ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00894</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO09</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Feminicídio e violência contra a mulher </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Anelise Wickert (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Mariane Pereira do Anjos (Pontifícia Universidade Católica do Paraná ); Lenise Aubrift Klenk (Pontifícia Universidade Católica do Paraná )</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> A reportagem radiojornalística  Feminicídio e violência contra a mulher foi produzida em 2018 para a disciplina de Jornalismo Sonoro do 3.º período do curso de graduação em Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). A reportagem faz parte de um projeto piloto experimental nomeado "Mulheres em foco", que visa abordar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na sociedade. Do projeto "Mulheres em foco", desenvolveu-se a pauta (norteada pelo tema central) utilizada para esta reportagem que procura abordar o feminicídio e a violência contra a mulher. Sendo assim, a matéria tem como objetivo mostrar que mesmo que a sociedade tenha progredido no debate de gênero, as mulheres ainda sofrem diversas violências, como domésticas, físicas, morais e também sexuais, tendo seus direitos sociais violados muitas vezes por companheiros, namorados ou maridos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, num grupo de 83 países com taxa de 4,8 homicídios por 100 mil mulheres, o Brasil ocupa a 5.ª posição, evidenciando que os índices locais excedem, em muito, os encontrados na maior parte dos países do mundo. No ano de 2014, 223.796 vítimas de diversos tipos de violência foram atendidas no SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), que fornece os registros de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) por violência doméstica contra crianças, mulheres e idosos. Os dados coletados constam no Mapa da Violência de 2015. Duas em cada três dessas vítimas (147.691) foram mulheres que precisaram de atenção médica por violências domésticas, sexuais e/ou outras. Portanto, a cada dia de 2014, 405 mulheres demandaram atendimento em uma unidade de saúde, pelo fato de terem sofrido algum tipo de violência (Mapa da violência, 2015). Também no ano de 2014 foram registrados 52.957 relatos de violência pelo Disque 180. Destes registros, 27.369 corresponderam a relatos de violência física (51,68%), 16.846 de violência psicológica (31,81%), 5.126 de violência moral (9,68%), 1.028 de violência patrimonial (1,94%), 1.517 de violência sexual (2,86%), 931 de cárcere privado (1,76%) e 140 de tráfico de pessoas (0,26%), segundo dados do Balanço 2014 da Secretaria de Política para as mulheres. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> O termo violência é derivado do latim violentia, que também deriva do prefixo vis e quer dizer força, vigor e potência. Portanto, segundo Saffioti (2015, p.18), trata-se de qualquer comportamento que vise à ruptura de qualquer forma de integridade da vítima, seja física, psíquica, sexual ou moral, por uso da força, caracteriza-se como violência. Pode-se dizer, assim, que qualquer tipo de violência é uma violação dos direitos essenciais do ser humano.  A violência é um ato de brutalidade, abuso, constrangimento, desrespeito, discriminação, impedimento, imposição, invasão, ofensa, proibição, sevícia, agressão física, psíquica, moral ou patrimonial contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela ofensa e intimidação pelo medo e terror (CAVALCANTI, 2007, p.29). De diferentes agentes surge a violência, assim como abrange todas as esferas sociais, segundo Maria Berenice Dias (2015).  A sociedade ainda cultiva valores que incentivam a violência, o que impõe a necessidade de se tomar consciência de que a culpa é de todos. O fundamento é cultural e decorre da desigualdade no exercício do poder, o qual gera uma relação de dominante e dominado . (DIAS, 2015, p. 24) Apesar deste tipo de violência derivar de um longo processo histórico, apenas no ano de 1980 iniciou-se um levantamento do número de homicídios femininos. Foram assassinadas cerca de 92 mil mulheres nos últimos 30 anos, sendo 43 mil só na última década. No entanto, com o advento da Lei Maria da Penha no ano de 2006, 10% da taxa de homicídios dentro das residências foram reduzidos, indicando que a lei contribuiu para evitar que vários casos de homicídio viessem a se concretizar. Entre 1980 e 2013, num ritmo crescente ao longo do tempo, tanto em número quanto em taxas, morreu um total de 106.093 mulheres, vítimas de homicídio. Efetivamente, o número de vítimas passou de 1.353 mulheres em 1980 para 4.762 em 2013, um aumento de 252%. A taxa, que em 1980 era de 2,3 vítimas por 100 mil, passa para 4,8 em 2013, um aumento de 111,1%. Ademais, a partir dos registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no conjunto de todas as faixas etárias, prepondera largamente a violência doméstica. Parentes imediatos ou parceiros e ex-parceiros são responsáveis por 67,2% do total de atendimentos. Os registros do SINAN também levantam o tipo de violência sofrida pela vítima. A violência física é, de longe, a mais frequente, presente em 48,7% dos atendimentos, com especial incidência nas etapas jovem e adulta da vida da mulher, quando chega a representar perto de 60% do total de atendimentos. Em segundo lugar, a violência psicológica, presente em 23,0% dos atendimentos em todas as etapas, principalmente da jovem em diante. Em terceiro lugar, a violência sexual, objeto de 11,9% dos atendimentos, com maior incidência entre as crianças até 11 anos de idade (29,0% dos atendimentos) e as adolescentes (24,3%), segundo dados do Mapa da Violência 2015. A continuidade de vínculo marital é mais alta na hipótese de violência psíquica (de 29%a 43% dos casos). Atinge 20% em casos de espancamento, e mais de 30% nas diferentes formas de controle e cerceamento. Os pedidos de ajuda são mais frequentes (de metade a 2/3 dos casos) após ameaças ou violências físicas, com destaque para as mulheres que recorrem às mães, irmãs e outros parentes. Mas em nenhuma das modalidades as denúncias ultrapassam 1/3 dos casos. Tanto mulheres agredidas como homens agressores confessos apontam o controle da fidelidade como razão principal para a manifestação da violência (46% e 50%). As mulheres também destacam predisposição psicológica dos parceiros (23%, como alcoolismo, desequilíbrio etc.) e busca de autonomia (19%), não sendo esta última muito bem aceita ou respeitada por eles. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> O método utilizado para compor esta reportagem é bifurcado: a pesquisa de dados e informações pertinentes ao tema, somada a entrevistas (personagens e especialistas) que enriquecem o relato com experiências próprias e opiniões especializadas. Os recursos usados foram a captação de áudio, edição do material bruto e finalização por meio do programa Adobe Audition, além do uso de recursos do programa para modificar a voz de uma das personagens com a finalidade de preservar a identidade da mesma. Para composição desta reportagem em radiojornalismo, utilizou-se como fonte uma vítima de violência de gênero, que por motivos de segurança teve sua voz alterada durante a edição, além da coordenadora da Casa da Mulher Brasileira em Curitiba, Sandra Prado. Ambas são fontes que aceitaram conceder entrevista espontaneamente, sem nenhum tipo de retorno ou lobby. Por isso, o presente trabalho, é exclusiva e essencialmente jornalístico. A reportagem inicia-se com o recurso de um  abre áudio , que é a sonora (fragmento do relato) da fonte não identificada, vítima de violência de gênero. As repórteres (e autoras) optaram por explorar em profundidade o relato corajoso de uma mulher que sofreu as consequências da discriminação e de um relacionamento abusivo, e que exemplifica a condição de milhares de mulheres brasileiras. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>