A elaboração da peça se iniciou com o recebimento e a discussão do briefing, proposto na aula de Direção de Arte em Publicidade. Neste momento, houve concentração total em um brainstorm.倀愀爀愀 䬀甀渀琀稀 攀 䬀椀洀甀爀愀 ⠀愀瀀甀搀 倀刀䄀䐀伀Ⰰ ㈀ ⤀㨀
Criatividade é toda inovação que surge primeiramente de ideias absurdas e irreais, resultando em algo belo, valioso e útil. Sendo original, podendo aplicar os processos da criatividade para realizar algo eficaz, logico e verdadeiro. Todos que disseminam a ação criativa são criadores criativos, divergentes e criadores.⠀倀刀䄀䐀伀Ⰰ ㈀ Ⰰ 瀀⸀ 㔀㘀⤀⸀
O objetivo era aglomerar o maior número de palavras associáveis ao público de skatistas, surfistas e artistas alternativos, além de outro conjunto, que abrangesse aos ideais já explorados pela Vans, durante os primeiros cinquenta anos de existência, completados em 2016. Foram selecionados termos chave remetentes à fundação da marca, no final da década de 1960, momento de consolidação do rock e que antecedeu o movimento punk, no início dos anos 1970. Em 1966 é fundada em Anaheim (CA, EUA), a “Vans - Off the Wall” e, um ano ano antes dela, é fundada, em Londres (Inglaterra), a banda Pink Floyd, cuja proposta é apresentar um som psicodélico e progressivo, além de letras que remetem ao pensamento filosófico e apresentações inovadoras para o gênero rock. Ambas as histórias se cruzam, no ponto em que buscam ser alternativos e quebrar padrões estéticos normatizados pelos movimentos aos quais pertenciam. A década de 70 é de expansão da Vans e também a de lançamento do álbum “The Wall”, pelo Pink Floyd. O casamento entre as duas, para a execução da peça acontece neste momento. Os artistas são pessoas que buscam fugir das regras e do controle dos sistemas sociais e políticos. A faixa “Another Brick in the Wall” (outro tijolo na parede) evidencia esse desejo de se libertar das amarras e se rebelar contra o sistema. A temática é recorrente nos assuntos gestão Doria, slogan da marca Vans e música do Pink Floyd. Justifica-se neste momento a utilização do muro como fundo para o cartaz, além de ser o local escolhido para a aplicação da peça, posteriormente. O último dos termos chave selecionado foi o movimento artístico e estilo característico da década de 60: a Pop Art. Tendo como principal nome o norte-americano Andy Warhol, a Pop Art era voltada à iconografia e contrapunha o movimento anterior - o Expressionismo - que dominava as artes desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O movimento também buscava apresentar uma crítica irônica em relação ao bombardeamento sofrido pela sociedade, pelos produtos e objetos de consumo, representados através de signos estéticos massificados. Por último, o famoso santinho de político foi escolhido para compor a peça. Há também um casamento entre este último à Pop Art, no momento em que o período de campanha eleitoral é também onde o público é bombardeado pela propaganda política, seja ela através das mídias ou pela exposição massiva aos “santinhos” políticos, replicados milhares de vezes em muros e na versão de bolso, descartados nas zonas eleitorais, no dia da votação. Por fim, o nome da peça “Take off the grey of OUR wall” traz a intertextualidade entre a música do Pink Floyd e o desejo popular de ser cidadão e ter poder sobre o espaço público, o que lhe é garantido por direito. Para Botelho e Schwarcz (2012), a cidadania é vista “como uma identidade social politizada. Envolve modos de identificação intersubjetiva entre as pessoas e sentimentos de pertencimento criados coletivamente em inúmeras mobilizações, confrontos, negociações cotidianas, práticas e simbólicas”.㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀挀㜀㠀愀∀㸀㰀戀㸀伀䈀䨀䔀吀䤀嘀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀
O cartaz é produzido em formato A3 e, cujas dimensões são 29,7cm de largura por 42cm de altura, impresso em escala de cores CMYK. O objetivo é o de comunicar a respeito das tentativas de silenciar qualquer manifestação artística e expressiva dos artistas alternativos, além de informar o público em geral que o espaço público foi feito para ele, não apenas para existência, mas para o devido uso, nas mais diversas instâncias. A composição visual possui grande carga semiótica, pois com cores vibrantes e chamativas busca chamar atenção para o espaço público, bem como a repetição da imagem de fundo, com o rosto tarjado do referido político, em alusão à sua tentativa de censurar a arte e gerenciar, de forma equivocada os espaços públicos. O texto “Este espaço é seu”, escrito em caixa alta cobre a figura do político, referenciando a tentativa de cobrir a manifestação artística e utiliza da tipografia VTKS Encount(e)r, sem serifa e com traços remetentes ao desenho à mão livre e à transgressão. O slogan da campanha “Não precisamos que nos controlem”, referindo-se mais uma vez ao programa “Cidade Linda”, da gestão Doria. A escolha da tipografia D-DIN foi para transmitir uma mensagem mais limpa sobre o assunto, mas que também fosse semelhante à tipografia utilizada na arte em si. Compõem ainda a peça, a imagem dos tênis personalizáveis, que concorreram durante a campanha “Vans Custom Culture”, de 2012 e retirada do site do Los Angeles Times, uma vez que a aba da competição no site da marca fora desativada. Além do produto, a logomarca comemorativa dos 50 anos da Vans foi inserida, como um graffiti, no canto inferior direito do cartaz, na cor preta, como é normalmente aplicada, cobrindo uma mancha de tinta cinza, pintada com pincel. Todos os itens componentes da peça foram pensados para dar equilíbrio e harmonia à composição final. O tratamento, execução e refinamento gráfico foram feitos através do programa Adobe Photoshop CS6 Portable. A construção de sentido pode acontecer separadamente, mas a união de todos os elementos da peça a torna plenamente compreensível, pois cada uma traz um pouco do significado a respeito do fazer artístico e da tentativa de silenciamento daqueles que governam.㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀
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