ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00497</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP13</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Mostra (In)visível: o mundo através da percepção de pessoas com deficiência visual</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Julia Silva Fermiano (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Carolina Lemos Sias (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Gregory Furtado (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Cleiton Michael Lima (Escola Superior de Propaganda e Marketing )</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Fundada em 16 de dezembro de 1984, a União de Cegos do Rio Grande do Sul (UCERGS) é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, com sede na cidade de Porto Alegre/RS, que presta auxílio a crianças, adolescentes, adultos e idosos com deficiência visual, dando suporte também a seus familiares. A União foi desenvolvida a partir do desejo em comum, entre outras sete pessoas nesta condição, de criar um espaço de aprendizado, uma escola adaptada e de convivência entre a comunidade cega. O projeto Escola de Educação Inclusiva propõe oferecer escolarização, formação e treinamento profissional às pessoas cegas com recursos, técnicas e métodos apropriados diferenciando-se das escolas comuns, estando aberta aos alunos da comunidade em geral, com o intuito de promover uma maior integração social. Devido às dificuldades financeiras, o projeto da escola adaptada permanece em andamento. Atualmente, a ONG presta serviços a comunidade cega através de atividades de vida autônoma e social (AVAS), orientação e mobilidade, informática, atendimento psicológico, oficina de violão, oficina de braile, além da biblioteca em braille e áudio. Neste cenário, a UCERGS participa de eventos que pautam assuntos sobre pessoas com deficiência visual, articulando e construindo políticas com foco na causa de prejuízo visual, por meio dos Conselhos municipais e estaduais, além de sua participação nas federações rio grandense e brasileira das entidades de e para cegos. Promove a habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência visual, através da educação e assistência social é a sua missão, contribuindo para uma sociedade mais participativa e buscando ser referência na inclusão social plena de pessoas com deficiência visual. Como parte do projeto da disciplina de Campanha Institucional e Governamental, ministrada pelo Prof. Rodrigo Valente, do curso de Publicidade e Propaganda da ESPM-Sul, a ONG UCERGS foi escolhida pelos autores do projeto para ser tratada como cliente real. Para isto, foi necessário assessorar a instituição com o desenvolvimento de uma campanha de mídia alternativa. Optou-se por aplicar a metodologia de comunicação integrada, uma vez que esta busca estabelecer uma relação entre as ações das diversas áreas de uma organização, evitando sobrepor tarefas, com o intuito de integrar tais atividades aos objetivos gerais e específicos de cada projeto, conforme Lupetti (2012). Adotada no presente trabalho, tal metodologia auxiliou a eleger os público, seus respectivos objetivos e estratégias. Com o apoio de uma mídia alternativa, foram realizadas as demais ações. A partir da escolha da instituição, o projeto consistia em: entender os problemas da instituição; elaborar de uma estratégia; executar o planejamento e mensurar os resultados. Estas etapas formaram o desenvolvimento da ação, que detinha a finalidade de alcançar resultados mensuráveis plausíveis às necessidades da União. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para entender as necessidades da ONG, a primeira etapa do projeto foi a realização de uma pesquisa qualitativa com os públicos envolvidos na organização: diretoria, usuários, familiares, funcionários e voluntários. A natureza qualitativa da pesquisa se deu por esta propiciar uma compreensão do contexto que a ser analisado, indo além de dados estatísticos.  A pesquisa qualitativa e&#769; projetada para dizer ao pesquisador como (processo) e por que (significado) as coisas acontecem de determinada forma. (COOPER E SCHINDLER, 2016, p. 145). Com relação à amostragem, esta é de tamanho menor se comparada à quantitativa, devido ao ponto de saturação das respostas. Cooper e Schindler (2012) denominam a amostra qualitativa como amostragem não probabilística e, dentre os denominados tipos comum, o presente estudo usou a amostragem por conveniência, fundamentada pelos teóricos como a seleção de qualquer indivíduo disposto a participar. Para realizar as entrevistas em profundidade, aplicou-se um questionário estruturado com doze questões base utilizadas para posterior análise de conteúdo. Com a intenção de captar as opiniões mais diversas, foram entrevistados três membros de cada público. A partir de leitura flutuante dos dados coletados, notou-se que os usuários, em sua maioria, relataram que, apesar das adversidades, a instituição realiza um trabalho cuidadoso e prestativo, fomentando o desejo de participação no crescimento da ONG. Esta relação de carinho entre as partes foi valiosa para o desenvolvimento das estratégias e do conceito da campanha. Analisando as entrevistas com dirigentes e funcionários da UCERGS, percebeu-se que não há interação do público interno com a comunidade local. Neste cenário, realizou-se uma pesquisa quantitativa com este público, buscando elencar elementos que confirmassem os motivos deste distanciamento. Os resultados apresentados comprovaram o desconhecimento da comunidade a respeito da ONG. Em contrapartida, o percentual de interessados em conhecê-la e ajudá-la se equiparou à esta falta de informação. Constatou-se, então, que as ações promovidas pela União eram unicamente voltadas ao público frequentador do local. Deste modo, os autores perceberam a necessidade de aproximar e integrar os públicos com e sem deficiência visual, promovendo o fortalecimento da causa defendida pela UCERGS: um posicionamento empático para ambos os públicos foi a solução definida. Objetivando compreender melhor a situação atual da ONG e o ambiente em que se insere, foi realizada uma análise a partir da matriz SWOT. Segundo Kotler (2012), a matriz é necessária para acompanhar tendências e mudanças relevantes no ambiente em que a empresa está inserida, além de identificar ameaças externas que a organização pode sofrer. Com a construção da matriz, analisou-se e conclui-se que a instituição sofre com diversas dificuldades, culminando uma situação de instabilidade. Desta forma, os problemas foram classificados com central e secundário. A falta de recursos financeiros, que impossibilita a retomada na construção do edifício e a contratação de mais funcionários seria o problema central. Já o secundário surgiu pela falta de visibilidade, onde: poucos cegos conheciam a ONG, há baixo o índice de usuários, a comunidade local contidamente conhece a União e poucos usuários percebem a oportunidade de retribuir o acolhimento recebido. A partir do diagnóstico, os autores avaliaram os problemas e perceberam que não haveria tempo hábil para solucionar o problema central dentro do prazo estabelecido pela disciplina Campanha Institucional e Governamental, tampouco haveria condições resolvê-lo com apenas uma ação de uma campanha. Portanto, o grupo entendeu que a resolução de alguns destes problemas secundários, em curto prazo, poderiam impactar o ruído central em longo prazo. Logo, o objetivo geral do projeto foi identificado como, tornar a UCERGS conhecida por seus públicos potenciais, com intuito de ampliar seus recursos pessoais e financeiros. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Criar um laço de empatia entre os públicos, com e sem deficiência visual, foi o mote para o conceito criativo elaborado: apresentar e valorizar a UCERGS a partir das histórias individuais de cada usuário da ONG. Desta forma, o bem mais valioso da instituição, que é o serviço prestado pela União, foi o foco principal, visando apresentar tal a virtude aos públicos a serem impactados. Assim, foi proposto aos usuários da UCERGS o desafio:  com auxílio de tinta, representar na tela algo que simbolize sua jornada e conte sua história . Durante a pintura, estimulou-se a criatividade dos usuários, deixando-os livres para se expressar e dividiram a motivação básica de sua escolha por aquela representação artística em particular. A ação denominada  Mostra (In)Visível: O mundo através da percepção de pessoas com deficiência visual ocorreu por 10 dias em duas instituições de ensino de Porto Alegre: ESPM-Sul e Centro Universitário Metodista - IPA. De caráter itinerante, escolheu-se tais locais em função da grande concentração e circulação de pessoas diariamente, da faixa-etária predominantemente jovem e do engajamento usual do público com questões de cunho social. A ação provocou a conexão entre os públicos, através de uma atmosfera de empatia direcionada ao público sem deficiência visual. Contextualizando as pinturas, ao lado de cada tela estava a história do pintor e o significado de sua arte. Para atender às necessidades do público com deficiência visual, decidiu-se por adaptar a mostra física em virtual. Para tal, desenvolveu-se um site com audiodescrição com as telas e histórias, junto a apresentação da ONG, objetivos e mecanismo da ação. Deste modo, tornou-se possível alcançar um número maior de indivíduos e abordar todos os públicos foco do presente trabalho. Para atrair os públicos interessados à mostra, utilizou-se de ferramentas on e offline, a partir da distribuição de cartazes nos murais das instituições de ensino sedes da exposição, bem como por divulgações nas mídias sociais online, compreendidas, segundo Costa (2017), como sites, blog, microblogs e redes sociais, através de eventos criados para cada local e data, na página do Facebook da UCERGS. A experiência foi estimulada por um leilão solidário. Após a visita, o indivíduo poderia manifestar interesse por uma das telas e realizar uma doação monetária como um lance à pintura em questão. Para tal, era necessário preencher uma ficha com os dados pessoais e sinalizar o interesse (ou não) em ajudar a ONG no futuro. Por fim, o valor da doação e a ficha eram depositados em uma urna disponível na mostra. Já no site, após preencher o formulário, o visitante era orientado a depositar o valor na conta da bancária da instituição. Seguindo o protocolo de leilões, o lance mais alto ganharia a respectiva tela. As informações dos interessados em ajudar a causa foram convertidos em um banco de dados e os lances monetários se converteram em doações para a entidade. Aos ganhadores, foi oportunizada a perpetuação do vínculo com a ONG a longo prazo, bem como da ação da mostra, visto que o quadro permanecerá em exposição em suas casas. Os lances coletados indicaram os vencedores das telas, que receberam as respectivas pinturas em um momento posterior. Durante a entrega, os ganhadores foram convidados a manifestar interesse em serem voluntários da causa. Ao final da ação, foram computados em torno de 400 visitas às mostras físicas e um total de 100 visitas no site. Os eventos do Facebook alcançaram mais de 2000 pessoas. Além de 70% dos leads responderam que têm interesse em ajudar a UCERGS no futuro. Dos 12 quadros expostos, 6 foram leiloados, o que converteu estes em voluntários em potencial. Ou seja, a campanha atingiu os objetivos estabelecidos: promoveu o reconhecimento da ONG, agregou pessoas interessadas na causa e reverteu a arte dos usuários em valor monetário para auxiliar a União em suas futuras ações. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>