"Mês do Orgulho LGBT" é um produto radiofônico desenvolvido sob orientação da professora Eveline Stella de Araújo na disciplina de Laboratório de Rádio, obrigatória na grade curricular do 5º. semestre do curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A ementa oficial destaca, como um de seus objetivos principais, a capacitação dos alunos para as técnicas de redação, pauta, produção, entrevista, gravação e edição de notícias e programas jornalísticos para o rádio. Além do conhecimento técnico, os estudantes são incentivados a abordar temas atuais e relevantes, envolvendo questões ambientais, sociais e econômicas como forma de preparar sua atenção e comprometimento com a realidade. Nesse contexto, o produto foi idealizado com o objetivo de abrir espaço para o debate a respeito dos avanços e retrocessos na discriminação, reconhecimento e luta da comunidade LGBT. Através do relato de um especialista e da vivência desses indivíduos, a reportagem promove a reflexão sobre o contexto atual dessa minoria, além de abordar a motivação e relevância de considerar junho como o Mês do Orgulho LGBT. Quando se trata de LGBTfobia, ou seja, discriminação direcionada a lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e demais grupos abrangidos pela sigla, existe uma carência de dados estatísticos oficiais. O Brasil possui um longo histórico de negligência das pautas relacionadas à comunidade LGBT. Durante o governo de Dilma Rousseff, a ex-presidente afirmou que aprovaria a lei de criminalização da LGBTfobia, mas o projeto de lei PLC 122/2006 foi arquivado. Em seguida, durante o mandato de Michel Temer, o ex-presidente não abriu a oportunidade de realização de uma audiência com representantes do movimento. Com Jair Bolsonaro na presidência, a pauta ainda circula pelo Supremo Tribunal Federal, aguardando a votação sobre a criminalização da LGBTfobia, que deve acontecer no final de maio. Apesar da escassez de estatísticas, o Grupo Gay da Bahia (GGB), organização não-governamental, coleta dados sobre LGBTfobia no Brasil há quase 40 anos. De 2017 para 2018, apesar de uma queda de 6% na taxa de mortes por ano, eles estimaram que um LGBT morre a cada 20 horas no país. Devido a esses dados alarmantes, torna-se necessário discutir sobre pautas relacionadas à comunidade LGBT. Segundo Mario Kaplún, em sua obra "Produção de Programas de Rádio, do roteiro à direção" (Insular, 2017), o rádio tem um importante papel de levar conhecimentos para todas as pessoas e gerar um ambiente de formação de valores e construção de consciência crítica. Pensando nisso, a reportagem sobre o Mês do Orgulho LGBT busca educar a população sobre os acontecimentos históricos de discriminação e intolerância que levaram à estipulação do período de celebração e que, em maior ou menor escala, se repetem até hoje. Além de fornecer a opinião de um especialista no assunto, o membro da Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o produto se preocupa em dar voz à vivência de pessoas que pertencem à comunidade LGBT e que enfrentam ou enfrentaram situações de preconceito durante a vida. Para Mikhail Bakhtin, em "Estética da Criação Verbal" (Martins Fontes, 1997), "o fato de ser ouvido, por si só, estabelece uma relação dialógica. A palavra quer ser ouvida, compreendida, respondida e quer, por sua vez, responder à resposta, e assim ad infinitum". Neste contexto, a reportagem "Mês do Orgulho LGBT" tem o objetivo de oferecer visibilidade para as experiências de pessoas da comunidade minoritária e abrir espaço para o diálogo com a sociedade. |
As reportagens desenvolvidas para a disciplina de Laboratório de Radiojornalismo tinham como critério de avaliação a concepção de pautas relevantes e atuais, o mínimo de três fontes, que trouxessem visões diferentes sobre o tema discutido, e a execução dos conhecimentos técnicos de redação, produção, entrevista, gravação e edição aprendidos em sala de aula. O material produzido foi veiculado no sábado de manhã durante o programa do Jornal Comunicação na UniFM, rádio da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Paraná (Funpar). O produto deste trabalho foi veiculado especificamente no mês de junho, por apresentar uma pauta relevante a este período. Além da rádio, o programa no qual a reportagem foi divulgada também está disponível no portal do Jornal Comunicação, site que veicula os produtos das disciplinas laboratoriais de comunicação da UFPR. O processo de produção da reportagem iniciou-se com a imersão e pré-apuração do tema, em que ocorreu a pesquisa, levantamento de dados e definição das fontes. Segundo André Barbosa Filho, em "Gêneros Radiofônicos" (Paulinas, 2003), a reportagem é uma matéria específica que possibilita uma abordagem de mais fôlego no assunto discutido, além disso, permite a inclusão da opinião do repórter, sendo considerado um formato que combina elementos do gênero jornalístico e opinativo. Seguindo essa definição, o produto apresenta fontes que defendem a visão da comunidade LGBT e a existência do mês de celebração do orgulho, opinião alinhada com os princípios defendidos pela repórter. As entrevistas realizadas para a reportagem foram planejadas com antecedência para definir perguntas de interesse da opinião pública. Um exemplo é que, quando se trata de um mês do orgulho LGBT, uma parcela da população se questiona sobre a ausência de um mês que comemore o orgulho heterossexual. Baseado nisso, tanto o especialista quanto uma das fontes LGBT foram questionados sobre o tópico. O mesmo critério foi utilizado para definir as demais perguntas da entrevista, como afirma Heródoto Barbeiro, no "Manual de Jornalismo para Rádio, TV e Novas Mídias" (Elsevier, 2012), é trabalho do entrevistador "colocar-se no lugar do público e perguntar aquilo que considera mais importante sobre o assunto pautado". |
O processo de produção teve início com o planejamento da pauta a ser tratada na reportagem. Marcelo Parada afirma, em “Rádio: 24 horas de jornalismo” (PANDA, 2000), que “a boa pauta significa que a rádio vai conseguir traduzir em forma de programas, entrevistas ou de reportagens tudo aquilo que a pessoa vivencia e discute ao longo do dia”. Com isso em mente, diversos temas foram considerados para a reportagem, mas o ponto decisivo para a escolha do mês do orgulho LGBT como pauta foi a reflexão sobre a necessidade de se abordar um tema que, para a comunidade minoritária é “discutido ao longo do dia” (PARADA, 2000), mas para quem não está inserido nessa realidade de forma direta ou indireta, torna-se quase um tabu. Discutir a cultura LGBT em uma reportagem a ser veiculada na rádio foi uma forma de abrir espaço para reflexão e conscientização do tema.䘀攀椀琀愀 愀 搀攀昀椀渀椀漀 搀愀 瀀愀甀琀愀Ⰰ 椀渀椀挀椀漀甀ⴀ猀攀 漀 瀀爀漀挀攀猀猀漀 搀攀 愀瀀甀爀愀漀 搀愀猀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀 攀 攀猀挀漀氀栀愀 搀愀猀 昀漀渀琀攀猀 瀀愀爀愀 愀 瀀爀攀瀀愀爀愀漀 搀愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀⸀ 一漀 ᰀ䴠愀渀甀愀氀 搀攀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 瀀愀爀愀 刀搀椀漀Ⰰ 吀嘀 攀 一漀瘀愀猀 䴀搀椀愀猀ᴀ†⠀䔀氀猀攀瘀椀攀爀Ⰰ ㈀ ㈀⤀Ⰰ 䠀攀爀搀漀琀漀 䈀愀爀戀攀椀爀漀 爀攀挀漀洀攀渀搀愀 焀甀攀 漀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀爀 琀攀渀琀攀 挀漀渀栀攀挀攀爀 愀漀 洀砀椀洀漀 琀愀渀琀漀 漀 琀攀洀愀 焀甀愀渀琀漀 漀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀⸀ 䔀猀猀愀 甀洀愀 昀漀爀洀愀 搀攀 猀攀 瀀爀攀瀀愀爀愀爀 瀀愀爀愀 攀瘀攀渀琀甀愀椀猀 搀攀猀瘀椀漀猀 椀渀攀猀瀀攀爀愀搀漀猀 渀漀 琀爀愀樀攀琀漀 瀀氀愀渀攀樀愀搀漀 瀀愀爀愀 愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀 攀 琀愀洀戀洀 猀攀爀瘀攀 搀攀 愀樀甀搀愀 渀愀 昀漀爀洀甀氀愀漀 搀攀 焀甀攀猀琀攀猀 爀攀愀氀洀攀渀琀攀 爀攀氀攀瘀愀渀琀攀猀 瀀愀爀愀 瀀攀爀最甀渀琀愀爀 猀 昀漀渀琀攀猀⸀ 倀愀爀愀 愀 攀猀挀漀氀栀愀 搀漀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀猀Ⰰ 愀 爀攀瀀爀琀攀爀 漀瀀琀漀甀 愀戀漀爀搀愀爀 漀 琀攀洀愀 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀漀 爀攀氀愀琀漀 搀攀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀猀 爀攀愀椀猀 搀愀 挀漀洀甀渀椀搀愀搀攀 䰀䜀䈀吀 攀 琀愀洀戀洀 挀漀渀猀椀搀攀爀漀甀 椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀 椀渀挀氀甀椀爀 愀 昀愀氀愀 搀攀 甀洀 攀猀瀀攀挀椀愀氀椀猀琀愀⸀
Duas das entrevistas foram realizadas pessoalmente e as outras duas por telefone, uma devido a falta de disponibilidade de tempo da fonte e a outra por conta da distância geográfica e todas as captações dos áudios foram realizadas pelo gravador do celular da repórter. Com todas as entrevistas feitas, iniciou-se a produção do roteiro para posterior locução e gravação dos offs da reportagem. A produção do texto foi levou em consideração novamente o livro de Marcelo Parada (2000), que destacou a importância do “encadeamento claro e simples das ideias, para que o ouvinte possa compreender facilmente a informação no momento exato em que a escuta”. As frases do texto planejado para os offs foram escritas buscando a fácil compreensão dos ouvintes e a repórter praticou em voz alta previamente para se fazer clara durante a gravação.倀愀爀愀 愀 洀漀渀琀愀最攀洀 搀愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀Ⰰ 昀漀爀愀洀 挀漀渀猀椀搀攀爀愀搀愀猀 愀猀 爀攀挀漀洀攀渀搀愀攀猀 昀攀椀琀愀猀 瀀漀爀 䰀甀椀稀 䄀爀琀甀爀 䘀攀爀爀愀爀攀琀琀漀 攀洀 ᰀ删搀椀漀㨀 吀攀漀爀椀愀 攀 倀爀琀椀挀愀ᴀ†⠀匀甀洀洀甀猀Ⰰ ㈀ 㐀⤀ 猀漀戀爀攀 漀甀瘀椀爀 琀漀搀漀 漀 洀愀琀攀爀椀愀氀 最爀愀瘀愀搀漀 瀀愀爀愀 猀攀氀攀挀椀漀渀愀爀 漀猀 琀爀攀挀栀漀猀 愀 猀攀爀攀洀 甀琀椀氀椀稀愀搀漀猀 攀 攀瘀椀琀愀爀 愀 爀攀瀀攀琀椀漀 搀攀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀 渀愀猀 昀愀氀愀猀 搀愀 爀攀瀀爀琀攀爀 攀 搀愀猀 昀漀渀琀攀猀⸀ 䄀 爀攀瀀爀琀攀爀 最爀愀瘀漀甀 漀猀 甀搀椀漀猀Ⰰ 琀愀洀戀洀 挀漀洀 漀 猀攀甀 挀攀氀甀氀愀爀Ⰰ 攀 戀甀猀挀漀甀 昀愀稀攀爀 甀洀愀 氀漀挀甀漀 挀漀洀 琀漀洀 搀攀 瘀漀稀 攀 爀椀琀洀漀 渀愀琀甀爀愀椀猀Ⰰ 挀漀洀漀 爀攀挀漀洀攀渀搀愀 䔀洀椀氀椀漀 倀爀愀搀漀 攀洀 猀攀甀 氀椀瘀爀漀 ᰀ䔠猀琀爀甀琀甀爀愀 搀愀 䤀渀昀漀爀洀愀漀 刀愀搀椀漀昀渀椀挀愀ᴀ†⠀匀甀洀洀甀猀Ⰰ 㤀㠀㤀⤀⸀
Após a finalização de todas as gravações e seleção de materiais, a edição foi feita pela própria repórter no programa Audacity, apresentado pela professora orientadora deste trabalho e da disciplina em que a reportagem foi desenvolvida. O resultado final foi um produto radiofônico de 6 minutos e 55 segundos, exibido na rádio UniFM de Curitiba.㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀
|