ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00754</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO10</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O caminho do lixo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Pietro Meinhart de Oliveira (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Tanira Bolivar Lebedeff (Escola Superior de Propaganda e Marketing)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ir às ruas e relatar a realidade sempre foi um grande ativo do jornalismo. Reportagens que promovem a identificação com o público são aquelas que questionam, provocam e inquietam. Contudo, nos últimos anos, a conjuntura nos grandes veículos de comunicação mudou. No texto Más notícias para jornalistas em busca de emprego (Meio & Mensagem, 2018), o jornalista Eduardo Tessler afirma que o modelo de organização de trabalho em redações se transformou dramaticamente nos últimos anos. Segundo ele, "O que há 30 ou 50 anos era a atividade principal do jornalista de redação hoje quase não existe". Mudanças como o enxugamento das redações, o corte de funcionários e o aumento da produção em larga escala para o digital, contribuem para uma sobrecarga de trabalho aos profissionais da área, resultando em jornalistas reféns do computador e distantes das ruas. Em 2009, Luís Mauro Sá Martino também já alertava para essas novas características da profissão. No livro Teorias da Comunicação (Editora Vozes, 2009), o autor ressalta que  as redações têm cada vez menos repórteres, cada um com várias pautas. O tempo é restrito e a apuração no local é reservada a eventos mais importantes. O restante é feito por telefone ou e-mail, quando não via Google, esses novos padroeiros do jornalismo". Os números também corroboram com os autores. Segundo um estudo de 2016 do centro de informações americano Pew Research Center, em 10 anos o número de profissionais (jornalistas, fotógrafos, designers, etc) nas redações dos Estados Unidos caiu 23%. No Brasil, segundo levantamento do portal Comunique-se, foram 1.400 profissionais da área demitidos em 2015. Diante desse cenário, cabe às universidades o papel de ser o agente transformador da profissão. Porém, apesar do estímulo dos professores, muitas características do mercado ainda espelham as faculdades. O distanciamento das ruas, por exemplo, é uma realidade tanto nas redações quanto nos cursos de jornalismo. Logo, falta tanto nas universidades quanto no mercado, aquilo que sempre foi essencial na profissão: estar onde os fatos acontecem. Foi partindo desse pressuposto que a reportagem  O caminho do lixo teve como principal objetivo tirar o aluno da zona de conforto da sala de aula e ir para as ruas. Desafiados pela professora Tanira Lebedeff na disciplina de Produção de Jornalismo em Audiovisual I, no primeiro semestre de 2018, os alunos do terceiro semestre do curso de Jornalismo da ESPM-SUL tinham como objetivo a produção de um programa de TV. Assim, cada estudante desenvolveu uma pauta de seu interesse, com base nos critérios de noticiabilidade sugeridos pela autora espanhola Mar de Fontcuberta. Segundo ela, no livro A Notícia  Pistas para Compreender o Mundo (Casa das Letras, 2002), os elementos básicos para que um fato se converta em notícia são: atualidade, novidade, veracidade, periodicidade, interesse público, proximidade, proeminência, curiosidade, conflito, suspense, emoção e consequências. Com base nesses critérios, a escolha pelo tema partiu da curiosidade do próprio aluno sobre o que acontecia com o lixo depois de descartado. Assim, a percepção da importância do assunto, também tendo como base os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, somado à prática do jornalismo ambiental, foi fator decisivo para a concepção do assunto trabalhado. O foco da reportagem foi valorizar a importância da reciclagem, ressaltando as consequências da separação inadequada do lixo na vida dos trabalhadores da Unidade de Triagem do Campo da Tuca, na Zona Leste de Porto Alegre. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Falar sobre reciclagem é sempre instigante. Primeiro, pela responsabilidade em tratar o tema. Segundo, pelo desafio em gerar curiosidade e reflexão no público. Diante desse cenário, focou-se em dois aspectos prioritários no trabalho: o conteúdo e a estética. Segundo João Elias da Cruz Neto, no livro Reportagem de Televisão (Editora Vozes, 2008), a imagem e o texto devem ser complementares na realização de uma matéria jornalística para a televisão. O autor também se atenta à condução da visão e audição do telespectador de forma harmônica ao longo da reportagem. Todavia, nenhuma dessas qualidades são relevantes se não houver uma narrativa coerente. Por isso, tomou-se o cuidado de, antes de pensar nas imagens da matéria, apurar a importância do tema. Assim, constatou-se que em Porto Alegre, segundo o Departamento de Limpeza Urbana (DMLU), 23% dos materiais enviados diariamente ao aterro sanitário poderiam ser reciclados, gerando fonte de renda se fossem encaminhados de forma correta para os galpões de coleta seletiva. A realidade da capital gaúcha ainda é comum no país todo. Segundo levantamento do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), o Brasil perde R$ 5,7 bilhões por ano ao não reciclar resíduos plásticos. Com base nas informações apresentadas, o aluno optou por traçar o storytelling da matéria com base nos depoimentos de duas estudantes, guiando o telespectador para a reflexão sobre as consequências da separação inadequada de resíduos. Além disso, a estética do trabalho foi elaborada levando em consideração a proximidade com o público. Segundo João Elias da Cruz Neto, no livro Reportagem de Televisão (Editora Vozes, 2008), "apesar de ter uma abrangência tão grande, a televisão se dirige a uma só pessoa. A televisão é intimista, fala com o telespectador como se fosse um conhecido". Por isso, a estética da matéria valoriza um elemento que o telespectador convive diariamente, o próprio lixo. Assim, para a estética convergir com o conteúdo, a Unidade de Triagem do Campo de Tuca foi utilizada como cenário principal da reportagem. Localizada na Zona Leste de Porto Alegre, a associação conta atualmente com 20 trabalhadores, número que varia frequentemente de acordo com a demanda de trabalho. E, além da grande importância socioeconômica para o bairro, o local é peça fundamental para o processo de reciclagem na capital gaúcha. Sozinha, a Unidade de Triagem do Campo da Tuca tem capacidade para reciclar dez toneladas de lixo por mês. Mas ela não é a única. Outras 16 unidades também desenvolvem um papel ambiental importante para a cidade, que consiste em receber os resíduos, agrupar de acordo com seu tipo e encaminhar para as indústrias. Todo esse processo, além de colaborar com o meio ambiente, gera empregos que sustentam centenas de famílias. Por fim, é importante ressaltar que a reportagem também foi pensada para a distribuição no digital. Por acreditar na convergência de conteúdo entre TV e internet, o aluno entende a importância da construção de narrativas para todos os meios. No livro A Televisão na Era Digital (Sammus Editorial, 2010), o autor Newton Cannito desmistifica o debate de que o digital irá prevalecer sobre os meios tradicionais. Segundo ele, "Quem vai ganhar a batalha não é uma das mídias em si, mas sim o produtor de conteúdo que souber criar obras que atuem simultaneamente em todas as mídias". E, na visão do aluno, é essa habilidade que possibilitará aos estudantes de jornalismo um diferencial competitivo no mercado. Pois, saber contar histórias sempre foi um dos grandes diferenciais do jornalismo. Resta-nos, agora, a capacidade de adaptabilidade desses conteúdos para múltiplos meios e formatos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em cada reportagem desenvolvida no ambiente acadêmico, o aluno se desenvolve tanto profissionalmente quanto pessoalmente. E nesse caso não foi diferente. A curiosidade sobre o tema surgiu no dia a dia do próprio aluno que, intrigado sobre o que acontece quando o lixo não é separado da maneira correta, começou a pesquisar sobre o tema. Após a aprovação da pauta pela professora, iniciou-se a produção da matéria. Assim, a primeira etapa foi uma apuração sobre o assunto, por meio de matérias já publicadas, pesquisas em livros, além do trabalho de pré-entrevista com fontes e pesquisadores ambientais, para buscar referências e definir a abordagem da pauta e os entrevistados antes de começar o desenvolvimento do trabalho. A narrativa começa com depoimentos no Centro de Porto Alegre. As entrevistas, feitas durante o mês de abril, tinham por objetivo descobrir a percepção das pessoas sobre a quantidade de lixo que produzem por dia. Dois homens e uma mulher, que passavam pela rua, foram entrevistados (enquete). A passagem, também gravada no Centro de Porto Alegre, faz a costura para introduzir os cases de Débora Araújo e Marília Dalmagro na história. As duas são estudantes que separam parcialmente o lixo, e a reportagem mostra como as atitudes delas refletem no trabalho de ngela Lemes e Welligton Silva de Melo, na Unidade de Triagem do Campo da Tuca. A matéria também conta com o depoimento de Patrícia Antunes, Coordenadora de Gestão e Educação Ambiental do DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana), que ressalta a importância das Unidades de Triagem na reciclagem do lixo em Porto Alegre. Em cada local, o aluno contou com o auxílio de um colega para gravar, enquanto fazia a entrevista. Na disciplina de Produção em Audiovisual I, a cooperação é muito valorizada ao longo de todo o semestre. Como a reportagem fazia parte do programa Geração Conteúdo, foi necessário também pensar no desdobramento da matéria para o debate ao vivo no programa. Assim, surgiu a ideia de trazer uma fonte para ensinar, na prática, a separação correta de resíduos. A reportagem demandou dois dias para a captação de imagens, entrevistas e a passagem. A edição do material, incluindo offs e sonoras, foi realizada ao longo de três dias. O material foi editado no programa Adobe Premiere CC 2018, e os equipamentos utilizados foram os da ESPM. Em cada aula da disciplina, e ao longo da construção da matéria, o entendimento sobre o assunto fez o aluno ampliar sua visão de mundo e redobrar o cuidado com a separação de lixo em sua própria casa. O jornalismo permite isso. A profissão é a transformação não só de quem consome o produto jornalístico, mas principalmente de quem o produz. Sair da sala de aula e explorar a realidade é enriquecedor e, por meio do audiovisual, é possível ampliar e distribuir em larga escala essas diferentes visões de mundo. O poder do conhecimento, somado à comunicação, resulta num poderoso meio de transformação social. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>