ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00719</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Estrelas da Noite: Ensaio Fotográfico com um grupo de drag queens em Jaraguá do Sul</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Heloisa Dias (FURB - Universidade Regional de Blumenau); Anamaria Teles (FURB - Universidade Regional de Blumenau)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto aqui apresentado foi realizado para a disciplina Fotografia I, do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Regional de Blumenau (FURB), no primeiro semestre de 2018. Após realizar vários exercícios fotográficos com o intuito de decupar a câmera fotográfica e compreender sua regulagem, cada estudante deveria realizar um ensaio fotográfico com tema de sua escolha. Depois de finalizado, o trabalho foi apresentado em sala de aula, onde a autora defendeu a escolha de seu tema mostrando porque tal é relevante para a sociedade. Neste projeto, o assunto escolhido foi Drag Queens. Não é de agora que a cultura drag surgiu, mas sim, só agora vem ganhando tanto espaço nas mídias sociais. Na Grécia antiga, há registros de homens que personificavam a imagem feminina, buscando realizar um trabalho fiel na atuação da época, como retrata Amanajás, no artigo Drag queen: um percurso histórico pela arte dos atores transformistas (2014). E é essa a função principal de uma queen: interpretar um personagem e não ser uma opção de gênero. Por optarem pelo exagero, o estranhamento em suas montagens e por fazerem apologia à sexualidade, muitas pessoas criaram uma aversão as mesmas. Diariamente, as queens sofrem agressões físicas e psicológicas por parte de intolerantes do assunto. Por conta desta realidade, a cultura de Drag Queen tem tomado um ar de militância. E foi com esse gatilho, portanto, que a ideia deste projeto foi levada a cabo. As Drag Queens são, fazem e sempre fizeram parte da sociedade atual e, assim como toda forma de expressão, é decorrente da individualidade de cada indivíduo. Sendo assim, é relevante para a sociedade atual entender mais sobre tal movimento que vem ganhando tanta força. Juntamente com o ensaio fotográfico, foi realizada uma conversa aprofundada com quatro Drag Queens de Jaraguá do Sul, cidade do interior de Santa Catarina, abordando as dificuldades que cada uma passou e ainda passa para conseguir atuar como drag. Assim, o trabalho aqui apresentado buscou valorizar o talento de cada uma dessas Drag Queens e tirá-las da invisibilidade que muitas vezes existe na sociedade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Durante muito tempo a arte drag foi considerada uma não-arte ou até mesmo algo banal para a sociedade. Decorrente dessa visão intolerante, as Drag Queens viram-se obrigadas a se refugiarem em locais exclusivamente da comunidade LGBTS. Embora possa existir um envolvimento direto com esta comunidade, as Drag Queens não representam uma identidade de gênero e nem uma opção sexual. Segundo Amanajás, no artigo Drag queen: um percurso histórico pela arte dos atores transformistas (2014), "[...] drag queen não se trata do que o indivíduo se sente em relação a sua própria percepção [...] é, na verdade, o que esse indivíduo faz como expressão artística.". Uma das grandes incógnitas associadas as queens está relacionada a incompreensão das mesmas perante a sociedade. Para os leigos, pode até parecer apenas um homem com trajes femininos, mas a história das drags é muito mais profunda que isso. No início, as queens tinham duas possíveis personalidades, como retrata Amanajás, no artigo Drag queen: um percurso histórico pela arte dos atores transformistas (2014). A de característica secular, ou seja, a drag pagã que exercia uma função satírica, blasfemando e dando voz a sociedade (a que ainda hoje perdura) e a de característica sagrada, aquela que representaria as personagens das tragédias gregas. Com o passar dos anos, a dama pantomímica (versão drag humorística) conquistou considerável aceitação social, e um pouco mais tarde a cultura pop começou a influenciar no mundo drag, trazendo o lado glamoroso as queens. Segundo Chidiac e Oltramari, no artigo Ser e estar drag queen: um estudo sobre a configuração da identidade queer (2004), "A imagem de uma drag queen vem sempre associada aos conceitos de beleza, sedução e vaidade.". Nos anos 50, o movimento anti-homossexual se proliferou por toda mídia da época, o que afastou as drags por cerca de 15 anos. Quando as drags puderam voltar a público, na década de 70 e 80, não permaneceram só em shows em bares, mas alcançaram as rádios, a televisão e a Broadway. Atuando em filmes como A gaiola das loucas e Priscilla, a rainha do deserto, como retrata Amanajás, no artigo Drag queen: um percurso histórico pela arte dos atores transformistas (2014). No Brasil, na década de 60 as drags apareceram pela primeira vez nos jornais anarquistas e contra-governo. As Drag Queens sempre encontravam um meio de estabelecerem seu lugar. Segundo Chidiac e Oltramari, no artigo Ser e estar drag queen: um estudo sobre a configuração da identidade queer (2004), as queens tornaram-se uma dupla personalidade de seus atores, usando de postura, hábitos, ideologias e trejeitos diferentes da pessoa que lhe dá vida. São uma forma diferente de abordar sexualidade sem utilizar de conceitos depreciativos. Ou seja, uma nova forma de olhar a questão. Levando em consideração a história fascinante em que as Drag Queens sempre estiveram envolvidas e a manifestação artística em si que representam, foi decidido abordar esse tema para o projeto final da matéria de Fotografia I, na Universidade Regional de Blumenau. Durante o semestre letivo foram realizados vários exercícios para aprender a dominar vários recursos nas câmeras analógicas e digitais. Tais como abertura de diafragma, velocidade de obturador, balanceamento de brancos entre outros. Todos gradativos para que ao final do semestre fosse possível que cada aluno realizasse seu próprio ensaio fotográfico.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para realização deste projeto, foi realizada uma conversa aprofundada com as Drag Queens selecionadas e um ensaio fotográfico em um bar LGBT da cidade de Jaraguá do Sul, interior de Santa Catarina. Para realização do projeto, foi presenciada a transformação das selecionadas (desde o processo da maquiagem, do penteado e da escolha dos trajes) em um salão de beleza, local onde uma das drags trabalha como cabeleireira no dia a dia. Conforme elas se arrumavam, foi realizada uma entrevista não roteirizada para conhecer mais desse universo e para deixá-las mais confortáveis. No decorrer da conversa, foi debatido sobre o que é ser uma Drag Queen. Para elas, é uma forma de expressão genuína de quem são de verdade. Segundo Vinni, "Drag é democracia. Não importa quem você seja, se você quiser se montar você pode. Você exterioriza essa energia feminina que se tem dentro de si sem ser julgado, no meu caso, por ser um homem. Pra mim é algo libertador.". Dando sequência a entrevista, foram questionadas sobre quem poderia ser uma Drag Queen. Todas concordaram que para ser uma drag só é preciso se identificar com esse universo. "Qualquer um pode ser uma Drag Queen. Não existe uma repreensão a mulheres, travestis ou transexuais que queiram se montar, por exemplo. Ser uma queen é algo livre e sem preconceito, você só precisa querer." resposta dada por Valerie durante a entrevista. Para elas, a montagem é um meio de expressão muito livre e que não julga o artista, só abraça a arte. Para encerrar a entrevista foi realizada uma última pergunta, dentre outras não tão relevantes para o projeto, sobre o que ser uma Drag Queen representava para elas. Segundo Valentinna, ser uma drag é "Felicidade. Porque não tem um momento em que eu esteja montada e eu não fique feliz. É a forma que encontrei para fugir de toda essa realidade opressora.". Tanto para ela quanto para todas as outras, esse sentimento é o motriz para a realização desta arte, junto com liberdade e autoconhecimento. Decorrente da última pergunta, Natasha contou como ser drag a ajudou a descobrir quem ela é de verdade. "Sem a minha drag, eu não teria me descoberto como Natasha Bonetti. Foi com essa arte que eu descobri quem eu realmente sou, uma mulher transexual." Concluindo a entrevista, pode-se perceber que a arte Drag Queen é uma forma de expressão individual de cada artista. Muitas queens optam por ter uma aparência mais sensual, outras mais caricatas e outras ainda, mais cômicas. Não importa o que a drag quer passar e sim o modo como ela passa esse sentimento para o público que a assiste. Mesmo as queens que optam por só se montarem mas não realizam nenhum show específico, tem seu lugar de direito nesse mundo artístico. Para a realização do ensaio, foi utilizada uma câmera fotográfica digital reflex (Nikon D5200) com lente zoom 18-55mm. Sobre o conteúdo das fotos, foi pensado em poses que representassem a personalidade de cada drag, sendo assim, mostrando a essência de cada uma das modelos com retratos específicos. Depois da conclusão do ensaio, as fotos foram selecionadas e editadas no programa Lightroom. Na edição foi controlado o contraste, a saturação, dentre outras ferramentas em todas as fotos da mesma maneira para manter a uniformidade do trabalho. Posteriormente, o projeto foi apresentado em sala de aula, onde foi realizada a defesa criativa do mesmo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>