INSCRIÇÃO: 01402
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO03
 
TÍTULO: LONA Eleições
 
AUTORES: LIVIA MIE ANBAI SOARES (UNIVERSIDADE POSITIVO); Lucas André Vasconcelos Vichinheski (Universidade Positivo); Fernanda Scholze (Universidade Positivo); Pedro Felipe Ferreira Pinheiro (Universidade Positivo); Amanda Duarte da Silva (Universidade Positivo); Hellen Veridiane Barbosa da Silva (Universidade Positivo); Maria Claudia Souza Batista (Universidade Positivo); Maria Eduarda Antunes (Universidade Positivo); Milena Campos Ferreira (Universidade Positivo); Katia Cilene Brembatti (Universidade Positivo); Hendryo Anderson André (Universidade Positivo); Felipe Harmata Marinho (Universidade Positivo)
 
PALAVRAS-CHAVE: , , , ,
 
RESUMO
Criado em 1999 e marcado historicamente por ser o primeiro jornal-laboratório de circulação diária do Brasil (2004-2014), desde 2004 o LONA (Laboratório da Notícia) sempre deteve especial atenção ao processo eleitoral. Em 2018, a proposta editorial das edições especiais referentes às eleições foram pensadas em meio a um ambiente social não visto desde a redemocratização do país: de descrença no jornalismo tradicional, como aponta o estudo global Edelman Trust Barometer 2018, no qual demonstra que a confiança na mídia brasileira é de apenas 64%, e também na própria política, já que, segundo o DataFolha, sete em cada dez brasileiros (68%) declararam não confiar nos partidos políticos. Essas descrenças aliadas em um cenário no qual fake news se espalham 70% mais rápido que notícias verdadeiras, de acordo com dados do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), configuram um novo desafio para o campo do jornalismo, especialmente para um jornal impresso, meio que teve queda na circulação média diária de 520 mil exemplares de 2015 a 2017, de acordo com o Instituto Verificador de Circulação. Como 2018 foi um ano eleitoral, decidiu-se reconfigurar a proposta do impresso, trazendo uma linguagem mais informal, trabalhando com uma nova identidade visual e o mais importante, servir como um guia para solucionar várias dúvidas existentes entre os eleitores. Por isso, o LONA tentou ser uma ferramenta de ajuda para aqueles que não entendiam o contexto político da época e da atualidade. Não é raro encontrar alguém que não conheça como funcionam os votos em brancos ou nulos, que não conheça as bancadas do congresso ou ao menos saiba quem são as famílias que comandam o Estado há anos, eis que estas edições foram idealizadas para ajudar a resolver este problema: trazer utilidade pública ao mesmo tempo que informa com notícias atuais. Em um cenário no qual 75% dos brasileiros têm medo que as fake news sejam usadas como armas, como demonstra o estudo global Edelman Trust Barometer 2018, a maior parte da sociedade tomou um sentimento de desconfiança em relação ao trabalho do profissional jornalista. Buscando firmar uma ligação ainda mais consolidada com o seu público leitor, o LONA tentou levar um jornalismo sério e de qualidade através de um impresso que já possui mais de mil edições. O LONA Eleições se propôs a ser um jornal laboratório que dialoga com as disciplinas de Redação II e Design Gráfico.
 
INTRODUÇÃO
O ano de 2018 se destacou principalmente pelo espectro político, no qual o clima de tensão de pontos extremista se fez mais assíduo, como redução de idade penal, intolerância ideológica, legalização do armamento, entre outros. O trabalho que o LONA desenvolveu com as edições especiais focadas no âmbito das eleições propôs uma cobertura voltada às eleições estaduais, fortalecendo o vínculo com o público por meio de informações e conteúdos, a partir de um trabalho jornalístico sério e de qualidade, em um contexto no qual a dúvida na credibilidade na comunicação pela informação se fazia presente. Para assim se fazer, o foco foi abordar aspectos da informação política para sanar dúvidas dos seus leitores, separando as edições em quatro temas principais: "Ideologias e Influências", "Educação e Saúde", "Famílias Políticas" e a última delas sendo factual sobre o resultado das eleições, chamada de "Leão de Votos". O principal problema enfrentado foi a proporção que as notícias falsas atingiram nesses últimos anos com advento da internet como ambiente para veículos de comunicação, e mais, as redes sociais como plataformas a serem exploradas nessa disseminação em massa de correntes de fake news. Aproximadamente 62% dos brasileiros já confiaram em uma notícia que não passava de um boato, segundo dados de uma pesquisa realizada em 2018 pela Global Advisor: Fake News, Filter Bubbles, Post-Truth and Trust, do Instituto Ipsos. Sendo assim, os brasileiros são os que mais acreditam em fake news em todo o mundo. Esse é o fenômeno que ganhou mais notoriedade hoje com o ambiente virtual, no qual acontece a maior parte de sua disseminação. Como cita o professor e analista da Universidade de Cambridge, David Runciman, em entrevista para a Folha de S. Paulo, "os verdadeiros desafios, incluindo aqueles propostos pelos efeitos transformadores da tecnologia digital, cada vez mais saem do nosso controle" - e esse seria um dos fatores que levaria ao fim da democracia. Segundo Platão a democracia é um estágio de governo formado pela guerra dividida entre duas classes, "é assim que a democracia se instaura, seja pelas armas, seja também pelo temor, quando os outros batem em retirada" (A República, p. 326). Em paralelo, o analista político Demétrio Magnoli disse, em entrevista ao Roda Viva, que a esquerda e direita brasileira tendem ao extremismo, por não terem as mesma vivências históricas que essas duas vertentes de pensamento tiveram na Europa, fugindo então do conceito de esquerda e direita clássico, ou seja, respectivamente, a social-democracia e democracia-liberal. Tendo algumas destas questões como ponto de partida, percebeu-se a importância de restabelecer a confiança do leitor, não só por meio de um jornalismo sério, mas sim, de um jornal que entendesse e transpassasse aquilo que o seu público precisa em um momento tão complicado dentro de um ano eleitoral: entender o universo político no qual está inserido e compreendê-lo, para assim exercer sua cidadania. Então, é possível dizer que o LONA tentou ser um ponto de partida para ampliar a visão dos seus leitores sobre o espectro político e servir como um guia para aqueles que querem entender algumas noções desse ambiente, mas de maneira de fácil entendimento. Tudo isso tendo como foco as tensões eleitorais que se faziam presentes no cenário brasileiro e buscando a renovação do impresso que tem a internet como sua aliada ou inimiga, basta analisar o rumo que se pretende seguir e como a usar.
 
OBJETIVO
Para o ano de 2018, o LONA foi repensado, desde o seu design até a maneira de abordagem do conteúdo, ao todo foram 37 alunos participando das 4 edições do jornal. Adotando um design mais limpo, com mais uso do branco, espaço de respiro, sendo impresso colorido e apresentando gráficos mais modernos, o jornal laboratório tentou adaptar sua imagem para um conceito mais moderno, criando uma nova identidade gráfica. Já o seu texto passou a utilizar uma linguagem mais informal, mas sem perder a seriedade. Buscando inspiração em uma linguagem utilizada na internet, mas sem perder a essência do impresso. O impresso possui suas particularidades e essas devem ser respeitadas, mas ao mesmo tempo devem ser renovadas. Com quatro edições especiais sobre as eleições, a equipe do LONA dividiu cada uma para abordar temas específicos do âmbito político, sendo elas “Ideologias e Influências”, “Educação e Saúde”, “Famílias Políticas” e a última delas sendo factual sobre o resultado das eleições, chamada de “Leão de Votos”, em alusão ao candidato vencedor nas eleições estaduais, Carlos Massa, conhecido como Ratinho Jr. As matérias foram realizadas dentro da disciplina de Redação II, pensando sempre que elas deveriam sanar dúvidas por meio de pautas relevantes e não criar mais. As edições foram publicadas no mês que antecedia as eleições do primeiro turno, sendo cada uma em uma semana e a última produzida durante a votação ocorrida no dia sete de outubro. Os textos abordavam a política dentro dos temas das edições com um aspecto principalmente estadual - falando da política paranaense - e também nacional - em um nível presidencial e de congressos. A primeira edição, “Ideologias e Influências”, buscou pautas que explicassem as diversas ideias, princípios e valores disseminados na sociedade em um âmbito político, trabalhando pautas que envolvessem a dualidade entre esquerda e direita, os movimentos estudantis, votos brancos e nulos e foro privilegiado. Já a edição “Educação e Saúde” trouxe matérias sobre esses dois conceitos na sociedade e como são trabalhados dentro da política brasileira, contando com matérias com os profissionais da educação, a inclusão no meio educacional, a opinião pública sobre o SUS e casos contra a saúde pública do Paraná. A terceira edição, “Famílias Políticas”, abordou a composição de grupos familiares presentes na política e como esse aspecto interfere no espaço e sistema político. Além de explicá-lo e falar sobre o histórico familiar dentro do Estado brasileiro, houve atenção ainda para a hereditariedade e as bancadas formadas. A última edição foi produzida pelos alunos durante o dia 7 de outubro, no primeiro turno das eleições, e trouxe questões como a vitória de Ratinho Jr. no primeiro turno como governador do Paraná, a representatividade da mulher nesse meio e resultados dos outros cargos. Para o seu desenvolvimento, os alunos foram às ruas acompanhar o que estava acontecendo em Curitiba, além de uma redação fixa dentro da Universidade Positivo. Foram escritas matérias que abordavam as votações e resultados em diversos aspectos. As edições do LONA contam com cerca de 10 a 12 páginas de conteúdo que possa ser facilmente entendido e compreendido pelo seu público, além de dialogar com o momento então vivido.਀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀