ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01377</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;SEGUNDA CHANCE: Um webdocumentário sobre Unidades de Acolhimento Institucional que abrigam crianças e adolescentes em Curitiba</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Brayan da Silva Valêncio (Universidade Positivo); Giovana Canova (Universidade Positivo); Dieneffer Mayara dos Santos (Universidade Positivo); Felipe (Universidade Positivo)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho tem como produto um webdocumentário sobre as Unidades de Acolhimento Institucional de Curitiba que abrigam bebês, crianças e adolescentes que foram abandonados ou que precisaram ser afastados da família de origem. O produto, intitulado Segunda Chance, foi desenvolvido pensando em retratar a realidade destes acolhidos, por meio das suas próprias narrativas, e, principalmente, pela ótica de quem é responsável pelos cuidados no período de abrigamento. O conteúdo pode ser acessado por meio do endereço www.umasegundachance.com.br. Segundo dados da 1º Vara da Infância e Juventude de Curitiba em junho de 2018, apenas 5% dos acolhidos eram órfãos de fato. Então, a nomenclatura e seus derivados, como orfandade ou orfanato são praticamente inutilizáveis e dão lugar a termos como abrigados, acolhidos ou, como comumente utilizado, filhos do Estado. Pensando nesse contexto de "órfãos de pais vivos", faz-se necessário discutir a realidade diária destes meninos e meninas que vivem em situação de abrigamento, ressaltando os motivos que os levaram até o lar, sua relação com a primeira família, o processo de destituição e a volta ao ambiente parental ou, em casos que o retorno não ocorre, a adoção e aproximação com um novo grupo familiar. O produto também busca entender os impactos do acolhimento institucional na vida e no futuro destas crianças e adolescentes. Esta pesquisa tem por objetivo geral apresentar histórias dos ambientes, dos funcionários e dos acolhidos que vivem em abrigos de Curitiba, mostrando suas histórias de vida e seu contexto social. Dos objetivos específicos levantados, está a tentativa de representar por meio do webdocumentário como é a vida de pessoas que tiveram suas realidades ligadas a abrigos ou Unidades de Acolhimento em Curitiba; utilizar, como elemento de fator humanizador, a fonte como guia para a construção da narrativa do webdocumentário; refletir sobre as consequências, sejam elas psicológicas ou sociais, que a espera para a adoção pode causar nas crianças e nos adolescentes; contribuir para a qualificação e ampliação do debate público sobre direitos da infância e juventude; enfatizar os direitos da criança e do adolescente, relacionado com a adoção, mas também como pertencentes de todos os outros direitos constitucionais; apresentar discussão a respeito de questões que envolvem o processo de adoção, como o perfil desejado pelas famílias versus crianças e adolescentes que esperam por um lar e refletir sobre a importância da Unidade de Acolhimento Institucional na convivência familiar de crianças e adolescentes em situação de adoção ou que esperam retornar à família de origem. Buscando abranger todas as características de um webdocumentário, o projeto Segunda Chance utilizou as mais varias formas de linguagem na abordagem do conteúdo, como texto, áudio, vídeo, fotos, hyperlink e design. Além disso, o conteúdo pode ser assistido em formato de websérie pelo canal no youtube: youtube.com/channel/UCk_jqnaIUgSvwSTveWM8W8A</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os métodos de pesquisa utilizados consistiram em revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Na revisão bibliográfica foram estudados vários autores que analisaram desde a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente no jornalismo, até referências da área de psicologia que retrata a condição social dos acolhidos. Entre os conteúdos analisados estava, por exemplo, a pesquisa nomeada "Os abrigos para crianças e adolescentes e o direito à convivência familiar e comunitária", realizada em 2003 pelo IPEA, que diz que mesmo o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) descrevendo como devem ser as instituições que abrigam crianças e adolescentes, mais de 6% das pessoas que trabalham nessas instituições dizem não conhecer o Estatuto. Para Mendes (2015), um novo Estatuto, que rompe radicalmente com o modelo de assistência existente no passado, não trouxe as esperadas transformações práticas nas instituições de abrigo. Diferentemente do que existia até então, antes da década de 1990, ou antes do ECA, as novas formas de acolhimento dizem respeito à readequação de crianças e adolescentes que ficavam em grandes orfanatos. Quando as crianças ou adolescentes são retirados da família por denúncia ou abandono, nestes dois cenários, essas crianças passam a ser institucionalizados até que se resolva sua situação familiar, podendo, ou não, voltar à sua família de origem. Cada qual com suas particularidades. Ao todo, 401 crianças e adolescentes viviam em unidades de acolhimento , em Curitiba, até 11 de junho de 2018. De todos estes, apenas 162 crianças e adolescente eram aptas para adoção, incluídas no Cadastro Nacional de Adoção (PROJUDI, 2018). Essas meninas e meninos são, em grande maioria, retirados de suas famílias como medida de proteção. Em casos de negligência familiar, o acolhimento é considerado como medida provisória e excepcional. Para casos de violência sexual e genitores usuários de drogas em situação de rua, ocorre o acolhimento e destituição do poder familiar. De acordo com dados da promotora de Justiça de Curitiba, Mariana Bazzo, cada instituição de acolhimento em Curitiba recebe, mensalmente, uma renda per capita de R$ 1.282,00. O valor, que é considerado baixo para a região, tem previsão de aumento concedido pela Prefeitura. O valor passaria a ser de R$ 2.000,00, a partir de 2019. Há sempre a busca de família extensa (outros parentes), por parte do Conselho Tutelar, visto que se prioriza o vínculo com a família de origem. Para Snizek (2007), a grande maioria das crianças e adolescentes abrigados não está exatamente esperando por pais adotivos, mas sim vivendo em abrigos enquanto sua situação familiar é decidida pela Justiça. Quando são esgotadas as possibilidades de permanência da criança ou adolescente com a sua família biológica ou extensa, que é quando a família coloca de maneira reiterada a criança em risco ou quando os genitores fazem entrega voluntária, o menino ou a menina vai para uma Unidade de Acolhimento Institucional, de acordo com o juiz Fábio Ribeiro Brandão, da 1º Vara da Infância e Juventude de Curitiba. Segundo o Código Civil (2002), o poder familiar é uma obrigação jurídica que compete aos pais todos os deveres para com seus filhos. Em alguns casos a destituição desse poder faz-se necessária, tendo em vista que a vivência plena do indivíduo possa estar sendo prejudicada. Outro fato importante é o tempo que leva este processo. A revista Em discussão!, do Senado Federal (2013), mostra que tal situação era mais lenta, devido a sua complexidade, mas depois de analisar os prejuízos nas crianças e adolescentes institucionalizadas, por não terem a oportunidade de viverem no seio de outra família, a destituição passa a ser efetivada em até 120 dias. Para Scheidt (2004), a celeridade neste processo é cautelosa, devido às autoridades não quererem retroceder a erros anteriores, como na vigência do Código de Menores, no qual havia grande facilidade para que os filhos fossem retirados dos pais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção do produto audiovisual se deu a partir da conversa com o juiz Fábio Ribeiro Brandão, da 1º Vara da Infância e Juventude de Curitiba. Ele indicou cinco instituições, sendo elas: Associação Cristã de Assistência Social, Lar O Bom Caminho, Lar Dona Vera, Lar Infantil Sol Amigo (Lisa) e República Paula Pedroso do Amaral. Todas essas instituições foram visitadas e em cada uma delas foram ouvidos personagens. O critério utilizado para as escolhas foi a fidelidade à pluralidade de instituições de acolhimento que existem em Curitiba. Na primeira visita às Unidades, foi compreendido como funcionava cada lar e quais eram as limitações de entrevistas, como por exemplo, adolescentes que não poderiam ou não queriam aparecer em vídeo. Por conta disso, a equipe optou por colocar áudio no produto final, de maneira a preservar a imagem e respeitar a individualidade dessas crianças e adolescentes. Antes de iniciar as gravações foram pré-estabelecidos assuntos, tanto para abordar com as coordenadoras, mães sociais e também com as crianças e adolescentes. O roteiro continha especificações de assuntos que poderiam ser tratados e de assuntos mais cautelosos que se não houvesse oportunidade, seriam evitados. Mas sempre flexível, para possíveis assuntos que pudessem surgir. A ideia inicial era conversar com o maior número possível de crianças e adolescentes, contar suas histórias, dar oportunidade para que eles falassem. No entanto, as crianças queriam conversar, mas não sobre suas histórias. Elas queriam ser ouvidas como crianças que querem atenção. E assim foi feito, mas não são todas as conversas que puderam ser convertidas em materiais, que posteriormente seriam utilizados no webdocumentário. Outras tantas crianças não puderam ter essa aproximação, a medida protetiva que elas têm não permite que tenham contato com quem as visita. Dessa forma, a equipe precisou buscar uma outra percepção para contar suas histórias. Todos os entrevistados foram consultados a respeito do uso de imagem e voz, concordaram e assinaram documentos. No caso de menoridade foram respondidas pelos seus guardiões, que são quem, de fato, têm poder legal sobre eles. Como foram feitas imagens das instituições, há também autorizações de imagens dos locais. As crianças e os adolescentes escolhidos foram com base em quais poderiam (e queriam) falar, pois não estão em situação de medida protetiva; que a família biológica não tem mais o poder familiar; os que queriam conversar e os que não fossem impactadas negativamente com a conversa. Três crianças pediram para conversar com a equipe, que foi autorizada a conversar com elas e disso extrair o que mais tarde virariam áudios para o site. Nos áudios essas crianças contam sobre suas vidas, suas questões pessoais e coletivas. Contam sobre suas expectativas e sonhos. Outras muitas crianças quiseram fazer parte disso e tiveram sua parcela para que a equipe pudesse entender como é, de fato, a vida na instituição e como elas se sentem em relação a isso tudo. Os adolescentes, devido a essa faixa etária, são mais retraídos, tímidos e mostram não ter a mesma expectativa que as crianças de serem adotados. Por este motivo a conversa precisou ser com um outro foco, um outro olhar. Nessa idade eles lidam diretamente com o preconceito, com os estereótipos, por não terem família, por morarem em abrigos. Eles falaram sobre suas expectativas, das suas histórias e também das famílias que têm ou pretendem ter. Parte disso está retratado em vídeo, e outra em áudio, devido a questão do uso de imagens de alguns que ainda não podem aparecer. A equipe também teve a oportunidade de conhecer histórias extremamente significativas de superação, de pessoas que viveram nessas instituições e que saíram de lá. Todos tiveram parcelas fundamentais na construção de todos os conteúdos, entende-se que para dar voz àqueles que vivem nessas instituições é preciso dar o direito de falarem, e assim foi feito.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>