Paulistano do Brás, José Salvador Faro nasceu em 1947 e formou-se em História, pela Universidade de São Paulo, em 1973. Seu interesse pela área de comunicação começou ainda durante o curso, quando fez uma disciplina optativa na ECA (Escola de Comunicações e Artes da USP). Em 1975, ao mesmo tempo em que ensinava História no ensino médio, começou a lecionar em um curso de Comunicação na Cásper Líbero, na disciplina “Problemas Sociais e Econômicos Contemporâneos”.

Mais tarde, em 1992, José Salvador Faro fez seu mestrado na Universidade Metodista de São Paulo, sobre os primeiros 15 anos da Intercom, e o doutorado, em 1996, sobre a revista Realidade, na ECA/USP. O tema do mestrado lhe era bastante próximo, na medida em que foi um dos 12 fundadores da entidade e acompanhou, ora de perto, ora mais a distância, seu desenvolvimento, até se tornar presidente, em 1997.

No ano em que a Intercom foi criada, 1977, a SPBC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) foi proibida de realizar seu congresso, por pressão do regime militar, e só conseguir levar o encontro à frente porque a PUC de São Paulo enfrentou resistências e aceitou recebê-lo. Os professores, na época, respiravam um ar de mobilização em torno de suas atividades corporativas e científicas, o que facilitou a fundação da Intercom e a tomada de posições a favor da liberdade de imprensa. Em 1975, José Salvador Faro, então militante do Partido Comunista Brasileiro, havia sido preso.

Como presidente da Intercom, lidou com as mudanças de uma entidade em que, na antiga condição de tesoureiro, logo após a fundação, sabia de cabeça quem atrasava a anuidade. No final dos anos 1990, a instituição era muito maior e reunia milhares de pessoas em seu congresso anual. Em sua gestão, foi criado o Prêmio Luiz Beltrão, para prestigiar as lideranças do campo, conferindo-lhe mais maturidade.

José Salvador Faro dá aulas, atualmente, na PUC e na Universidade Metodista, em São Paulo. Ao longo de sua trajetória, escreveu artigos para veículos jornalísticos, como o jornal Opinião, trabalhou na agência de notícias italiana Ansa, fez parte da diretoria da SBPJor (Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo) e foi consultor da Capes, do CNPq e da Fapesp. Publicou, ainda, livros como Realidade, 1966-1968. Tempo da reportagem na imprensa brasileira, A Universidade fora de si: a Intercom e a organização dos estudos de comunicação no Brasil e Apontamentos sobre Jornalismo e Cultura.

Em 21/07/16