ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01186</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Triste, Louca ou Má - O audiovisual como forma de conscientização</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Gabriele Carolina Maia Malagutti (Universidade Federal do Paraná); Raíssa De Alcântara Sátiro (Universidade Federal do Paraná ); Lys Caroline Gonçalves Da Silva (Universidade Federal do Paraná ); Graziela Bernal Neves (Universidade Federal do Paraná ); Flávia Lúcia Bazan Bespalhok (Universidade Federal do Paraná )</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto  Triste, Louca ou Má  O Audiovisual Como Forma de Conscientização teve como essência a música  Triste, louca ou má da banda  Francisco, el Hombre e foi produzido para a disciplina de Laboratório de Técnicas de Comunicação - Vídeo, sob orientação da Professora Doutora Flávia Lúcia Bazan Bespalhok, no quarto período do Curso Superior de Tecnologia em Comunicação Institucional da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A proposta era fazer uma produção experimental e para confecção desse projeto foi escolhido o formato de videoclipe e aplicado as técnicas de produção audiovisuais adquiridas através da disciplina. Através dessas técnicas buscou-se chamar a atenção dos espectadores para dois assuntos importantes e relevantes na sociedade: feminicídio e violência contra a mulher. Por se tratar de um meio (o audiovisual) e um formato (o videoclipe) que possibilitam atingir grande número de pessoas, e dada a complexidade do tema abordado, consideramos que seria possível causar comoção e conscientização dos espectadores, seguindo a teoria de E. Kamitani, no texto  A função social das artes (Usinadeletras, 2009)  Através da pintura, da música, das artes plásticas, do cinema, do teatro e da literatura, a arte é fundamental para formar o senso crítico, moldar a moral de uma época, provocar e instigar questionamentos a respeito da condição humana . Foram escolhidos nove casos de feminicídio que marcaram a história das mulheres no Brasil, para serem exibidos ao longo do videoclipe, sendo eles, o da deputada e socióloga Marielle Franco, da advogada Tatiane Spitzner, da estudante Eloá Pimentel, da fisiculturista Renata Muggiati, das universitárias Louise Ribeiro e Andrielly Gonçalves da Silva, da jovem Stefhani Brito e da advogada Mércia Nakashima, todas vítimas de tamanha crueldade e brutalidade do Estado, de maridos, de ex-namorados e de todos aqueles que compactuam com a violência contra a mulher. Inicialmente produzido como um videoclipe, o produto final apresentou diversos elementos que contemplam técnicas de jornalismo e produção para programas de TV, como notícias e o uso de dados estatísticos como forma de comprovação da situação apresentada. Dessa forma, passamos a considerar o produto audiovisual como uma produção flexível, como possibilidade de apresentação em diferentes contextos, podendo ser enquadrada em categorias jornalísticas e de entretenimento, por exemplo. O projeto  Triste, Louca ou Má  O Audiovisual Como Forma de Conscientização tem como principal objetivo apresentar e alertar o público sobre a quantidade de mulheres que são vítimas de violência e feminicídio no Brasil, partindo do princípio de que no texto de Bela F. Bianco e Mirian Leite,  Desafios da imagem: fotografia, iconografia e vídeo nas ciências sociais (Papirus, 1998) diz:  (....) é preciso que se questione o que a imagem traz de novo e qual a importância do seu registro, para que não se faça do audiovisual somente uma técnica de ilustração, . Dentre os principais pontos da produção revela-se o intuito de fazer com que as mulheres brasileiras se identifiquem e sintam-se representadas por cada história retratada no decorrer do vídeo, estabelecendo questionamentos em relação a certos comportamentos abusivos. Também pretende que as vítimas de violência sintam-se seguras para denunciar os abusos sofridos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao final da nossa primeira discussão, o tema  Feminicídio foi decidido em comum acordo por todas as integrantes da equipe. A nossa escolha se deve ao fato de que a cada duas horas uma mulher morre vítima de feminicídio no Brasil. Esse assunto é exibido todos os dias nos mais diversos meios de comunicação, sendo alvo de inúmeras reflexões. Em 2015 o   Feminicídio  passou a ser uma qualificadora do crime de homicídio pela Lei nº 13.104/2015, que alterou o art. 121 do Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/1940) prevendo o feminicídio como crime de homicídio. Segundo Eleonora Menicucci, no texto Feminicídio - Dossiê de violência contra as mulheres (Agência Patrícia Galcão, 2019):  Trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e dar visibilidade à discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulheres, que, em sua forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato não constitui um evento isolado e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de um processo contínuo de violências, cujas raízes misóginas caracterizam o uso de violência extrema. Inclui uma vasta gama de abusos, desde verbais, físicos e sexuais, como o estupro, e diversas formas de mutilação e de barbárie. . Dessa forma, o feminicídio é considerado violência extrema que gera o assassinato de uma mulher, cometido por razões da condição de pertencer ao sexo feminino. Dados levantados pelo Ministério dos Direitos Humanos, através do Ligue 180, mostram que no ano de 2017 foram registradas 73.668 denúncias de violência contra a mulher. Já o site do G1 em parceria ao Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Público, fez levantamento do número de registros de feminicídio nos anos de 2017 e 2018, observando crescimento de 12% no número de mulheres assassinadas no Brasil durante esse período. Segundo dados do Mapa da Violência 2015, o Brasil está entre os países com maior índice de homicídios femininos, ocupando a quinta posição em um ranking de 83 nações, com taxa de 4,8 assassinatos em 100 mil mulheres. Esses dados são considerados extremamente preocupantes para a sociedade brasileira. Após a confirmação desses dados, a equipe se viu motivada a criar um conteúdo que exercesse papel de transformação na sociedade. Dessa maneira, escolhemos criar um produto audiovisual de cunho social utilizando a música   Triste, Louca ou Má  da banda Francisco, el Hombre, que transmite mensagem de luta, libertação e superação, frente a violência sofrida pelas mulheres no Brasil. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para o desenvolvimento do vídeo, foi utilizado o método de pesquisa secundária via internet, a fim de estudar as estatísticas voltadas a violência contra a mulher, uma vez que a abordagem da luta diária feminina pela sobrevivência já havia sido estabelecida como tema para o produto audiovisual. A partir da constatação, através de pesquisa, do assunto que obteria maior foco dentro do tema inicialmente estabelecido, os métodos de produção foram definidos. Utilizamos a técnica de sobreposição de imagens com a projeção sobre as personagens, sem realizá-la na edição, e sim diretamente no processo de gravação das imagens, a fim de experimentar técnicas diferenciadas de composição visual. Utilizando a estética desta produção como laboratório de experimentação, exploramos o conceito de Laura J Andrade Corrêa, no texto Breve história do Videoclipe (GT Audiovisual, 2007) que diz:  o vídeo se caracteriza por ser um espaço de experimentação de linguagens, o que parece ser possível na medida em que os trabalhos sejam feitos por pessoas com diferentes experiências no campo audiovisual (...). Esse tipo de estética também foi utilizada com o intuito de correlacionar os casos expostos no vídeo com o cotidiano dos espectadores, dando enfoque em projeções em partes do corpo para referenciar que, quando um caso de feminicídio ocorre, todas nós sentimos a mesma dor, como explica Luiz Carlos Assis Iasbeck, no texto O método semiótico de pesquisa científica (Usinadeletras, 2006):  A semiótica organiza as descobertas abdutivas de forma estimuladora, pois as reconhece como pontos de partida, novas hipóteses, novas  sensações de verdade (...) . Os backgrounds foram projetados sobre as personagens em uma parede de cor branca, usando um projetor multimídia conectado a um notebook com as artes sendo reproduzidas em vídeo. Tais artes foram construídas no software de edição de vídeo Sony Vegas, a partir de manchetes de portais informativos online, fotos e vídeos disponibilizadas pelos mesmos, assim como dados estatísticos. Todos os conteúdos audiovisuais extraídos da internet são devidamente creditados ao final do vídeo. Nas projeções sobre as personagens, foram utilizados além de vídeos e imagens, recursos de texto que se fizeram presentes nas manchetes extraídas de portais de notícias e na transcrição de dados estáticos para um layout padrão do produto audiovisual. Este layout padrão foi composto por fundos de cores sólidas e pela fonte Bebas Neue Regular em caixa alta para os textos. A cor da fonte deveria sempre ser definida de forma com que fizesse contraste com o fundo escolhido para a tomada em questão. As cores escolhidas para os fundos foram azul, rosa, branco e preto; escolhas que traziam melhor composição visual em relação a legibilidade do texto frente a projeção sobre as personagens, além de serem chamativas e prenderem a atenção do telespectador. A produção foi inteira gravada em plano médio e ângulo normal e frontal, a fim de estabelecer linearidade entre as tomadas, evitando cortes brutos, para que a visualização e o entendimento das informações passadas pudessem ser claros e objetivos. O processo de edição iniciou-se com a decupagem das imagens captadas. Cada integrante do grupo representou uma personagem no contexto do produto audiovisual. Dessa forma, todas as personagens gravaram a mesma tomada de acordo com a projeção. Ao final das gravações, para todas as projeções realizadas e gravadas, tínhamos 4 tomadas diferentes. Foi definido que na edição as personagens seriam intercaladas nas tomadas de acordo com o ritmo das projeções, o que tornou o vídeo fluído e sem repetições seguidas das mesmas personagens por tomada. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>