo com dados do último censo demográfico realizado pelo IBGE, no ano de 2010. Em Quilombo são 2.154 mulheres morando no interior, ainda de acordo com dados do IBGE. Estas cidades registraram, respectivamente, 2020 e 79 casos de violência contra a mulher em 2017, sem distinção de zonas urbanas e rurais, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina (SSP/SC). O Movimento das Mulheres Camponesas é um dos que lutam para que esses números diminuam. A ideia de produção de uma reportagem multimídia tem como base a definição de Raquel Longhi, em seu artigo  O turning point da grande reportagem multimídia de 2014, que esclarece que esta modalidade de produção é composta por texto com mais de quatro mil palavras. A proposta de desenvolver o produto midiático surgiu partir de relatos de mulheres que residem no campo e que frequentemente são desafiadas a provar que são capazes de realizar algumas atividades, pelo simples fato de serem mulheres.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Depois de definir o tema, foi necessário pensar como o assunto poderia ser compartilhado com outras pessoas, tendo em vista que em Santa Catarina o número de homicídio de mulheres cresceu quase 50% em dez anos, de acordo com o Atlas da Violência 2018, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Desta forma, chegou-se à conclusão de produzir uma reportagem multimídia na internet para atingir o maior número de pessoas possível. Ficou definido que seriam contadas histórias de algumas mulheres que vivem o feminismo nas zonas rurais do Oeste Catarinense. A primeira referência para elaboração deste produto, foi a reportagem  Sozinhas , da jornalista do jornal Diário Catarinense, ngela Bastos. Os textos da reportagem são em formato de perfil e com tom literário. Para construir perfis, é preciso realizar entrevistas. Dentro do jornalismo existem, de acordo com Edgar Morin, parafraseado por Cremilda de Araújo Medina no livro de 1983,  Entrevista: O diálogo possível , na página 14, quatro grandes tipos de entrevistas, de ritual ou rito, entrevista temática, testemunhal e em profundidade, que foi a utilizada para a produção desta reportagem. A partir dessas definições, iniciou-se a busca pelas personagens. Foi realizado contato com a Movimento de Mulheres de Camponesas de Chapecó e nos dias 16 e 17 junho, houve o acompanhamento de um encontro da direção do MMC/SC, para conversar com algumas mulheres e saber quem seriam as personagens da reportagem. Deste encontro surgiram todas as quatro entrevistadas e de uma das fontes oficiais. O processo de inserção no cotidiano delas aconteceu durante um dia com cada uma. A primeira entrevista aconteceu em Chapecó, no fim de semana dos dias primeiro e dois de setembro de 2018 com a entrevistada Zenaide. Foram utilizadas duas câmeras, um tripé, um microfone de lapela e um bloco de anotações. Sirlei Antoninha Kroth Gasparetto é outra personagem. Depois do primeiro encontro, no mês de junho, foram mais três para só então, marcar um horário para a entrevista. Apesar de ser a mais curta das entrevistas, houve registros importantes dela no ato  ele não , no dia 29 de setembro de 2018. Uma das fontes oficiais, foi a professora e pesquisadora da Universidade Federal da Fronteira Sul, Valdete Boni, indicada por amigos que conhecem seus estudos sobre o feminismo camponês. A entrevista com Valdete aconteceu na sua sala na universidade em Chapecó. Na cidade de Quilombo foram realizadas duas entrevistas. Os equipamentos utilizados para registro foram duas câmeras. As entrevistas foram no mesmo fim de semana, dos dias 15 e 16 de setembro. O primeiro dia foi com Elizangela Fornazier. Durante a manhã e tarde ela, seus filhos e seu parceiro foram acompanhados na sua rotina. A entrevista, que foi registrada em vídeo, aconteceu no fim da tarde. Muitas informações surgiram de forma orgânica no decorrer do dia. A chegada na casa de Justina Inês Cima ocorreu no sábado ao fim da tarde. Como era época eleitoral e Justina estava participando da campanha, o trajeto que ela e seu companheiro fizeram no domingo pela manhã também foi registrado. Durante a tarde aconteceu a entrevista, também em vídeo. Outra fonte oficial foi Noeli Welter Taborda, representante nacional do MMC em Santa Catarina. A entrevista foi realizada via Skype e gravada através de um aplicativo. Por conta disso, o áudio e as imagens ficaram com uma qualidade baixa e durante o texto foram utilizadas as falas transcritas. No fim de setembro iniciou o processo de decupagem, seguindo até o mês de outubro. Entre o final de outubro e início de novembro, os textos foram produzidos sob orientação da professora Ana Paula Bourscheid. O layout foi estruturado na plataforma online Wix. Os principais motivos que levaram a escolha desta plataforma foi o fato de ela ser gratuita e oferecer o formato responsivo na publicação do site.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Caracterizada como uma reportagem multimídia - por contar com mais de quatro mil palavras e por conter mídias audiovisuais e links, como define Raquel Longhi em 2015, no seu artigo  A grande reportagem multimídia como gênero expressivo no ciberjornalismo - a hospedagem do site utilizado é gratuita, pois a manutenção de um site pago ultrapassa os limites de gastos propostos. A reportagem é em formato de perfil, utilizando da história de quatro mulheres para dar forma aos textos e aos dados que dão caráter jornalístico. Essas histórias estão divididas em cinco capítulos, identificados por títulos criados a partir das falas das personagens e de fontes científicas e oficiais. O leitor pode acompanhar as histórias apenas com o rolar do scroll, pois os textos estão em sequência, seguindo o formato longform, ou texto longo. Este tipo de texto foi escolhido depois de encaminhar algumas reportagens multimídia para amigos que não entendem sobre a parte técnica, perguntando qual foi a reportagem mais fácil de ler, com base na disposição do texto. A maioria respondeu que prefere uma leitura continuada e intuitiva, sem clicar em outros pontos da tela para conhecer a próxima história. Outro aspecto importante dessa reportagem multimídia, é que ela foi pensada para trabalhar de forma responsiva, ou seja, se adaptando aos tamanhos das telas de celulares, tablets, iPads ou computadores, como destacam Raquel Ritter Longhi e Kérley Winques no artigo  O lugar do longform no jornalismo online: Qualidade versus quantidade e algumas considerações sobre o consumo , publicado em 2015. A decisão de utilizar a responsividade se deu pelo fato de que 98% da população brasileira usa o smartphone para acessar conteúdos, de acordo com o último relatório Dimension 2018, divulgado pelo Kantar Ibope Media. A primeira parte da reportagem traz dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil que mostram quantas mulheres residem no campo, em escala nacional, estadual, regional e local. Além das informações encontradas em bases de dados, foram fundamentais as participações da professora da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus de Chapecó, Valdete Boni para explicar um pouco mais sobre o contexto feminista no campo no Oeste Catarinense e da representante Nacional do MMC em Santa Catarina, Noeli Welter Taborda, para entender o processo de formação feminista dentro do movimento e como ele saiu dos encontros para as propriedades. Todas as falas estão destacadas no decorrer da reportagem. Durante o primeiro texto, encontra-se na íntegra a carta feita pelo MMC na 11ª Assembleia Estadual do Movimento, que aconteceu em Xaxim/SC, no mês de agosto de 2010. Ela está dividida em quatro partes dentro de uma caixa interativa, onde para acessar a próxima parte, basta arrastar para o lado, ou clicar na seta indicativa. Na capa do site, há uma faixa com o nome da reportagem, ao fundo uma das personagens caracterizada como camponesa, com um chapéu de palha na cabeça e com a bandeira do MMC em punho. As imagens foram capturadas no dia do ato  #elenão , que ocorreu em Chapecó no dia 29 de setembro de 2018, contra a candidatura de Jair Messias Bolsonaro à presidência nas eleições do referido ano. Os dados dos institutos estão distribuídos no decorrer do texto, associados às falas das fontes. Os capítulos recebem títulos próprios, associados ao feminismo e à mulher. Os textos seguem o formato de perfil com inserção de falas das personagens escritas e em vídeo, onde as falas mais relevantes estão neste formato. Durante a reportagem escrita, são inseridos os recursos multimídias, para que o texto não seja maçante e cansativo. Esses recursos complementam a história, mas, se vistos separados, não perdem o contexto. Dentro da plataforma cada novo capítulo é identificado por duas cores, branca e lilás, intercaladas, escolhidas propositalmente por remetem tanto ao feminismo quanto ao Movimento de Mulheres Camponesas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>