ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01075</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Sobre seus olhos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Natasha Atab (Universidade Positivo); Lívia Rodrigues (Universidade Positivo); Valentina Andreucci Lindstron (Universidade Positivo); Susan Blum de Pessoa Moura (Universidade Positivo)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Contando com programas em prol da saúde física e mental de seus favorecidos, além de abrigar por volta de 20 pacientes em suas instalações, o Instituto Paranaense dos Cegos (IPC) é uma das maiores organizações voltadas ao auxílio dos deficientes visuais. Por excelência de seus esforços, o IPC foi escolhido para uma campanha de arrecadação, no formato vídeo, na disciplina Escrita Criativa II. Com o objetivo de se tornar eficiente na hora de angariar doações para a instituição, o uso da dança surgiu como uma abordagem envolvente que se propõe a cativar o espectador com sua linguagem lírica, expressando por meio do balé contemporâneo as sensações que permeiam a maneira com que pessoas portadoras de deficiência visual se relacionam com o meio. Aplicando estas características em sua forma essencial, a coreografia "Sobre Seus Olhos", idealizada por Karin Chaves e interpretada pelo Corpo de Baile do Teatro Guaíra, transforma o palco de um dos teatros mais tradicionais de Curitiba em uma tela que abriga pinceladas magistrais de ideias e sentimentos. Os bailarinos incorporam elementos de percepção e interpretação a partir de princípios puramente sensoriais: o objetivo é expressar a beleza no sentir sem encostar, revelar sem falar e ver sem olhar. Recorrendo a movimentos hora frenéticos e animalescos, hora delicados e ornamentais, "Sobre Seus Olhos" estabelece um diálogo acerca da riqueza e da beleza presentes na maneira com que alguém pode se relacionar seus sentidos próprios com o seu meio. Medo, melancolia, serenidade e felicidade abraçam os dançarinos em toda a euforia com que cada um destes estados pode ser vivenciado de maneira irrestrita, utilizando o potencial sensorial do corpo humano em sua totalidade. As palavras eternas de Jorge Luís Borges, interpretadas em uma voz masculina e melancólica, traduzem em narração o caráter sensorial da coreografia em conjunto com o tema relacionado à deficiência visual. O poeta argentino, considerado uma das principais expressões literárias de seu país, enfrentou problemas de saúde que acarretaram em sua cegueira ao longo da vida, desencadeando inúmeras obras tardias relacionadas ao sentimento de perder a visão. O poema recitado durante o vídeo faz parte da obra "Elogio da Sombra", consistindo em uma coletânea de poemas relacionados à cegueira.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As bases teóricas utilizadas para a fundamentação deste projeto consistem em dados demográficos relacionados à cegueira no Brasil e a compreensão desta condição da maneira mais efetiva possível, além da coleta de informações relacionadas ao Instituto Paranaense dos Cegos (IPC). O Balé Contemporâneo enquanto forma de arte e elementos de linguagem cinematográfica do Cinema de Fluxo também são fortes pilares para a construção deste vídeo. A partir do reconhecimento dos diferentes níveis de limitação da visão, foi possível constatar que dentro da parcela total de pessoas que possuem algum tipo de deficiência visual - apenas no Brasil, segundo o IBGE, existem mais de 6,5 milhões de cidadãos¹ - uma parte enxerga parcialmente e a outra tem sua visão completamente ausente. Analisando os conhecimentos obtidos nesta etapa inicial, o contato com o IPC estabeleceu uma visão direcionada acerca do propósito da ONG. Por meio de uma visita a sede, concluiu-se que o principal objetivo do Instituto é tornar seus pacientes preparados e adeptos ao mercado de trabalho, possibilitando independência financeira e uma melhor qualidade de vida. Após a compreensão da gravidade da causa, a necessidade de encontrar a maneira ideal de traduzir estas necessidades em um vídeo ocasionaram a busca por elementos relacionados à dança e ao cinema. Ainda que o balé mantenha-se em um patamar elevado nas formalidades de técnica e grandiosidade enquanto forma de arte, o instinto atrelado ao ritual da dança ocasionou o surgimento do balé contemporâneo. Em toda sua percepção, um espetáculo como esse parece enfeitiçar os espectadores por meio de bailarinos tão precisos quanto temperamentais, valendo-se de movimentos hipnóticos para gerar verdadeiras paisagens. Sustentando-se no desejo pelo novo e nas infinitas possibilidades de exploração, esse gênero ambíguo convida a audiência a participar ativamente da peça, mergulhando-a não somente em um conjunto de gestos e impulsos, mas também na maneira como os bailarinos se relacionam. Naturalmente, as formas esculturais tornam-se dignas de apreciação a partir dos corpos em frenesi, mas para esta modalidade, cada espaço vazio é fundamental para a expressão artística e a constituição de beleza. Transformar esta linguagem em um produto audiovisual gerou lacunas que não foram preenchidas pelo uso convencional de construções cinematográficas. O Cinema de Fluxo, movimento que se consagrou na virada no milênio, utiliza a sétima arte como a expressão um acontecimento a partir de uma percepção sensorial, ao invés de contar uma história expositiva. Subvertendo os conceitos de mise-en-scène, as obras pertencentes ao gênero adaptam o uso de câmera em prol de retratar o sentimento inerente a um acontecimento, atribuindo ao plano configurações plásticas e temporais próprias. O teor místico gerado por este conjunto de regras - ou pela falta delas  acarretou na atmosfera ideal para o registro da coreografia "Sobre Seus Olhos", estabelecendo um diálogo inacreditavelmente intrínseco a causa e a expressão do sentimento inerente a obra. ¹. BRAILE AUMENTA A INCLUSÃO DE CEGOS NA SOCIEDADE. [S. l.], 22 dez. 2017. Disponível em: <www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/01/braile-aumenta-inclusao-de-cegos-na-sociedade>. Acesso em: 2 maio 2019.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Capturar a dinâmica da coreografia se demonstrou um desafio na hora de expressar toda sua complexidade emotiva e sensorial, fazendo com que se tornasse necessário uma gravação prévia em um ensaio nas instalações do Corpo de Baile para mapear um caminho a ser traçado pelos movimentos de câmera. As imagens utilizadas no vídeo, gravadas no último ensaio do grupo no palco do Teatro Guaíra Grande Auditório, foram registradas por meio de duas câmeras: uma fixa, encarregada de planos-detalhe e ângulos fechados, e outra em um estabilizador, responsável pelos movimentos que acompanhavam a liquidez dos dançarinos. O período de gravação durou 4 horas e todas as imagens foram organizadas e decupadas a partir de uma divisão estabelecida pela própria coreografia, possibilitando a sobreposição de imagens em sentidos opostos com intuito de intensificar a atmosfera dramática e irreal exteriorizada pela dança. Os trabalhos de montagem, edição e colorização duraram por volta de 2 dias até sua finalização completa. Os equipamentos utilizados consistiram em uma câmera Nikon D5200 - equipada com uma lente Nikon AF-S DX Nikkor 35mm F1.8G e um estabilizador Zhiyun Tech Crane 3 Axis  e uma câmera Canon T3i equipada com uma lente Canon Ef 35mm f/1.8.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>