ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00942</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Tentáculos da Condor</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Luana de Oliveira (Centro Universitário Ritter dos Reis); Marjorie Paula da Silva (Centro Universitário Ritter dos Reis); Matheus Felipe da Silva (Centro Universitário Ritter dos Reis)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O assunto abordado nesta reportagem foi desenvolvido na cadeira de Grandes Reportagens, para a criação da 3ª edição da Revista Dossiê; com tema voltado a ditadura militar. O texto foi construído de forma literária, dando ênfase a alusão ao pássaro ao nome da ação coordenada: Operação Condor. A ilustração é contextualizada como forma de expressão ao texto. Nos detalhes da imagem se vê características de um regime ditatorial, como a caça, a perseguição e o extermínio de seus adversários. Assim como o pássaro na imagem a observar sua presa, os militares obtinham estratégias de captura aos seus inimigos. Os países do Cone-Sul Argentina, Brasil, Uruguai, Chile e Bolívia, organizaram a operação em três etapas consecutivas. A primeira trouxe a formação de um banco de dados com os nomes de todos os adversários, a segunda etapa se deu a interligação dos aparatos de segurança de cada país, através de conferências e trocas de informações e a terceira sucedeu-se na ação além de fronteiras, que permitia a perseguição de pessoas contrárias à ditadura, tendo o Chile como seu principal atuante. A ilustração é tida na reportagem como um complemento semiótico. Vem da ideia de fugir de elementos fotográficos, contextualizando em detalhes cada passo do Condor em direção a sua vítima. O objetivo da imagem a ser ilustrada é ser clara, direta e bem literal, a mostrar o Condor como a ave que ela realmente é, gigante, imponente e assustadora. Ao transformar em ilustração, demonstra-se que ave a ave da Operação Condor não nos devora com a boca e sim com sua rede de vigilância, com seus olhos de câmera. E a caça que seria devorada são as pessoas vítimas dessa atrocidade, jogadas ao chão em seu último momento de vida. Os principais objetivos eram contrastar cores neutras, branco e preto, a vítima com o branco e as sombras e o condor mais escuro, dar foco e brilho no sangue sendo a única cor do espectro de cores quente e mostrar em destaque a presença do condor com a asa aberta. Dentro das variações jornalísticas, pode se conduzir a ilustração dentro do quadro de criação, como uma alusão ao nome escolhido ao ato. Segundo o historiador e jornalista Nilson Mariano em sua obra  Operación Cóndor terrorismo de Estado en el Cono Sur de 1998, a inspiração dos aliados para o nome da operação, foi encontrada no pássaro Condor - uma ave de rapina que domina os céus da América do Sul, ao agitar as asas a seis mil metros de altura. Mayor ave voladora del mundo (tres metros de envergadura en las alas y hasta once kilos de peso, según la enciclopedia Webster), el cóndor fue usado como símbolo de la unión de los aparatos represivos. De plumaje negro, garras potentes y pico en pinza, el cóndor se alimenta de cadáveres y vuela por encima de las fronteras. Las dictaduras del Cono Sur, para consolidar sus regímenes de fuerza, no dudaron en vulnerar la soberanía de los países y en matar millares de oponentes, apilando cadáveres para dominar a las poblaciones mediante el amedrentamiento colectivo. ( NILSON MARIANO, 1998, p. 15) Ao dar margem para explorar recursos do design damos vida a ave de rapina citada na reportagem e referenciada pelo nome de guerra da Operação; observa-se elementos da história, caracterizados de forma a comparar a estratégia e vigilância do pássaro, às que os militares usavam para capturar os adversários. Na ilustração, a ave com garras afiadas, observa e exibe seu poder sobre o corpo de um homem. Assim como o Condor, os militares exibiam seu poder sobre às vítimas. O uso da semiótica na caracterização da imagem, se dá ao poder do pássaro sobre sua vítima, a observar e cravar suas garras, ao se apoderar e assinar a vítima. Sua vigia constante ao cadáver, foi feita para simbolizar a frieza dos comandantes a eliminarem seus prisioneiros assassinados, muitas vezes a observar seus soldados a jogar seus corpos no mar, ou valas comuns. A câmera de segurança no lugar da cabeça da ave simboliza os métodos de vigilância usados em tempo modernos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A pintura digital é tida como uma outra área de criação artística, destacada na pintura tradicional. As pinturas criadas no computador são auxiliadas por instrumentos capazes de simular a pintura manual e facilitar a execução de trabalhos digitais. Com o auxílio de uma mesa digitalizadora, foi desenvolvido uma simulação de pincéis da pintura tradicional guache para o digital no software photoshop, produzindo a arte. Na palheta de cores foi pressuposta a escolha por um padrão P&B, a destacar apenas o vermelho como alusão ao sangue derramado devido a quantidade de mortes causadas pela operação. A metodologia desta ilustração foi desenvolvida inspirada nas técnicas de HQ Underground formadas a partir da década de 60. O movimento Underground dos quadrinhos é caracterizado por ter uma linguagem aberta, e teve seu surgimento após a segunda guerra mundial. Um dos pais deste movimento e principal inspiração para este trabalho é o artista gráfico e ilustrador Robert Crumb. Crumb foi um dos idealizadores que contribui para que as histórias em quadrinhos deixassem de ser apenas um produto comercial, e passassem a ser precursoras de um pensamento crítico em relação a questões da sociedade. Assim, as HQS se tornaram alternativas na luta contra as desigualdades e degradação do mundo. Robert Crumb aborda em seus quadrinhos ilustrativos temáticas como: sexo, drogas, violência, raça e a repressão do governo.Dentre os anos continuou a usar sua arte como voz para críticas sociais, dentre seus trabalhos está a forte crítica ao sistema Norte-Americano e ao atual presidente dos EUA, Donald Trump. O Jornalismo em quadrinhos surge como um novo formato dentro do meio, conhecido também como HQ, essa arte sempre esteve mais ligada ao entretenimento, com forte presença nos Estados Unidos e no Japão. Entretanto, com o passar dos anos, autores começaram a usar o formato para publicar suas reportagens de jornalismo em quadrinhos. Para Rafael Guimarães e Fabiano Silva (2003), o jornalismo em quadrinhos une duas linguagens, utilizando conceitos jornalísticos, como a ambientação histórica, caracterização dos personagens e referências imagéticas. A diferença seria que as histórias em quadrinhos funcionam como suporte para este formato. Assim como nas narrativas de new journalism, as reportagens de jornalismo em quadrinhos podem oferecer um volume maior de informações e um aprofundamento dos fatos relatados, com a vantagem de trabalhar duas linguagens distintas e de maneira simultânea. O que o texto não aponta, o desenho complementa. Não há uma necessidade de repetir na linguagem escrita o que foi representado no desenho. Com isso, a narrativa ganha agilidade sem omitir uma construção detalhada das cenas ou informações relevantes. (GUIMARÃES & SILVA, 2003, p. 104). As formas de abordagem de Crumb em seus quadrinhos e os aspectos percebidos por Guimarães e Silva, geraram a inspiração para a criação de uma ilustração. A estratégia manteve-se na crítica aos aparatos de opressão, a buscar no pássaro uma referência sobre o terror causado pelos militares às suas vítimas. Assim como o que passa a arte de Crumb, a ideologia do estilo Underground na imagem é para problematizar a questão, fazendo com que o leitor observe a imagem de maneira a lê la e fazer questionamentos sobre a sua posição política e sua forma de pensar. As cores utilizadas para a criação da imagem foram pensadas para dar visibilidade ao rastro de sangue causado pela operação no Cone Sul. Ao optar pelo preto e branco, a ilustração causa impacto ao mostrar com o vermelho sangue a violência causada pela opressão e perseguição a qualquer forma de expressão contra ao movimento ditatorial. O P&B neste contexto de morte, transmite a idéia de luto pela quantidade de vítimas da Operação Condor, fato que perpetuou indigentes e pessoas até o momento não encontradas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Diante da temática da reportagem, tivemos liberdade para escolher a melhor forma de retratar ela. Pensamos em realizar um ensaio fotográfico em estúdio ou até mesmo usar as imagens disponibilizadas pelas fontes. Porém entendemos que ainda não iria ilustrar a matéria da forma que ela precisava aparecer. O título  Operação Condor e Os Tentáculos da Ditadura Militar tinha que mostrar o que eram e de que forma a operação utilizou esses tentáculos como aparelho opressor durante o período. De fato a ave precisava ser retratada, assim como a tecnologia utilizada e a forma de espionagem que permeou durante os períodos de ditadura nos países existentes no sul do continente americano. Com base em pesquisas sobre a Ditadura Militar chegamos em desenhos e ilustrações famosas que retratam o período. Assim, a primeira ideia era retratar a ave Condor dos Andes e associar a Operação Condor trazendo um robô ou algo mecânico, alusão ao apoio que os EUA deu oferecendo tecnologias para ajudar na espionagem, perseguição e comunicação entre os países que formam a Cone Sul. Começamos com esboços rápidos e básicos de posturas de personagem, depois de estudar algumas referências sobre a própria ave e de ilustrações, quadrinhos e charges, estilo mais humorístico e que pode satirizar o acontecimento retratado. O estilo mais humorístico e satírico é sempre vinculado a um acontecimento atual e histórico, geralmente importante para o contexto em que está inserido. Comporta uma crítica e focaliza nos personagens envolvidos. No caso do  Na mira do condor , mostrando que a ditadura militar não está tão longe dos dias atuais. A primeira versão tinha um formato vertical e trazia a ave com asas fechadas, posteriormente teve que ser adaptado para o formato horizontal e ainda não retratava o tom que a reportagem precisava. Entender o que a ave Condor representou foi indispensável na construção da ilustração, um animal forte, grande e intimidador. Tudo isso foi sendo idealizado e produzido para a criação da ilustração. Em um segundo momento a ave foi desenhada com as asas abertas e com as garras presas na vítima, passando o foco da ilustração também para ela. A versão da ilustração também continha um muro feito de tijolos no fundo, que foi removido na edição final. Uma das principais inspirações utilizadas para desenvolver os traços da ilustração foi um casal de designers e artistas contemporâneos chamados  Sapo Lendário . Os artistas são brasileiros e trabalham com diversas técnicas de pintura no modelo tradicional, e também no digital, técnica que também foi utilizadas no desenho  Na Mira do Condor . A ditadura passou pela Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, deixando rastros de mortes que jamais poderão ser apagados da história. O desafio era entender de que forma a Operação Condor utilizou a tecnologia como mecanismo de perseguição e tortura, tendo vínculo com todos os países. A rede de denúncias recebeu diversos incentivos de outros países, como as tecnologias de espionagem e nada mais justo do que o nome da operação ser uma ave conhecida por caçar suas presas e torturá-las. O Condor dos Andes era o ponto ideal para ilustrar a matéria, por isso a necessidade de unir a tecnologia da espionagem e as apêndices da ave. Essa construção tornou o projeto da revista Dossiê multidisciplinar e com o suporte do design conseguimos alcançar uma ilustração a altura do que a reportagem precisava. Estamos vivendo momentos que pedem mais clareza nas informações e, por isso, temos a necessidade de relembrar esse marco triste e histórico para a construção da sociedade em que vivemos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>