ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00406</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO15</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Melanina preta: Minoria?</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Jaqueline Kátia de Oliveira (Universidade Estadual do Centro-Oeste); Jéssica Aparecida Meheret (Universidade Estadual do Centro-Oeste ); Ágata Camila Santos Neves (Universidade Estadual do Centro-Oeste ); Gilson Boschiero (Universidade Estadual do Centro-Oeste )</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Desde o achamento do Brasil, no ano de 1500, o poder eurocêntrico se concentrou na conquista de territórios e na total exclusão das minorias, como o povo indígena e o povo africano, que foram trazidos para serem escravizados em meados dos anos 1539 a 1542. O mito da democracia racial embasado no processo de formação social miscigenado, principalmente no Brasil, ainda difunde a crença de extinção completa do racismo, entretanto, comumente são vistas atitudes que inferiorizam e deterioram a imagem afrodescendente. Segundo o cientista social Antônio Sérgio Alfredo Guimarães (1999), o racismo é uma construção social difundido culturalmente no Brasil, ou seja, aplicado em ambientes familiares, escolares e principalmente midiáticos. Isso faz com que parte da sociedade cresça com uma visão retrógrada, e considere atitudes discriminatórias como algo normal, já que convivem com isso diariamente. Desde a idealização do produto até a execução, trabalhar com a história e todos os pontos que intensificaram o racismo no Brasil foi um dos principais intuitos da equipe composta por três acadêmicas do curso de Jornalismo, da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro. Sabe-se que mesmo com a suposta igualdade determinada pela Constituição Federal, válida no Brasil desde 1988, ainda há muita desigualdade social, de gênero e racial no país. A construção do preconceito é transpassada desde o período colonial brasileiro até os dias atuais, e é esta a realidade explorada no produto radiofônico  Melanina preta: minoria? . O intuito do radiodocumentário Melanina preta: minoria? é contextualizar as origens de tradições racistas enraizadas desde a formação territorial e populacional brasileira. Além disso, mostrar a realidade de tal grupo e a busca pela representatividade negra, contando histórias por meio de depoimentos, narrações e trilhas e resgatando partes da tradição perpassada entre gerações. O trabalho buscou apresentar depoimentos de pessoas que lidam com o preconceito desde a infância e como isso afeta na construção identitária e na autoestima afrodescendente. O rádio pode contribuir para melhorar a qualidade de vida da população. Além de informar e entreter, Cyro César (2005) destaca que, entre outras funções, este meio de comunicação pode estimular o interesse da população por assuntos, eventos e contribuir para melhorar a cultura e a educação. Considerando o alcance do rádio e a capacidade de gerar interação entre as pessoas, o radiodocumentário Melanina preta: minoria? vem como uma proposta de despertar interesse nos ouvintes para uma narrativa que desenha boa parte da construção territorial e populacional brasileira: o racismo e a invisibilidade negra. Uma pesquisa de opinião realizada pela Fundação Perseu Abramo em 2003 (Santos & Silva, 2005), demonstrava que 87% dos brasileiros admitiam que existia racismo no Brasil, contudo apenas 4% se reconheciam como racistas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população negra é a que mais sofre com a desigualdade e a violência no país. Considerando o Atlas da Violência do ano de 2017, esta mesma população é a maioria (78,9%) de 10% dos indivíduos que possuem maior chance de serem vítimas de assassinatos. Os dados atuais demonstram que o tema continua sendo relevante, justificando a escolha para ser abordado na produção do radiodocumentário em 2018. Este radiodocumentário tem a pretensão de contextualizar o racismo no Brasil, e identificar que mesmo após o fim da escravização dos negros, dado pela Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, a exclusão de tal povo e cultura é enraizada no esquema estrutural do país. Além disso, mostrar que os espaços estão sendo ocupados pelos afrodescendentes, que por meio da resistência e sentimento de luta, buscam perpetuar as tradições e crenças de seus antepassados.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo Ferraretto (2001, p.57) o documentário radiofônico apresenta determinado tema em profundidade. Baseia-se em uma pesquisa de dados e de arquivos sonoros, reconstituindo ou analisando um fato importante. Inclui, ainda, recursos de sonoplastia, envolvendo montagens e a elaboração de um roteiro prévio. Este radiodocumentário percorreu todas essas etapas, a começar pela definição do tema. Como parte da disciplina de Rádiojornal Laboratório, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Centro-Oeste, os acadêmicos do 4º semestre tiveram como objetivo produzir um produto radiofônico no formato de documentário, com temas livres. Para a elaboração dos produtos, a turma foi dividida em grupos, com objetivo de diversificar os temas. A produção iniciou em sala de aula, a fim de definir as pautas de cada grupo, ficando decidido que um dos grupos trabalharia com o tema racismo e representatividade afrodescendente. O trabalho foi orientado pelo professor Gilson Boschiero, responsável pela disciplina de Radiojornal Laboratório. Foram desenvolvidas as pesquisas de levantamento de dados que, posteriormente, foram utilizados na captação de depoimentos e na construção da narrativa presente no radiodocumentário. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O radiodocumentário Melanina preta: minoria? trata da representativa negra na sociedade brasileira marcada pelo racismo e pela desigualdade social. O produto totaliza 18 32  de duração, e está disponível no canal Gorpacast, no Youtube, e também, na plataforma musical SoundCloud. Para a elaboração do produto, fez-se necessário uma imersão ao tema tratado, além de uma análise histórica do povo negro no Brasil desde a sua chegada até os dias atuais. A partir disso, conversamos como uma historiadora e com um psicólogo, traçando as principais características internas e externas que dão forma ao preconceito racial no país. Posteriormente, selecionamos nossos personagens e captamos os depoimentos. Ao todo, foram entrevistadas nove pessoas, incluindo dois profissionais já citados, e sete depoimentos de pessoas vítimas do racismo. Para os depoimentos, foram escolhidas afrodescendentes de diferentes faixas etárias que vivenciaram situações de injúria racial durante a vida, que contam experiências próprias, de amigos ou de familiares, negros que compõem a militância, artistas e uma pessoa branca que admite sua atitude racista em determinada situação. As falas foram todas gravadas usando um celular LG K220. Feitas todas as entrevistas, as acadêmicas iniciaram, em conjunto, as decupagens dos áudios e montagem do roteiro. Tomou-se um cuidado especial com as trilhas, buscando sempre adequar as letras das músicas escolhidas com as histórias narradas. A gravação dos off s foi realizada no estúdio de rádio do Departamento de Comunicação Social da Unicentro, e a edição foi feita pelo grupo usando o programa da Adobe (Audition), em um notebook da Acer. O produto foi constituído com um instrumental de introdução e 8 trilhas, alternadas entre voz e instrumental, os depoimentos, os off s e as entrevistas. A trilha de abertura escolhida foi Hallelujah, interpretada instrumentalmente por Sheku Kanneh-Mason, violoncelista britânico, que ganhou o prêmio BBC Young Musician no ano de 2016. Em 38 anos desde a criação do prêmio, Sheku foi o primeiro negro a ganhar. Além de ser uma trilha instrumental que se adequa ao produto radiofônico, já busca-se logo no início abordar os espaços e formas em que o afrodescendente tenta ascender. A primeira trilha é Negro não nego (MC Mestiço, 2015), foi escolhido o trecho inicial por tratar da aceitação da origem afrodescendente e de lutar por espaço. Como trilha de fundo para o primeiro bloco, optou-se por Yo Ma Kathryn Stott (The Swan Saint-Saens, 2015), apenas pela sua sonoridade que se encaixa com o tema, trabalhando com as emoções do público. A música de Bia Ferreira e Caru Bonifácio intitulada Negra tinta (2018), foi usada por trabalhar com o empoderamento e a ocupação dos negros na sociedade. Outra música de Bia Ferreira utilizada foi Cota Não é Esmola (2018), que traduz o sentimento de embate a uma sociedade que coloca o racismo como vitimismo. A introdução de Racionais, A vida é desafio (2002), feita pelo Mano Brown, foi usada para contextualizar as etapas que o afrodescendente precisa enfrentar, em um lugar onde o racismo é estruturado, buscando uma realidade igualitária a qual é prometida. A quinta trilha utilizada é do Nzumba, chamada Preto problema (2016). Ela serviu como uma entrada para o depoimento do artista que compôs a música sobre acontecimentos da sua vida que o marcaram relacionados ao racismo e ao preconceito. A sexta trilha, é do grupo de RAP Inquérito, intitulada Eu só peço a Deus (2018) que aborda a escravidão e demonstra a existência dela nos dias atuais. A sétima trilha utilizada foi Bonecas Pretas (2016) de Larissa Luz, usada para representar os depoimentos sobre a falta de representatividade na infância e as consequências disso na vida adulta. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>