ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #c7181a"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01530</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RP06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;ESTRATÉGIAS DE VISIBILIDADE DAS AÇÕES DE ADVOCACY DO GRUPO DIGNIDADE</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Mayara Thalita de Almeida (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Lucilene Bastos Gonçalves (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Marcos José Zablonsky (Pontifícia Universidade Católica do Paraná)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #c7181a"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Na Carta da Terra (ONU, 2000) - declaração com princípios éticos considerados fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa, sustentável e pacífica no século XXI - afirma-se que a igualdade e a equidade de gênero são fundamentais para o desenvolvimento sustentável do planeta. Em conformidade com isso, Kunsch et al. (2007) declara que a cidadania é o desenvolvimento social com igualdade. Segundo o levantamento do Grupo Gay da Bahia (2018), em 2017 a cada 20 horas um LGBTI+ morreu de forma violenta, totalizando 445 homicídios, o que faz do Brasil campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. O advocacy pode ser considerado uma prática democrática fundamental para reverter esse cenário e garantir a cidadania LGBTI+, uma vez que é capaz de exercer influência na tomada de decisões junto aos governantes, de modo que possa dar vozes a diversos setores da sociedade sobre vários temas, como por exemplo minorias étnicas, direitos humanos e homossexuais (GALAN, 2012), com questões e propostas pautadas dentro da lei e da ética (FARHAT, 2007). Segundo Kunsch et al. (2007), a defesa de ideias e direitos em benefício da sociedade precisa encontrar amparo nas articulações das organizações da sociedade civil, especialmente àquelas envolvidas em causas sociais, como é o caso do objeto de estudo do presente trabalho, o Grupo Dignidade, fundado em 1992 na cidade de Curitiba, no Paraná. Ao longo de sua trajetória, a ONG conseguiu influenciar e subsidiar as políticas públicas no nível municipal, estadual e nacional no que tange a luta a favor dos direitos LGBTI+, tendo o advocacy como a principal área de atuação. Por sua vez, a ONG trabalha para promover a livre orientação sexual, identidade e expressão de gênero, bem como dos direitos humanos e da cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais (LGBTI+). Para promover o objetivo de executar estratégias de assessoria de comunicação com abordagem de relações públicas, foi necessário identificar problemas organizacionais relacionados aos processos de comunicação internos e externos. Com o propósito de otimizá-los, foram analisados a partir de uma série de pesquisas bibliográficas, documentais e entrevistas, sendo elaborado um planejamento de comunicação para auxiliar no desenvolvimento das atividades promovidas pelo Grupo Dignidade. O plano de ações desenvolvido teve como objetivo geral executar estratégias de assessoria de comunicação com abordagem de relações públicas para contribuir nas ações de defesa de causa do Grupo Dignidade. Foram elaboradas 20 estratégias de comunicação delineadas para contribuir com o alcance do objetivo do projeto. Para tanto, os objetivos específicos traçados foram: a) tornar o Grupo Dignidade conhecido perante seus públicos externos; b) disseminar as ações de advocacy visando engajamento dos públicos de interesse; c) melhorar a comunicação interna da organização; d) facilitar a compreensão de terceiros sobre o trabalho da ONG por meio de divulgação institucional; e) elaborar conteúdo para dar visibilidade às ações e projetos da organização. Quinteiro (2006) defende que a comunicação do Terceiro Setor possui o objetivo de ir além da transmissão de mensagens, tendo como função a construção da cidadania. Em conformidade com isso, Kusch (2009) afirma que o relações públicas precisa estar em sintonia com a sociedade, valorizando os princípios da democracia, diversidade, pluralismo e justiça social, servindo inclusive como meta das universidades para os estudos de comunicação. Atendendo esse preceito, Harrad, Reis e Simonetti (2009) afirmam que as questões prioritárias em direito e cidadania LGBTI+ não devem ser tratadas isoladamente, sendo uma temática de interesse coletivo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho de conclusão de curso foi desenvolvido a partir da linha de pesquisa dos estudos comunicacionais, sendo escolhida a linha da gestão e tecnologias da comunicação, disponibilizada pelo curso de relações públicas e ajustadas a Escola de Comunicação e Artes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Representa as organizações não governamentais, considerando os objetos de investigação e analisando o seu aspecto cultural, social e econômico. Após definir o tema e o problema, recorreu-se a pesquisa bibliográfica em busca de compreendê-los, possibilitando o desenvolvimento de objetivos geral e específicos para contribuir com a sua resolução. A estruturação da pesquisa exploratória foi estabelecida de acordo com o proposto por Kunsch (2016): pesquisa bibliográfica, documental, análise do cenário específico com proposta de intervenção. Além de dados secundários disponibilizados por institutos de pesquisas e inclusive da própria organização, abordando as práticas de advocacy na defesa de causa, bem como análise do ambiente interno, macroambiente, microambiente, SWOT, diagnóstico de comunicação e o plano de ações. A priori, para conhecer mais sobre a organização, realizou-se uma pesquisa documental. Foram considerados as seguintes fontes de informação para o trabalho: portfólio da ONG, o planejamento estratégico traçado no começo do ano de 2018, regimento interno, bem como a avaliação das métricas e dados da página do Facebook e do Instagram do Grupo Dignidade que se iniciou no dia 27 de abril de 2018 e foi finalizada no dia 23 de maio de 2018. As entrevistas em profundidade também foram essenciais, porque segundo Duarte (2006) é possível entender como a comunicação está sendo percebida pelos funcionários por meio deste método. Foram realizadas três entrevistas em profundidade semi aberta, a qual é caracterizada por conduzir o andamento das perguntas, baseando-se em um roteiro de questões-guia. A seleção das fontes deu-se por conveniência, sendo um colaborador que estava disponível no dia, e intencional com um dos dirigentes da organização, caracterizado como informante-chave, por causa do seu envolvimento e profundo conhecimento das informações consideradas fundamentais para a pesquisa. A primeira entrevista feita foi com o Diretor Administrativo, Lucas Dionisio, cuja finalidade era coletar informações sobre a comunicação interna e a cultura organizacional. O questionário semi-estruturado foi baseado no roteiro de Kunsch (2009) e adaptado para o Terceiro Setor. O segundo entrevistado foi o psicólogo voluntário, Renato Staevie Baduy. A escolha foi motivada pelo fato de o setor de atendimento psicológico ser mais presente no cotidiano da organização do que outros setores que prestam serviços esporadicamente, como o de atendimento jurídico. A entrevista foi para saber qual era a percepção do colaborador sobre a cultura organizacional. Todas as entrevistas ocorreram na sede da organização e foi utilizado um gravador de áudio e anotações manuscritas para o registro das respostas. Após esta etapa, foram levantadas questões em grupo a fim de verificar quais as os temas mais recorrentes nas entrevistas. Além das entrevistas em profundidade, foi realizada uma pesquisa de opinião na Marcha pela Diversidade, organizada pelo Grupo Dignidade no dia 8 de julho de 2018. A partir das informações coletadas, foi possível estabelecer um panorama tanto interno quanto externo à organização, que possibilitou a análise de fundamentação para o planejamento estratégico de relações públicas. Com base nas análises tanto ambiental quanto de cenário, foi desenvolvido um diagnóstico, fundamental para a formulação das propostas de intervenção inseridas no plano de relações públicas, que por sua vez foi confeccionado a partir dos desafios relevantes na etapa do diagnóstico. Desta maneira, o plano se dividiu em 20 ações separadas em 3 programas: 6 para Acuenda, 10 para Levantando a Bandeira e 4 para Amigos do Dignidade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #c7181a"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fim de compreender a organização e suas motivações, foi feita uma análise dos cenários internos e externos (SWOT) para mensurar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do Grupo Dignidade; bem como um diagnóstico onde foram apresentados os problemas referentes à falta de visibilidade junto ao público beneficiado pela entidade, além de problemas na linguagem utilizada nas mídias sociais da organização. No âmbito interno da organização é a falta de um gestor de comunicação habilitado para a execução de tal tarefa, gerando assim uma centralidade na comunicação. Após o diagnóstico a equipe elencou três grandes desafios para a organização: 1) A falta de um setor de comunicação estruturado com mão-de-obra capacitada para atender as demandas da organização, 2) A falta de divulgação da existência da ONG, sua real função e de seus projetos, e 3) Relacionamento com as mídias sociais e veículos de comunicação com pouco aproveitamento. A partir da problemática levantada, as estratégias foram pensadas dentro de um plano de relações públicas, que se fragmentou em três partes: Acuenda, Levantando a Bandeira e Amigos do Dignidade. Na etapa Acuenda, iniciou-se a construção de uma nova fase no Grupo Dignidade, começando pela ação Comunicare, com o objetivo de estruturar um setor de comunicação na ONG; o Grupo Dignidade 4.0 para construir a persona virtual da organização e estreitar o relacionamento com o público LGBTI+, bem como o Manual de Boa Conduta visando manter uma linguagem padrão tanto no meio virtual como de comportamento, servindo como um guia para voluntários; Makeover com foco na imagem institucional e uma Pesquisa de Opinião para conhecer os interesses do público LGBTI+. A etapa Levantando a Bandeira buscou trazer conscientização a população por intermédio da comunicação e do seu poder maior que é levar informação a todos. As ações foram pensadas para o público externo, tanto pelo meio digital, quanto físico. Pois, no diagnóstico foi detectado que não existia uma aproximação satisfatória com a comunidade. Este programa tem como objetivo de levantar a bandeira contra o preconceito, a desinformação e a discriminação, a partir de ações específicas que compõem o mesmo. Dentre as dez ações desta etapa, vale destacar o resgate da história LGBTI+ afim de alertar a população dos riscos que os direitos humanos correm ao se depararem com um cenário repleto de discursos preconceituosos e violentos no qual se encontra o país atualmente com a ação Memória Viva, onde foram catalogados mais de novecentos artigos e revistas com a temática LGBTI+. Além disso, o evento Bate Papo Sobre Diversidade organizado pela equipe para receber o Diretor Executivo do Grupo Dignidade, Toni Reis, na PUCPR para levar informações sobre os direitos humanos e a defesa de causa LGBTI+ para o ambiente acadêmico. Um dos pontos de destaque do trabalho foi a ação Família é Amor, que tem como foco a elaboração de um vídeo demonstrando que uma família com membros LGBTI+ pode ser tão bem estruturada quanto uma família padrão, buscando a aceitação por parte dos familiares, sendo esta última ação a escolhida para ser apresentada como produto de comunicação no presente artigo. Por fim, a etapa Amigos do Dignidade surge com o intuito de criar novas parcerias, tendo como foco jornalistas, ativistas, influencers digitais e apoiadores das causas LGBTI+, utilizando das técnicas de assessoria de imprensa para reorganizar e adaptar a comunicação com a imprensa. Neste programa, foram elaborados três mailing lists estratégicos. Os destinatários foram alimentados com uma Newsletter contendo um clipping semanal de assuntos relacionados não só ao Grupo Dignidade, como à comunidade LGBTI+ como um todo. Conforme a publicação da Aberje (2010), pode-se afirmar que é preciso planejar e elaborar um plano de comunicação para a sustentabilidade, considerando a complexidade dos cenários atuais, para reconhecer se os objetivos estipulados estão sendo cumpridos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>