ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01472</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO15</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Café sem filtro: mulheres na política e música e diversidade</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Raisa Toledo Baptista (Universidade Federal do Paraná); Nicolle Hermann Schumacher (Universidade Federal do Paraná); Jessica Brasil Skroch (Universidade Federal do Paraná); Mariana Ue Toy (Universidade Federal do Paraná); Eveline Stella de Araujo (Universidade Federal do Paraná)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O  Café sem Filtro, o gosto puro da informação , programa especial do Jornal Rádio Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), tratou do tema da participação política das mulheres no Brasil em sua segunda edição, de julho de 2018. A apresentação, produção, reportagem e edição do programa foram realizadas por estudantes do 5º período do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, na disciplina Laboratório de Radiojornalismo. A direção geral é da professora Eveline Stella de Araujo e a produção técnica  em estúdio  de Daniel Metinoski. O objetivo do programa, desenvolvido alguns meses antes das Eleições Gerais de 2018, foi informar, promover a reflexão e incentivar o debate sobre a questão das mulheres e a política, seja na representação nos parlamentos, em espaços públicos, na militância, nas políticas públicas ou em outras instâncias. No mesmo ano, a ONU Mulheres publicou, em parceria com a União Interparlamentar, um documento sobre a participação política feminina ao redor do mundo. Na análise entre 193 países, o Brasil ocupou a 154ª posição no ranking de mulheres no parlamento, que têm 14,8% dos assentos. Atualmente, a bancada feminina corresponde a 15% na Câmara dos Deputados  um aumento de 55 deputadas para 77  e 14,8% dos assentos no Senado. Segundo o Mapa de Mulheres na Política 2019, também da ONU Mulheres e da União Interparlamentar, a presença feminina na política do Brasil em âmbito ministerial atualmente é de 9%  das 22 pastas, apenas duas são atualmente comandadas por mulheres  percentual que está longe de representar a população feminina brasileira, que compõe 52,5% do eleitorado. Esses dados demonstram a ineficiência da Lei 9504/1997, criada com o objetivo de ampliar a participação política feminina ao dispor que 30% das vagas de candidatura de cada partido deveriam ser reservadas às mulheres. Apesar das mulheres terem expressado vozes políticas importantes na história do Brasil, com participação no movimento abolicionista, na instauração da República e no sufrágio universal  como traz Paola Giuliani em  Os movimentos de trabalhadoras e a sociedade brasileira (Contexto, 1997)  , o lugar da mulher é historicamente restrito a esferas consideradas femininas:  A vocação prioritária para a maternidade e a vida doméstica seriam marcas de feminilidade, enquanto a iniciativa, a participação no mercado de trabalho, a força e o espírito de aventura definiriam a masculinidade  em  Mulheres dos anos dourados , de Carla Bassanezi Pinsky (Contexto, 1997, p. 609). Existem três santuários que fogem às suas ocupações, segundo Michelle Perrot na obra  Mulheres Públicas (Unesp, 1998): o religioso, o militar e o político. Dominados por homens, esses redutos ainda permanecem como espaços de difícil acesso para as mulheres, como mostram os dados previamente apresentados. Diante disso, as estudantes buscaram produzir um material que pudesse demonstrar e explicar essa realidade de disparidade, mas também ressaltar a importância de ações, movimentos e políticas que procuram amplificar a participação feminina na política. O uso de espaços universitários pode revigorar a questão de dimensionar a participação das mulheres em diversos áreas de atividade humana e denunciar o caráter sexista na sociedade e na ciência  em  Reflexões sobre gênero, mulheres e política , de Jussara Reis Prá (Cânone Editorial, 2011). Ao optar pela realização de um programa radiofônico, existia também um propósito educativo, como o proposto por Mario Kaplún no livro  Produção de programas de rádio, do roteiro à direção (Insular, 2017) na perspectiva da  educação radiofônica , que não se limita à difusão de conhecimentos básicos, mas  à transmissão de valores, a promoção humana, o desenvolvimento integral do homem e da comunidade; que se propõem elevar o nível de consciência, estimular a reflexão e converter cada homem em agente ativo da transformação do seu meio natural, econômico e social (KAPLÚN, 2017 , p. 22). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Café sem Filtro é um quadro de variedades, que pressupõe um prazo mais flexível para a concepção de pautas, seleção de fontes e execução das reportagens em relação a um modelo hard news  como descrito em  Rádio: 24 horas de Jornalismo , de Marcelo Parada (Panda, 2000). O quadro foi concebido para ser veiculado aos sábados do período das férias de julho, na UniFm, rádio da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Paraná (Funpar). Além da veiculação na rádio, os programas foram divulgados no portal do Jornal Comunicação, site usado pelas disciplinas laboratoriais de comunicação na universidade. O público alvo, de forma geral, são universitários e jovens de 18 a 27 anos. Foram produzidos quatro programas, de duração aproximada de trinta minutos cada. O critério para a seleção das pautas era que os estudantes julgassem que o tema merecia um aprofundamento que não era visto com frequência na mídia tradicional. A participação feminina na política em suas diversas instâncias e expressões, pelos motivos já trazidos, se encaixa nesse critério e foi escolhida pelo grupo, que considera que a universidade é um espaço adequado para a reflexão sobre esse e demais temas que apresentem necessidade da discussão e do debate. Nas palavras de Jussara Prá:  O uso de espaços universitários, para debater temas negligenciados na academia, revigora a preocupação de dimensionar a participação das mulheres em diversos setores de atividade humana; propor a igualdade de direitos entre os sexos, questionar as teses sobre a  inferioridade feminina e, sobretudo, denunciar o caráter sexista presente na sociedade e no arcabouço das ciências (PRÁ, 2011). Para cumprir tal objetivo, os formatos radiofônicos escolhidos foram a entrevista e a reportagem, esta última que possibilita uma abordagem mais específica e de mais fôlego do assunto  conforme define André Barbosa Filho em  Gêneros Radiofônicos: Os formatos e os programas em áudio (Paulinas, 2003). De acordo com a pesquisadora Flávia Biroli, no texto  Mulheres e política na mídia brasileira: estereótipos de gênero e marginalidade do  feminino na política , os homens representam quase 90% dos personagens nos noticiários brasileiros.  Além da invisibilidade relativa das mulheres, especialmente no noticiário político, sua associação aos temas que constituem a agenda noticiosa é um aspecto da construção estereotipada das diferenças entre os sexos, reforçando a ideia de que mulheres e homens, naturalmente, interessam-se e agem em áreas especí&#64257;cas da realidade (Cânone Editorial, 2011). Por esse motivo, foi decidido que o trabalho conteria apenas fontes mulheres. As pautas definidas para as reportagens foram: a atuação de jovens mulheres em grêmios estudantis; o curso de iniciação à formação política para mulheres, ofertado na UFPR; os desafios que mulheres em cargos eletivos enfrentam no dia-a-dia do trabalho; uma entrevista em estúdio com a convidada Luciana Panke  professora da universidade que desenvolve pesquisa sobre campanhas eleitorais de mulheres e foi eleita uma das 12 mulheres mais influentes da comunicação política da América Latina pelo Victory Awards. Buscou-se na seleção de fontes mulheres que estivessem diretamente relacionadas com as pautas planejadas, como vereadoras eleitas, organizadoras do curso de formação política, participantes de grêmios estudantis ou mulheres relacionadas de alguma outra forma com ações que visam a maior inclusão desse público na vida política. O programa tem certo caráter regionalista, uma vez que todas as fontes residem em Curitiba e/ou fazem parte da comunidade da Universidade Federal do Paraná, mas, sendo o assunto de ampla relevância, as reportagens podem ser vistas como parâmetro para um panorama geral da situação retratada. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No que diz respeito à metodologia, adotou-se, para a apuração, a coleta  em  Rádio: teoria e prática , de Luiz Artur Ferrareto (Summus, 2014)  , em que o repórter parte em busca dos atores e protagonistas para obter as informações necessárias. Foram realizadas, além da entrevista com a professora Luciana Panke, entrevistas com todas as outras fontes, das quais se selecionou o material a ser utilizado na versão final das reportagens. O processo de produção do programa foi fundamentado por aprendizados que fizeram parte da formação acadêmica das estudantes. Dentre eles, o livro de Mario Kaplún (2017), foi a principal referência que auxiliou na construção. Assim, definiu-se primeiramente que o programa seria escrito em forma de diálogo, para depois definir o objetivo e a estrutura básica, bem como o tema, a duração e o público-alvo. Para a construção do episódio sobre Mulheres na Política, o contexto político das eleições de 2018 foi levado em consideração. As estudantes decidiram produzir um programa radiofônico enquadrado no gênero jornalístico (BARBOSA FILHO, 2003) e optaram pela participação feminina na política por sentirem necessidade de abrir espaço para o debate a respeito do tema, principalmente para oferecer visibilidade e conscientização ao eleitorado que viria a eleger os próximos cargos políticos. Com o tema e os objetivos definidos, o grupo dividiu as funções entre as integrantes e discutiu possíveis pautas para formar o programa. Nessa etapa foram consideradas personalidades notórias que pudessem agregar ao debate através de relatos expandidos em forma de autobiografia ou discussões de temas relevantes em entrevistas e reportagens. Os procedimentos para o planejamento e condução da entrevista foram embasados na obra  Produção de Programas de Rádio, do roteiro à direção , de Mário Kaplún (2017). Além disso, o grupo de estudantes percebeu a necessidade de abordar iniciativas como cursos e prêmios, que fornecem oportunidades e abrem espaços para mulheres interessadas em política. Após a escolha das pautas e formatos, as estudantes deram início ao desenvolvimento e produção dos materiais radiofônicos, ou seja, entraram em contato com as fontes e organizaram o material para as entrevistas. Em seguida, as integrantes realizaram a gravação e montagem do material, que  constitui uma parte fundamental da realização de uma reportagem, que ganha forma quando a editamos, isto é, quando escolhemos os melhores trechos das várias gravações e eliminamos o irrelevante, as partes confusas (KAPLÚN, 2017, p. 276). Com a finalização dos materiais, em forma de reportagens de até aproximadamente sete minutos, o grupo de estudantes discutiu os procedimentos finais para a organização do programa e criou o script para guiar sua execução, definido como o  esquema detalhado e preciso da transmissão, que compreende o texto falado, a música que será incluída e os efeitos sonoros a serem inseridos (KAPLÚN, 2017 , p 258). O documento foi preparado para a orientar o técnico da universidade durante a gravação e produção da peça. Por fim, a gravação do programa aconteceu no estúdio de rádio do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná (UFPR), local no qual também ocorreu a entrevista gravada ao vivo com a convidada, a conclusão final, a edição e o fechamento do episódio, etapas essas realizadas pelas estudantes, com supervisão da professora orientadora. Em todo o processo de produção do programa, foram utilizados recursos e ferramentas oferecidos pela própria instituição, bem como aparelhos de gravação das próprias alunas. Em resumo, seguindo a estrutura de produção de um programa de rádio apresentada por Kaplún (2017) e os formatos mencionados pelo autor Barbosa Filho (2003), o episódio de aproximadamente 30 minutos passou por quase todas as etapas de construção de um programa radiofônico, realizando assim, um compilado de conteúdos que contém reportagens, entrevista e uma pequena biografia. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>