ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00969</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Contadores de Histórias</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Júlia Berrutti Antunes (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Ângela Ravazzolo (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Júlia Guarienti (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Giovanna Sommariva (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Rafaela Knevitz (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Josué Silveira (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Júlia Barros (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Márcia Fernandes (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Giulia Marques (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Beatriz Speziali (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Carolina Camejo (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Gabriel Mito (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Igor Magnus (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Vinicius Umann (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Liliane Basso (Escola Superior de Propaganda e Marketing)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho visa a apresentar o livro-reportagem  Contadores de Histórias: livro de memórias do Lar Gustavo Nordlund , que foi concebido com o objetivo de reunir as memórias dos idosos moradores de um asilo localizado em Porto Alegre. A concepção e a produção do livro integrou o Projeto de Natal 2018, uma ação conjunta entre a disciplina de Técnicas de Apuração e Redação Jornalística e o NUVE/ ESPM, núcleo de voluntariado estudantil da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O NUVE tem o objetivo de  reforçar conexões e gerar impacto social para a ESPM-Porto Alegre e para a sua rede de parceiros (escolas, empresas, ONGs). No livro, as histórias de vida dos moradores do lar são apresentadas em 15 perfis escritos por 13 estudantes do curso de Jornalismo. O livro também contou com a diagramação da Co.De, a empresa júnior de comunicação e design, que opera dentro da mesma escola de ensino superior. Os capítulos da publicação foram intitulados com os nomes dos idosos. Seus subtítulos revelam a caracterização das personalidades de cada personagem, trazidas dentro do texto-perfil. O Lar Gustavo Nordlund é uma entidade sem fins lucrativos que se propõe a amparar a pessoa idosa, proporcionando moradia, alimentação, vestimenta e assistência médico-hospitalar. A instituição, criada em 1955, tem em sua administração pessoas que não recebem remuneração salarial, além de um quadro de funcionários qualificados para o trabalho com o idoso. Atualmente, são mais de 64 moradores que foram encaminhados até o lar de diversas maneiras: pela família, pelo Serviço Social de hospitais, pelos Postos de Saúde e pelo Ministério Público. Alguns deles chegam em situação de abandono e vulnerabilidade social. Além da produção do livro reportagem, o projeto de Natal  Contadores de Histórias também tinha como propósito proporcionar momentos de atenção e bem-estar aos moradores do Lar. Dessa forma, houve uma trajetória que envolveu desde o planejamento e arrecadação de recursos para a criação de um espaço de beleza na instituição, até os encontros para conversas e troca de experiências entre os estudantes e os moradores do asilo, que resultaram no livro-reportagem com suas histórias de vida, memórias, desejos e saudades. No dia 8 de dezembro, houve a Grande Noite de Natal, evento de encerramento do projeto no Asilo Gustavo Nordlund. O livro-reportagem teve seu lançamento neste evento, o qual contou com uma sessão de autógrafos conjunta de alunos e de idosos do lar, acompanhado de um jantar com amigos, familiares e parceiros. A publicação ficou à venda e a renda obtida foi destinada à instituição. Naquela noite, ocorreu a inauguração do Salão Belezura, um ambiente já existente no Lar reformado para transformar-se em um espaço de cuidado e embelezamento, proporcionando a melhora da autoestima e da qualidade de vida dos idosos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Considerando que os estudantes autores do livro reportagem são graduandos do primeiro e do segundo semestre do curso de jornalismo, foram realizados estudos sobre os conceitos e as práticas jornalísticas, tais como: tipos de entrevista, métodos de apuração e construção de perfis. Como as reportagens do livro focaram-se especialmente na entrevista que cada aluno fez com os moradores do Lar Gustavo Nordlund, foi preciso que se reforçasse a importância da mesma para um perfil. Carla Mühlhaus, no livro Por Trás da Entrevista (Editora Record, 2007), afirma que não há jornalismo sem entrevista. Segundo a autora, sempre será preciso que o repórter tenha algum contato pessoal com um informante, fazendo-lhe perguntas. Mühlhaus entende que a entrevista ganha contornos imprevisíveis quando se revela, antes de qualquer coisa, uma relação. Além disso, destaca que, dependendo do tipo de entrevista, ela fundamenta-se na mais duvidosa das fontes: a palavra. Essa pode correr os riscos de fabulação. No caso deste trabalho, os estudantes encontraram-se em uma zona de dúvida com os entrevistados por entenderem que, devido à idade avançada ou até mesmo dificuldades médicas, era comum que tivessem lapsos de memória. Foi necessário uma compreensão dos limites da lembrança e certa apuração de algumas declarações. Para resolução dessa dificuldade metodológica, foi preciso assumir que  a descrição do personagem e seu entorno é muitas vezes mais importante que seus próprios pensamentos (MÜLHAUS,2007). Dessa forma, muitos textos abordaram as características físicas e emocionais dos idosos e, assim, foram construindo as singularidades de cada uma das histórias. Outro conceito trabalhado foi o de apuração, que, conforme trazido por Thaïs de Mendonça Jorge no Manual do Foca (Editora Contexto, 2008), está relacionado a  colher os fatos, juntar todos os dados disponíveis sobre o acontecimento (p.97). Neste projeto, o processo de apuração constituiu-se na coleta de dados por meio da própria entrevista e, por vezes, nas informações fornecidas pela administração do Lar Gustavo Nordlund. Embora os estudantes possuíssem um planejamento inicial de perguntas, em função da inconsistência das respostas e dos lapsos de memória dos idosos, foi necessária a capacidade de manter a atenção e ouvir bem o entrevistado para perceber quando isso acontecia. Para resolver os desafios da apuração, os estudantes buscaram sustentar uma conversa tranquila e intimista, evitando interrupções com perguntas, pois isso  favorece a coleta de dados profundos e fidedignos (JORGE,2008). A organização dos apontamentos, outra fase da apuração, consistiu na decupagem da entrevista, quando ocorreu a releitura do material obtido, a seleção de declarações mais relevantes e, por fim, os recortes que seriam utilizados na produção do texto-perfil. Segundo Marta Regina Maia em  Perfil: a composição textual do sujeito (Editora Penso, 2013), o perfil pode ser compreendido como o recorte da trajetória de uma pessoa em determinado espaço-tempo. A grande diferença entre perfis e o texto convencional é que sua escrita não precisa ser pautada pela procura de respostas sobre quem fez o que, quando, onde, como e por que, tornando suas narrativas múltiplas e singulares (MAIA,2013). No livro-reportagem  Contadores de Histórias , cada idoso foi apresentado como protagonista em um texto-perfil no qual as sutilezas de suas histórias foram captadas no encontro presencial com os graduandos. Assim, o personagem deixa o pano de fundo no qual está inserido para ser apresentado pelo olhar do jornalista que irá retratá-lo para o público. Para a escrita dos textos, foi utilizada a terceira pessoa, sem a presença explícita do entrevistador, a fim de manter certo distanciamento, respeitando, assim, características do formato texto-perfil. Essa escolha da produção escrita teve como intenção evidenciar as experiências vividas pelo entrevistado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A ideia de elaborar um livro de memórias para os moradores do Lar Gustavo Nordlund surgiu da oportunidade de juntar uma ação social feita pelo NUVE com a disciplina do curso de jornalismo, fazendo com que os estudantes pudessem ter a experiência de conhecer uma realidade diferente da deles. Durante o mês de setembro, os alunos foram até o local, juntamente com a professora-orientadora da disciplina e a coordenadora geral do NUVE, visando a entrevistar os idosos que moram no asilo. Ao chegar, os estudantes puderam conversar com aquele que mais lhe parecesse disposto a contar sua história. Assim, tiveram que dialogar com diferentes pessoas, anotando suas histórias quase inteiras de vida ou apenas algum fato em especial que as tenha marcado. Cada aluno registrou a entrevista da forma que preferiu, fosse gravando-a ou anotando em um bloco de papel. Além das entrevistas, também ocorreram fotos feitas pelos alunos da Co.De, possibilitando o registro do momento que os alunos tiveram com os moradores. Após isso, os estudantes tiveram em torno de 15 dias para a decupagem, a apuração e a escrita. A escolha de fazer o texto como perfil foi um desafio para os alunos. De acordo com Sergio Vilas Boas, na sua publicação  A Arte do Perfil (Editora Manole, 2014, p.271-287), o perfil pode ser compreendido como um texto biográfico sobre uma única pessoa viva, famosa ou não. Para o autor, na produção de um bom perfil é preciso  pesquisar, conversar, movimentar, observar e refletir. Com o tempo de apuração curto, cada estudante dependia especialmente de uma fonte: o idoso que entrevistaram no Lar. Essa estratégia objetivava acolher com mais atenção cada um dos entrevistados a partir de suas histórias de vida, resgatando suas lembranças. Foi ressaltado que haveria apenas uma oportunidade de encontro com os idosos, portanto, precisavam extrair e selecionar o maior número possível de informações deste diálogo. Uma dificuldade relevante foi a imprevisibilidade da situação, pois dependia-se do que a pessoa conseguisse lembrar ou decidisse contar. Por se tratarem de pessoas com idade avançada, alguns dos entrevistados se dispersavam durante a conversa, iniciando uma história sem finalizá-la ou, ainda, emendando respostas com comentários. Isso também pode complicar a coleta e a organização de informações. Vilas Boas (2014) argumenta que, durante a produção de um perfil, a qualidade da narração depende mais do autor do que do personagem. A partir da escrita, cabe ao jornalista mostrar para o leitor aquilo que faz a história do entrevistado ser única. Na elaboração dos perfis, que resultou no livro-reportagem  Contadores de Histórias , foi necessário que os estudantes exercitassem a escuta atenta para compreender, por meio das memórias descritas, a especificidade de cada pessoa. Nesse encontro de gerações, jovens adultos e idosos, os graduandos praticaram algo necessário para a atividade jornalística: empatia. Ao relatar suas memórias, os idosos se deixaram capturar pelo olhar do outro que iria retratá-los. Durante esse diálogo, os entrevistadores ficaram responsáveis por narrar a história de uma forma leve, trazendo o que há de interessante e, por muitas vezes, íntimo nas histórias. Os perfis produzidos são composições das lembranças narradas, que nem sempre correspondem às expectativas do entrevistador, mas, ainda assim, cabe a ele entendê-las, buscando a singularidade existente nelas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>