Fernando Ferreira de Almeida



Entrevista com Fernando Ferreira de Almeida
Realizada em: 10 de maio de 2017
Pesquisa e roteiro: Alice Melo
Entrevistadores: Ana Paula Goulart e Cláudio Ornellas
Transcrição: Helio Cantimiro
Edição: Cláudio Ornellas



A gente começa pedindo para você falar o seu nome completo e o local e a data do seu nascimento.


Fernando Ferreira de Almeida, nascido em 26 de agosto de 1955, Rio Claro, Estado de São Paulo.


E quais os nomes e as atividades profissionais dos seus pais?


Meus pais: meu pai era ferroviário, e minha mãe, do lar, doméstica, vamos chamar assim. Meu pai, Armando de Almeida, falecido, e minha mãe, viva ainda, é Maria Conceição Ferreira de Almeida.


Fernando, qual foi a sua formação?


Passei por várias situações no ensino médio. O ginásio, eu fiz no Ensino Vocacional, que era um ensino experimental na época, um ensino que você ficava o dia todo na escola – público também. Depois, eu acabei fazendo dois anos de colégio técnico, mecânica. Vi que não era aquilo que eu queria, passei a fazer o colegial normal. Terminei meu colegial normal. Meu primeiro vestibular, eu prestei para Medicina, coisa que nem eu acreditei. Fiz um ano de cursinho me preparando para fazer vestibular de Medicina. Não consegui. Quer dizer, fiz a inscrição para poder prestar o vestibular, que era o primeiro ano de Fuvest, só que nem fui fazer. Porque aí caiu a ficha: “Que é que eu estou fazendo? Não tem nada a ver comigo”. Então, eu saio das exatas, vou para a área da saúde e, depois, falo: “Olha, fazer cursinho mais um ano eu não vou”. Aí eu fui de Rio Claro para Piracicaba, SP, e fui para a Unimep [Universidade Metodista de Piracicaba]. Aí, na Unimep, pego o catálogo de cursos e começo a olhar. Olho o perfil do egresso para cada curso, e aí: “Humanas”. Falei: “Humanas? Interessante”. Porque eu já fui eliminando: biológicas, não; saúde, não; exatas, não. Então fui lá, fui ver. Aí tinha lá: “Comunicação Social, habilitação polivalente”. Prestei vestibular e entrei para fazer Comunicação, habilitação polivalente, em 1977.


Antes, você não tinha pensado nisso?


Não, não. Nem imaginava isso. Acabei fazendo, então, o curso de habilitação polivalente. Naquele ano, o pessoal estava reconhecendo a habilitação polivalente, e coincidiu, também, de ser o ano em que o pessoal estava revendo a questão dos currículos e a questão de diretrizes, essa coisa toda – que nem existia diretriz: naquela época, você tinha a grade curricular, tinha o currículo, e fechava aí. Esse era o curso. Você tinha que mais ou menos dizer onde ia trabalhar esse profissional. Bom, aí, revendo essa situação, eles acabam com a habilitação polivalente, justamente no ano que a gente entra. E eles tinham ido fazer o reconhecimento do curso, justamente, de habilitação polivalente. Já existia o curso de Relações Públicas. Aí a comissão aprova e reconhece o curso de habilitação polivalente para as turmas que tinham entrado antes da minha. E a proposta foi a seguinte: como não ia poder mais haver habilitação polivalente, a gente seria, então, uma habilitação de Publicidade e Propaganda. Aí a opção ficou entre Publicidade e Propaganda e Relações Públicas. Não tinha Jornalismo. Tudo bem, o que a gente faz? Aí eu acabei optando por Publicidade e Propaganda. Só que o currículo nosso era o da habilitação polivalente. Nesse currículo, você tinha cinema, teatro, tinha todas as introduções aí no jornalismo – que era, justamente, depois de formado, poder atuar em qualquer área da Comunicação, menos Relações Públicas. Porque Relações Públicas já tinha, na época, o seu conselho, que era muito rígido com relação a você ir para o mercado de trabalho sem ser formado. Acho que Relações Públicas vem praticamente antes de Jornalismo, embora não fosse uma exigência do diploma, mas sim, pelo conselho das Relações Públicas, você não podia exercer a profissão se não fosse formado. Outro detalhe: eu sempre trabalhei na área de contabilidade, na parte de escrituração fiscal, essa coisa toda, e fazia, quando estava fazendo o curso, eu trabalhava numa autarquia pública que era do município de Rio Claro, na dívida ativa. Quer dizer, antes de entrar na dívida ativa, eu fui leiturista, fazia leitura de hidrômetro, fui entregador de aviso da conta de água, porque, naquela época, não tinha nada da tecnologia. E, depois, eu acabei indo para dentro do escritório, que foi quando eu fiquei como responsável da área de atendimento ao público na questão das dívidas ativas. Então, você tinha que atender o pessoal da periferia, tudo que é tipo de público. Então, tinha gente que, desde que tinha instalado o hidrômetro, essa coisa toda, nunca tinha pago a conta de água, e aí começou a cobrança. Então, tinha um pessoal que chegava lá e não conseguia entender o que era aquilo, porque nunca pagou e agora tinha que pagar – e, se não pagasse, cortava. Foi um período em que eu estava fazendo a faculdade e trabalhando dessa forma.


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