ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00849</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Culturonauta: uma odisseia no espaço cultural</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Leonardo Catto (Universidade Federal de Santa Maria); Cássio dos Santos Tomaim (Universidade Federal de Santa Maria); Leandra Cruber Teixeira (Universidade Federal de Santa Maria); Thuane Cristina Cambuy de Oliveira (Universidade Federal de Santa Maria); Lucas Felipe da Silva (Universidade Federal de Santa Maria)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A cidade de Santa Maria é conhecida pela alcunha de  Cidade Cultura e conta com grande presença da juventude devido a grande presença do ensino universitário, adquirindo então a nomenclatura de cidade universitária. Nesse cenário, em que leis de incentivo à cultura existem mas não abrangem todas as manifestações, há culturas com menor espaço diante de outras. O independente busca o local de sua ação em brechas, já que sua repercussão é bem menor. Baseado nisso, o  Culturonauta busca ser o espaço midiático para a manifestação cultural suprimida nos meios contemporâneos, locais e tradicionais. Não com a intencionalidade de menosprezar o serviço já prestado, mas sim levando em consideração as palavras de Cremilda Medina, no livro Rumos do Jornalismo (Editora Summus, 2007). A autora diz que a informação de serviço é fundamental, desde que o jornalismo existe, porém, por outro lado, sempre houve a necessidade da voz individual, da voz de opinião, que pode se ocorrer pela crítica - como sugere a autora - ou no aprofundamento, que é objetivo dos idealizadores deste programa. Em uma série de três edições, buscou-se informar criticamente, mapear e apresentar algumas das produções culturais santa-marienses e possíveis novas práticas de cultura local. Também pela proposta de disciplina em que foi produzido, o gênero escolhido foi de telejornal, com os formatos de entrevista, reportagens e noticiário. Uma vez que as pautas se propunham a ir além do que a mídia de referência já produzia, o modo de apresentar também precisava ser um diferencial. Foi necessário criar um modelo que fosse fiel às propostas das pautas estabelecidas e que tivesse como objetivo principal o de gerar aproximação com um público alvo, infanto-juvenil e jovem-adulto. Por não ser uma produção ao vivo, o factual foi trabalhado com limitações, validando-se do pensamento de Daniel Piza, no livro Jornalismo Cultural (Editora Contexto, 2011), que vê no jornalismo cultural o lugar onde as notícias ganham permissão de olhar mais para o futuro do que para o presente ou passado. Além disso, o direito ao acesso à cultura é terminantemente fundamental, algo que deve ser compreendido pela imprensa. Daniel faz dois apontamentos pertinentes nesse sentido:  [...] a imprensa cultural tem o dever do senso crítico, da avaliação de cada obra cultural e das tendências que o mercado valoriza por seus interesses [...] e que o jornalismo cultural não tem sido efetivo em cumprir o objetivo de ser claro e eficaz.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As definições de José Carlos Aronchi de Souza, em Gêneros e Formatos na Televisão Brasileira (Editora Summus, 2004) foram decisivas no momento de pensar que caminhos tomaria a produção do  Culturonauta . O autor estabelece que a reportagem, o noticiário e a entrevista seriam formatos que compõem um determinado gênero, o telejornal. Apesar da apropriação formato telejornalístico de Souza (2004), buscou-se uma proposta alternativa ao modelo tradicional de telejornal. A apresentação deveria se aproximar ao que foi diagnosticado - empiricamente - ser uma linguagem nativa de produtores de conteúdo para internet, principalmente, para plataformas como o YouTube. Outra suposição, confirmada pelo diagnóstico de Gabriel Priolli, em Rumos do Jornalismo (Editora Summus, 2007), era de que a ideia de uma cultura alternativa, de inovações e debates culturais mais avançados não existia na televisão comercial aberta. Entretanto, nem o eixo do programa ser cultura, tampouco a linguagem ser mais lúdica do que a tradicional do telejornal, tornou o desenvolvimento mais fácil. Nisso, corrobora-se com a ideia de Daniel Piza (Editora Contexto, 2011) de o jornalismo cultural deve ser encarado de modo diferenciado, mas não taxado como fácil ou simples. O autor também destaca que o jornalismo cultural pode sofrer crises de identidades frequentes, e vê um ponto positivo nisso:  a condição moderna é  crítica , isto é, envolve sinais de crise, é instável, cíclica, plural -, mas as dicotomias fáceis só lhe tem feito mal (PIZA, 2011, p.45). Relatamos que foram diversas as vezes em que as discussões compunham-se de voltarmo-nos para a centralidade do objetivo e ideia que nortearam o trabalho desde sua idealização. Neste processo, transformações e adaptações foram necessárias e feitas com êxito. Como já mencionado, a escolha de compor o programa por formatos como reportagem, noticiário e entrevista e ter como objetivo a idealização de um telejornal não foi feita de modo aleatório. A possibilidade de falar, em formato de notícias, sobre projeções dos cenários culturais, em especial os de Santa Maria e região, fez pertinente o noticiário. As reportagens se justificam por tentarmos compreender altas e baixas de fenômenos culturais (gastronomia, mundo geek e parque da cidade, por exemplo), além de analisarmos por meio da reportagem questões estruturais de três artes - a literatura, o teatro e a música - em Santa Maria (PIZA, 2011). A justificação para o leque de cobertura na cultura local e os formatos e o gênero que seriam utilizados está nas palavras de Teixeira Coelho, também em Rumos do Jornalismo (Editora Summus, 2007), sobre os novos valores em que o meio da cultura se baseia. Destacamos aqui, dentre os citados pelo autor, a diversidade cultural, que foi decisiva no despertar o desejo de trabalhar diferentes pontos da cultura santa-mariense como norteador.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Na disciplina de Telejornalismo II, o docente sugeriu uma metodologia que implicou na divisão da turma em pequenos grupos e, paralelamente aos estudos teóricos, tais grupos tiveram como responsabilidade a criação de um projeto de telejornal inovador que pudesse ser realizado ao longo do semestre. Os projetos foram avaliados por uma banca e, de acordo com o planejamento previsto para a disciplina, dois foram selecionados para sair do papel. Um deles foi o projeto do programa  Culturonauta . A produção começou a partir de reuniões de pauta que planejaram uma temporada com três episódios, com o objetivo de apresentar as diversas facetas da produção cultural santamariense. Após a definição tema geral de cada episódio, das pautas das grandes reportagens, de sugestões de subtemas para as reportagens menores, de orientações para o noticiário e do levantamento do nome de supostos entrevistados, foram definidas características da apresentação, como cenário, e do âncora do telejornal, sua linguagem. Na divisão de funções, o Culturonauta contou com repórteres, que desempenhavam funções também de produtores; cinegrafistas, editores de vídeo, diretor chefe, responsável por trabalhar na unicidade das reportagens e acompanhar o andamento das produções; e editor, responsável por acompanhar o andamento de todo material produzido pelos repórteres, assim como a apresentação e entrevista. A função de editor, que possuía auxiliar, alternava para cada episódio. Apesar dos&#8203; ofícios apresentados e delegados aos membros do grupo, houveram momentos em que os integrantes puderam intercalar cargos. Assim, tem-se como resultado um programa com dois blocos de 10 minutos cada. A divisão de conteúdos coloca o noticiário e uma reportagem na primeira parte do produto, a entrevista e a outra reportagem na segunda, e a apresentação do âncora costurando todos os momentos. O apresentador fica em pé, em estúdio, na frente de um fundo preto, com alternância entre planos médios e americanos. As configurações de câmera usadas em estúdio foram: câmera principal: velocidade 50 abertura 2.8 ISO 400 em 24 fps (plano médio na apresentação, e geral na entrevista); câmera esquerda: velocidade 50 abertura 4.0 ISO 800 (close no apresentador e câmera do entrevistador em plano médio durante a entrevista); câmera da direita: velocidade 50 abertura 3.5 ISO 400 (plano entre o close e americano, e nas entrevistas usada como câmera no entrevistado) Sobre os formatos utilizados nas entrevistas, também realizadas em estúdio, o objetivo étransformar o momento em uma conversa. Longe de tentar apenas utilizar o formato como uma técnica fria, tenta-se também vê-lo como instrumento de comunicação humana, seguindo as premissas da fala Cremilda Medina em Entrevista O Diálogo Possível (Editora Ática, 1986). Na grande reportagem tem-se a apresentação de temas que vão além do factual, tratando de assuntos que contemplem a temática do programa, mas que não necessariamente sejam novidade. Diferentemente do bloco de noticiário, onde tratou-se de assuntos atuais originados da factualidade relacionada a cultura da cidade. Além disso, as três produções de grande reportagem são conectadas entre si nos capítulos produzidos. Apesar da linguagem coloquial e do distanciamento dos padrões estéticos usuais, a concepção final do  Culturonauta é de que a produção cumpre o objetivo de trabalhar o jornalismo cultural em um espaço de inovação. Coelho Teixeira nos resguarda sobre isso, menciona que esse espaço da área jornalística é  para quem pensa por si, cria sua própria linguagem e sabe que é preciso ultrapassar fronteiras, conectar-se com o outro (COELHO, Teixeira, 2007, p. 24). Enquanto a mídia hegemônica e entendida como tradicional continua com a lógica denunciada por Cremilda Medina (2007), de desvalorização da democratização de sentidos, projetos e ações como o  Culturonauta engrandecem e enriquecem as possibilidades as novas formas telejornalismo e de jornalismo cultural.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>