ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00752</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RP03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Programa Lampedusa: construindo vínculos e pertencimento com imigrantes e refugiados</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Amanda Caroline da Silva (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Marcos José Zablonsky (Pontifícia Universidade Católica do Paraná)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objeto de estudo é o Programa Lampedusa, pautado em quatro eixos metodológicos: acolher, proteger, promover e integrar a população em situação de migração. O projeto originou-se a partir de um pedido do Papa Francisco: "o enfrentamento a globalização da indiferença". Organizado pelo Observatório de Educação para a Solidariedade  Diretoria de Identidade Institucional da PUCPR, conta com o apoio de diferentes setores e cursos da Universidade, além de uma rede colaborativa externa formada por organizações públicas e privadas. O programa busca promover a cidadania e inclusão de imigrantes, refugiados e apátridas, capacitando, desenvolvendo e integrando socialmente por intermédio de cursos, oficinas e consultorias envolvendo questões sociais, direitos humanos e legislação brasileira. A comunicação é uma necessidade humana de caráter instintivo, que depende da vivência em sociedade para ser suprida. De acordo com Peruzzo (2007), é através das relações interpessoais de caráter dialógico que acontece a troca de experiências, o compartilhamento de pluralidades e o intercâmbio de saberes, fundamental para a formação do indivíduo e a construção da cidadania como um todo. A condição de cidadão é histórica e está diretamente relacionada ao protagonismo e a capacidade de articulação civil. No mundo globalizado, a cidadania se caracteriza pela liberdade individual de pensamento e expressão, participação política e direitos primordiais que asseguram a qualidade de vida e o desenvolvimento intelectual. Dada a realidade contemporânea na qual o homem é dependente economicamente e socialmente para a existência, a comunicação entra como fator determinante para o desenvolvimento do capital humano e social. Sendo assim, aqueles que são impossibilitados, apresentam dificuldade ou recusam a se comunicar e interagir socialmente, enfrentam desafios constantes. Essas pessoas são ameaçadas diariamente pela dificuldade de empregabilidade, perda de oportunidades de crescimento e exclusão social. Visando deter tal cenário, as relações públicas comunitárias podem colaborar significativamente para desenvolvimento e potencialização do processo comunicacional. Transcendendo uma questão moral, a qualidade de vida, saúde e dignidade são direitos universais de todo ser humano, criados para a promoção do progresso social e melhores condições de vida. Os movimentos sociais surgem como uma expressão da sociedade civil ao vivenciar a violação recorrente de tal permissão, que luta para resistir a exclusão e defender a inclusão social. Apesar do mundo globalizado e da revolução tecnológica que trouxe avanços sociais significativos no último século, ambos não foram capazes de impedir que cidadãos abandonem a própria nação em colapso para buscar em outro país a qualidade de vida que ali não encontraram. Nasce nessa realidade, a necessidade de ações que possibilitem a construção de vínculos e pertencimento de imigrantes, refugiados e apátridas para com a sociedade civil. Rosita Milesi, na obra Refugiados: realidade e perspectivas (Edições Loyola,2003) defende "Acolher, muito mais do que assistir, quer dizer emancipar, buscar condições e inserções culturais, jurídicas e trabalhistas que façam o refugiado não mais 'uma chaga de nosso tempo' (João Paulo II), mas um cidadão do mundo que o Brasil tenha orgulho de receber, integrar e promover". O evento busca apresentar, divulgar e exaltar a relevância do projeto, que marcou o início de uma nova era de pertencimento, ofertando cursos de língua portuguesa e informática, oficinas de gastronomia, atendimento e orientação jurídica, grupos de estudo, auxílio na inserção no mercado de trabalho, além da assistência na regularização da documentação legal.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os fluxos migratórios são consequência das desigualdades econômicas espaciais, que fomentam a busca por locais que apresentem oportunidades e setores mais dinâmicos. No contexto da migração, ainda que realizem a mesma ação de sair da origem para um novo destino, há um equívoco ao tratar do termo imigrantes e refugiados como sinônimos. Isso significa dizer que ambos têm objetivos iguais, mas motivações diferentes. O refugiado é todo aquele que, seja por catástrofes ambientais ou humanitárias, crises econômicas ou políticas, guerras ou perseguição, procura abrigo em outro Estado, que não o seu de origem. Esse se diferencia do imigrante que, por sua vez, sai da nação não por sentir-se ameaçado, mas em busca de uma melhor qualidade de vida, trabalho ou educação. De maneira geral, eles não são recebidos de forma receptiva e encontram uma população hostil e preocupada que - vendo seus próprios empregos em risco pela mão-de-obra barata que adentrou a nação, além da ameaça recorrente a estabilidade econômica e social atual - expressa sua ira através de ações xenofóbicas. O Brasil, dado o contexto histórico rico em diversidade cultural, apresenta uma maior facilidade ao acolher estrangeiros, contudo, ainda desenvolve poucas ações destinadas a prestar assistência a esse público, que acabam não sendo efetivas em incluí-los na sociedade. Sendo assim, é notório a necessidade de ações que promovam a responsabilidade social, gerando nas organizações a urgência em tomar decisões e promover ações em comum com objetivos e valores desejáveis para a sociedade. De acordo com Srour (1994 apud FREITAS, 2017), do ponto de vista corporativo a responsabilidade social diz respeito ao nível de engajamento das organizações para criar ações e programas que assegurem uma boa qualidade de vida de todos os seus públicos, sejam eles diretos - clientes, colaboradores, fornecedores - ou indiretos - ambiente externo e comunidade. Um exemplo dessa mobilização foi o projeto Educação e Capacitação para Refugiados e Migrantes do Distrito Federal e cidades do Entorno, em 2018, desenvolvido pela Fundação Banco do Brasil em parceria com a Cáritas Brasileira. Com o objetivo de qualificar e aprimorar as competências dos refugiados, a organização desenvolveu um plano de ações - envolvendo cursos de língua portuguesa, imersão na cultura brasileira, leis trabalhistas, economia e entre outros - que foi apresentado no Seminário Internacional de Migrações e Refúgio: Caminhos para a Cultura do Encontro. O evento, conhecido internacionalmente e de alcance significativo, teve uma função catalisadora ao promover a definição prática e interdisciplinar de responsabilidade social entre as organizações, motivando e engajando diversas empresas a trabalharem essa cultura interna e externamente. O processo de trabalho que envolve os projetos de Responsabilidade Social da empresa depende muito de tornar público, da melhor forma possível, as atividades que estão sendo desenvolvidas, disseminando sua identidade empresarial aos seus diversos públicos e auxiliando na construção da imagem e conceito da empresa. Uma empresa com um conceito favorável para os seus públicos envolvidos, é resultado das atitudes responsáveis da organização da preocupação com seus stakeholders. Todas as ações estão aliadas à comunicação, para demonstração dos resultados dessas iniciativas para a sociedade. A comunicação através das práticas de Relações Públicas é uma das principais ferramentas na construção do conceito de uma empresa gerado pelas ações de responsabilidade social que designam a empresa como um organismo que se preocupa com o bem-estar dos seus públicos envolvidos (GONTARZ, 2008, p. 6). Dessa forma, pode-se facilmente observar o protagonismo da comunicação e das relações públicas como potencializadora de políticas humanitárias e de inclusão social. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Todas as atividades do evento, bem como o planejamento de cada etapa de sua realização foram distribuídas dentro da expertise de cada área, juntamente aos seus representantes. O evento ocorreu no dia 02 de outubro de 2018, das 19h às 21h, no Auditório Maria Montessori da Escola de Educação e Humanidades do Campus Curitiba da PUCPR. A primeira reunião aconteceu na segunda semana de setembro, na Diretoria de Identidade Institucional da PUCPR, e contou com a presença da coordenadora do projeto, Cristiane Arns, Professora Luana Bastos, do Núcleo de Línguas da PUCPR e Professor Marcos José Zablonsky do Bureau de RP - Laboratório de Aprendizagem. Este primeiro encontro buscou apresentar o projeto, promover a integração entre as lideranças do evento e definir objetivos e estratégias de comunicação para melhor atingir os públicos envolvidos. Durante o encontro, foi exposto outro acontecimento relevante que deveria ocorrer na cerimônia: a entrega das carteirinhas de estudante aos imigrantes e refugiados que passariam a realizar o curso de língua portuguesa. No segundo encontro, definiram que, por se tratar de um evento de caráter privado - destinado exclusivamente aos imigrantes, refugiados e seus familiares, juntamente às autoridades e lideranças da Universidade - as estratégias de comunicação e divulgação deveriam ser limitadas ao público interno. A definição de um roteiro e programação auxiliou na organização das entregas de cada equipe e possibilitou o gerenciamento do tempo de forma hábil. No Bureau de RP, as estudantes tiveram a responsabilidade de criar juntamente com a supervisão do Professor Marcos José Zablonsky todo o cerimonial do evento. A equipe escalou outras duas acadêmicas integrantes do Bureau de RP para realizar a cobertura fotográfica e audiovisual da cerimônia. Na terceira reunião da equipe organizadora, foram definidos os últimos detalhes, alinhadas as responsabilidades e repassado todo o cerimonial do evento, esclarecendo dúvidas para evitar incongruências e ações corretivas. Chegado o dia, a equipe do Bureau de RP esteve presente no auditório com duas horas de antecedência para preparar o espaço. Com as tarefas já divididas entre si, parte da equipe de cerimonial se responsabilizou por ordenar a entrega das carteirinhas e lembranças, enquanto a outra orientava os estudantes de Letras a respeito da sua participação. A equipe ainda realizou o receptivo dos convidados, orientação e sinalização para os convidados e autoridades, além do suporte e apoio de palco. O evento contou com algumas falas de autoridades e parceiros envolvidos no Programa, apresentando o projeto e ações futuras que seriam realizadas. Além disso, estudantes do curso de letras prepararam uma apresentação cultural, com música e poesia ligadas à cultura dos imigrantes. O recebimento da carteirinha marcou não só a oficialização de um projeto, mas o início de uma nova conexão. Reconhecidos como estudantes e parte da comunidade acadêmica, receberam também um cordão, uma pasta, uma carta de acolhimento e um manual de uso da biblioteca, que agora poderia ter sua estrutura 100% disponível e seus exemplares emprestados pelos mais novos estudantes. Feita a foto oficial e registrada a emoção da nova conquista, a cerimônia deu-se por encerrada e o coffee break deu início às comemorações. O coffee break de encerramento contou com a colaboração de parcerias externas que, pela empatia com o projeto, doaram alimentos e bebidas. A repercussão ocorreu em veículos internos e externos, como notícia no site oficial da PUCPR e como destaque no boletim informativo do Grupo Marista. Os resultados do evento mobilizaram não só os envolvidos como também instituições ativas na promoção da responsabilidade social em Curitiba, que demonstraram interesse em atuar de forma parceira ao Programa Lampedusa. Ao todo, foram entregues 38 carteirinhas para imigrantes e refugiados em um evento que contou com a presença de cerca de 120 participantes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>