ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00407</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Limitações, lutas e vitórias: a História das Mulheres na Política</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Daiara Souza Ribeiro (Universidade Estadual do Centro-oeste); Lucas Sidor Herdt (Universidade Estadual do Centro-Oeste); Mayara Maier (Universidade Estadual do Centro-Oeste); Gilson Aparecido Boschiero (Universidade Estadual do Centro-Oeste)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Mais que uma prática de cidadania, o voto pode ser um divisor de águas na história de uma cidade, estado ou país. No entanto, no Brasil, este direito de escolha por muito tempo ficou restrito aos homens. As mulheres só conseguiram exercer seu direito ao voto, de maneira efetiva e amparada por leis constitucionais, em 1946. Apesar da tardia inclusão do sexo feminino na obrigatoriedade ao voto, a luta por ter direitos políticos iguais aos dos homens começou muito antes. As diversas tentativas de inclusão não partiam apenas da ideia de escolher seus representantes, mas de serem também peças fundamentais no que diz respeito a representatividade feminina dentro das assembleias e do poder executivo. Até 1920, os direitos das mulheres se limitavam à cuidar da casa e dos filhos. De acordo com Noremberg e Antonello, Anais do Seminário Nacional Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea (s.n., 2016) a mulher sempre foi símbolo de sensibilidade e delicadeza sendo considerada a rainha do lar. Porém, o que não se mostrava era a vontade que essa mulher tinha de deixar essa imagem para trás e conquistar seu espaço dentro da sociedade. A luta para votar e ser votada foi sendo construída ao longo de mais de um século, se considerarmos que as primeiras iniciativas em favor da igualdade dentro da política brasileira datam de 1880. Esse retardamento se deve muito em função das características da sociedade brasileira, que ainda hoje preserva fortes traços conservadores e patriarcais. A primeira mulher a exigir direito ao voto, foi Isabel de Mattos Dillon. Ela era dentista e aproveitando da formação, evocou a Lei Saraiva, que permitia o voto à pessoas que tivessem títulos científicos e conseguiu assim, exercer o voto. No entanto, o mesmo não foi validado. É perceptível que a participação feminina na política nunca esteve entre as pautas necessárias, pelo contrário. Durante o século XX houve de fato avanços que ampliaram a inserção da mulher enquanto tomadora de decisão, mas junto a esses avanços, vieram também as restrições que de certa forma cortavam de imediato os resultados esperados pelas mulheres. A História delas na política revela um passado e um presente difícil. Porém, muitos direitos foram conquistados, através de muitas lutas. Um caminho longo até conseguir uma representação feminina no meio político. Foi pensando nisso que o programa especial Limitações, lutas e vitórias: a História das Mulheres na Política foi planejado e executado. O objetivo do programa é mostrar não apenas às mulheres, mas a toda a sociedade, como o sexo feminino tem lutado ao longo de mais de um século, para ter direitos políticos iguais aos do masculino. A Declaração Universal dos Direitos Humanos assegura que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade." Demorou muito para que o poder se tornasse algo também feminino e mesmo com todos os direitos garantidos, atualmente, as mulheres ainda sofrem muito com a falta de representatividade na sociedade. Procuramos contribuir com a inclusão das mulheres no meio político, incentivadas pelo conteúdo apresentado no programa, que conta com a descrição histórica dessa luta, bem como o momento atual. Para além dos objetivos do conteúdo da produção laboratorial aqui apresentada, o programa especial produzido na disciplina de Radiojornal Laboratório, tem por finalidade pôr em prática a teoria, para tanto, todos os participantes do programa participaram de todas as etapas de produção, desde a gravação das entrevistas até a edição final do produto.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Cyro César em sua obra Rádio, a mídia da emoção (Summus, 2005) vai definir o Rádio como um veículo de comunicação de massa, ou seja, um meio que consegue atingir um público numeroso, anônimo e heterogêneo. Desta forma, o Rádio se credencia a receber como ferramenta de grande importância quando se fala em pautas de interesse coletivo ou de grupos que não tem voz em demais espaços da sociedade. No momento em que se inicia a busca por direitos políticos por parte das mulheres, o rádio nem se quer existia, no entanto, não há dúvidas da contribuição que este veículo pode dar a esta demanda. Para Cyro César, no livro Como falar no rádio (Summus, 2009), a grande vantagem do rádio, e que é decisiva na atribuição do seu potencial enquanto meio de comunicação de massa, é ser um meio que dispensa a necessidade de leitura por parte do público. Por isso consideramos o valor do programa radiofônico no sentido de levar essa demanda a públicos que não tem acesso a outros veículos de comunicação. Esta importância se justifica também nas palavras de Marcelo Parada, em Rádio: 24 horas de jornalismo (Panda, 2000), quando ele aponta a mobilização da comunidade como uma das principais finalidades do rádio, sendo que os temas abordados durante a programação podem colaborar para a discussão das soluções de alguns problemas, propondo alternativas. Consideramos a inclusão da mulher no meio político um problema social, que demanda ações provenientes de diferentes esferas da sociedade. Uma delas é a comunicação em geral, e optamos pelo rádio justamente pela abrangência e a possibilidade de um diálogo mais informal com os ouvintes. No entanto, essa questão do feminino como integrante da vida pública, enfrenta barreiras que tem origens na estrutura da sociedade brasileira, historicamente dominada por homens. Klanovicz e Moreira em Estudos de Gênero em Perspectiva (ANPUH-PR, 2016, p.35) trazem uma objetiva explicação com relação às limitações impostas às mulheres em diferentes âmbitos da sociedade: ...] a benemerência feminina se origina num dos pilares da limitação social e política das mulheres que é a ideologia da domesticidade, bem como na concepção de natureza feminina, que estabeleceria o lugar das mulheres como sendo restrito à casa, o casamento e à maternidade. Em todo o processo buscamos aliar a teoria e a prática, de forma que a produção não seguisse apenas as demandas mercadológicas, no que diz respeito a um possível valor comercial do produto. Mas, de forma que o programa pudesse contribuir socialmente para a participação efetiva das mulheres na política e consequentemente nas decisões importantes para a sociedade da qual elas fazem parte. Segundo dados disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral , das 9.204 mulheres que concorreram nas Eleições Gerais em 2018, apenas 290 foram eleitas. Em relação a 2014, o aumento foi de 52,6%. Muitos avanços foram conquistados, mas muitos ainda são necessários. O trabalho teve início com a escolha do assunto e uma vez definido, partimos para a pesquisa. Por se tratar de um tema que possibilita uma gama de abordagens, entendemos que seria preciso definir o que abordar dentro da temática: mulheres e política. Desta forma definimos que o programa teria três blocos e que em cada um deles teria um enfoque do tema escolhido. Apuramos quais seriam os entrevistados que poderiam contribuir efetivamente com o programa. Feitas as entrevistas e escolhidas as trilhas, foi construído o roteiro, feita a gravação em estúdio e a edição final do produto. Totalizando, aproximadamente, 10 horas de produção. As entrevistas foram feitas com aplicativos de gravações para smartphones, sendo três delas gravadas pessoalmente e uma via ligação telefônica pela impossibilidade de deslocamento até Curitiba, onde a entrevistada reside. As locuções foram gravadas no estúdio de rádio da Universidade Estadual do Centro-Oeste - Campus Santa Cruz. A edição do programa foi feita no programa Audition da Adobe Inc.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa especial Limitações, lutas e vitórias: a História das Mulheres na Política possui três blocos e três apresentadores. Nesta divisão, abordamos diferentes temáticas da discussão. O primeiro bloco inicia com um trecho do poema  Assim eu vejo a vida de Cora Coralina , que introduz o tema que será apresentado. Para falar sobre o processo que permitiu a inserção das mulheres dentro desse universo, convidamos a professora Cerize Aparecida Nascimento Gomes, mestre em História dos Movimentos Sociais. No primeiro bloco utilizamos a música  Triste, louca ou má da cantora e compositora Juliana Strassacapa da Banda Francisco, el Hombre. A letra da canção, fala de uma mulher que resolve subverter os padrões da sociedade, preferindo viver só. Escolhemos essa trilha justamente por falar dessa quebra de padrões e de buscar revolucionar o papel da mulher na sociedade, evidenciado no trecho:  Prefiro queimar o mapa/ Traçar de novo a estrada/ Ver cores nas cinzas/ E a vida reinventar . Sobre a legislação, no segundo bloco, entrevistamos a advogada, mestre em políticas públicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e presidente do Instituto Política por.de.para Mulheres, Ana Cristina Aguilar Viana. Utilizamos a música  Pagu da cantora e compositora Rita Lee que faz referência a escritora, jornalista e militante política, Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagu. Ela foi a primeira mulher presa por motivações políticas no Brasil, o que justifica a escolha da trilha. A letra da canção fala sobre esteriótipos criados sobre as mulheres. No terceiro bloco falamos sobre as conquistas e as dificuldades das mulheres no ambiente político. Aqui focamos em Guarapuava, cidade onde o programa foi produzido. Entrevistamos as vereadoras Terezinha dos Santos Daiprai (PT) e Maria José Mandu Ribeiro Ribas (PSDB). As duas falaram das dificuldades que enfrentam na Câmara Legislativa, que é composta por 21 vereadores, sendo apenas duas mulheres. Para encerrar, usamos  Mulamba , composição de Amanda Pacífico e Cacau de Sá, membros do coletivo feminino curitibano Mulamba. A letra fala de mulheres que marcaram história, e é um grito de revolta contraas injustiças e violências praticadas contra as mulheres. O programa foi finalizado com 17 minutos e 33 segundos. Segundo Joan Scott (1990 p.11-12), em Preface a gender and politics of history e Gênero, a diferença entre os sexos é produzida socialmente e se constitui nas relações de poder construídas de forma desigual privilegiando o sujeito masculino. Nesse sentido, falar da História das mulheres na política é falar de um passado de limitações, lutas e vitórias, mas, principalmente, de desigualdade. A condição de inferioridade das mulheres se refletia em todos os espaços da sociedade e que ficava mais evidente na política. Segundo Judith Butler, em seu livro Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade (Civilização Brasileira, 2003, p.18), para o feminismo o desenvolvimento de uma linguagem capaz de representá-las de forma completa ou adequada se tornou uma necessidade, a fim de promover a visibilidade política das mulheres. Por esse motivo, a luta é legítima no sentido em que  a representação serve como termo operacional no seio de um processo político que busca estender visibilidade e legitimidade às mulheres como sujeitos políticos (BUTLER, 2003, p.18). Para Maria A. Telles, em A Breve história do feminismo no Brasil,  a luta pela emancipação da mulher não está em momento nenhum desvinculada da luta pelas soluções dos problemas gerais da sociedade (TELLES, Brasiliense, 1993. p.17), ou seja, das questões políticas. Há muitos fios entrelaçados no processo de subjetividade feminina. Entretanto, o programa especial apresentado, serve como um incentivo para que outras produções assim sejam elaboradas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>