Carioca de Pilares, Marialva Carlos Barbosa formou-se na Universidade Federal Fluminense, em Comunicação Social, em 1976. Na mesma instituição, fez mestrado e doutorado em História, e começou a dar aulas aos 24 anos, em 1979, até se aposentar, mais de 30 anos depois. O início da atividade docente aconteceu quase por acaso, quando ela soube que haveria uma vaga aberta em função do pós-doutorado do professor Muniz Sodré, numa época em que era comum que alunos de destaque fossem convidados a lecionar. A vocação, no entanto, talvez tivesse se manifestado antes, quando decidiu estudar na Escola Normal Carmela Dutra, onde fez o ensino médio.

Antes de se tornar professora, Marialva Barbosa atuou como repórter na Rádio Tupi, TV Tupi e nos jornais Última Hora e O Globo, passando em seguida a trabalhar em assessoria de imprensa, na SulAmérica, Esso, Odebrecht e Telerj. Ao concluir seu ciclo profissional na UFF, onde fez parte do grupo que implantou a pós-graduação, primeiro com o mestrado e depois com o doutorado, a professora deu aulas na pós-graduação da Universidade Tuiuti do Paraná, até fazer concurso para a Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2012. Mais uma vez, em função de uma vaga aberta por Muniz Sodré, que havia se aposentado. Hoje, Marialva Barbosa leciona na UFRJ na graduação e pós-graduação.

Durante toda a sua vida acadêmica, a formação em História e Jornalismo norteou sua pesquisa. O mestrado teve como tema “Operários do Pensamento: Visões de Mundo dos Tipógrafos do Rio de Janeiro (1880-1920)”, enquanto o doutorado tratou de “Imprensa, Poder e Público: os Diários do Rio de Janeiro (1880-1920)”. Pela tese de doutorado, publicada em 2000, com o título “Os Donos do Rio: Imprensa, Poder e Público”, Marialva Barbosa ganhou um prêmio da Intercom. Em 2006, a professora concluiu seu pós-doutorado em Comunicação, na França, pelo LAIOS-CNRS.

A relação de Marialva Barbosa com a Intercom se iniciou bem antes do prêmio. Ela esteve no congresso da entidade realizado em Bertioga, em 1983, quando se discutiam as novas tecnologias da comunicação, e em 1987 publicou seu primeiro artigo na revista científica da Intercom. A partir de 1995, passou a participar de todos os congressos nacionais e, no ano 2000, começou a coordenar o Núcleo de Pesquisa em Jornalismo, coordenando, na sequência, os Grupos de Pesquisa.

Na entidade, foi diretora científica, vice-presidente e, em 2014, foi eleita presidente, para um mandato que se encerra em 2017. Os desafios à frente da Intercom começaram pela montagem da chapa eleita, que buscou expressar a pluralidade da instituição, e se estenderam, logo após, à sua estabilização financeira, alcançada já em 2015. Marialva Barbosa destaca, em seu mandato, a realização de congressos em instituições emblemáticas como UFRJ, USP; a modernização da marca e apresentação visual da Intercom, com a remodelação de seu site e o início da atuação em redes sociais; e o trabalho com a memória da entidade, que se confunde com a própria história do campo da comunicação no país.

Marialva Barbosa ganhou da Intercom o Prêmio Luiz Beltrão, na categoria Maturidade Acadêmica, e foi fundadora e presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar). Organizou dezenas de livros e publicou capítulos de livros em obras organizadas no Brasil e no exterior, além de artigos em revistas nacionais e internacionais. É autora, também, de “História da Comunicação no Brasil”, “História Cultural da Imprensa - 1900-2000”, “História Cultural da Imprensa - 1800-1900” e “Escravos e o Mundo da Comunicação”.