ISSN: 2177-7861

XXI Congresso de Ciências da Comunicação
na Região Norte

Realizado de 22 a 24 de maio de 2024, de forma remota.

APRESENTAÇÃO

Na história da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação), a virada do século XX para o século XXI tem como marco a descentralização das ações da nossa entidade científica. Se antes, nossos encontros para compartilhar ciência e conhecimento em Comunicação e suas interfaces se dava uma vez por ano, nos Congressos Nacionais, tradicionalmente realizados em setembro, nesse momento de passagem, eles são ampliados com a implantação de congressos regionais.

A primeira região a receber/sediar esses encontros foi a Sudeste que, nesse ano de 2024, chega a 27ª edição do Intercom Sudeste. Na sequência, três anos depois, outras três regiões também implantaram esses congressos. Por isso, já são 24 edições de Intercom Centro-Oeste, de Intercom Nordeste e Intercom Sul. Mais quatro anos e é a vez da região norte ter o seu regional, que está completando 20 edições.

Depois de duas décadas de sucesso do modelo adotado naquele momento (o de criação), que é baseado na estrutura do Congresso Nacional da Intercom e que quase não passou por alterações ao longo dessa trajetória, o ano de 2024 também entrará para a história da nossa associação científica como um novo marco. Isso porque, depois de alguns anos colhendo depoimentos, ouvindo sugestões e críticas, observando os resultados dos congressos regionais, concluímos: é chegada a hora de reinventar os nossos encontros nas cinco regiões, porém sem deixar para trás tudo o que construímos juntos – Intercom e pesquisadores, de todos os níveis de formação, que fazem a entidade.

Como associação científica, a Intercom tem na pesquisa em Comunicação seu objeto privilegiado. Compreensão que, para nós, é imutável. Porém, nossa perspectiva é a de que, para termos uma pesquisa forte e uma pós-graduação consolidada, precisamos de uma graduação valorizada. Dessa forma, também é nosso papel contribuir para ampliar os debates sobre o ensino e a extensão. Acreditamos e defendemos a Intercom como uma sociedade científica plural e os nossos congressos como o lugar/o momento do encontro, da troca e, mais do que nunca, julgamos ser primordial que seja também o de defesa da formação de qualidade, tanto na graduação quanto na pós-graduação.

Por isso, nossos Congressos Regionais passaram a ter a mesma ancoragem das nossas instituições de ensino superior. Ou seja, suas programações são baseadas no tripé pesquisa-ensino-extensão, visando incluir, cada vez mais, estudantes de graduação, mestrandos, doutorandos, professores e coordenadores de cursos de graduação, e profissionais do mercado.

No eixo Pesquisa propomos e implementamos os Grupos de Trabalhos (GTs) em substituição às Divisões Temáticas (DTs) e ao Intercom Júnior (IJ). Se antes as pesquisas eram divididas pelo nível de formação dos autores, agora todos apresentam juntos e quem está num grau de formação mais elevado vai contribuindo com quem está começando. Dessa maneira, doutores/as apontam possíveis caminhos de pesquisa para doutorandos/as, doutorandos/as apoiam mestrandos/as e estes auxiliam graduandos/as. Processo que passa ainda pelas particularidades das pesquisas em andamento em cada região, na medida que os GTs são propostos, ano a ano, pelos próprios pesquisadores de cada uma das cinco regiões.

Tradição na história da Intercom, mas com um ínterim nos últimos anos, o Fórum Ensino de Comunicação (Ensicom) volta a ter lugar de destaque na programação dos congressos regionais e com um objetivo central: ser o local de referência para a troca de experiências entre professores e coordenadores de cursos de graduação em Comunicação, possibilitando a proposição de ações para os cursos, universidades e a própria Intercom com vistas a defesa da formação de qualidade.

Ainda no que tange ao eixo Ensino, os Congressos Regionais passaram a buscar uma maior aproximação com o mercado e trabalho tendo em vista que as profissões ligadas à grande área da Comunicação estão passando por transformações significativas, que o mercado de trabalho já não é mais o mesmo, e que as aptidões exigidas também estão em constante processo de mudança. Por isso, ampliamos a oferta de oficinas e workshops a partir desse olhar para o mercado. Ainda pensando nas mudanças em processo no que diz respeito à atuação profissional, os Regionais também abriram espaços para que empresas da área de Comunicação pudessem expor seus produtos e serviços, além de garimpar talentos entre os estudantes, a partir, por exemplo, dos trabalhos apresentados na Mostra de Oportunidades em Comunicação e no Expocom, que segue sendo o queridos dos nossos estudantes de graduação.

Além disso, também trouxemos, de forma pioneira, as atividades extensionistas para dentro dos nossos regionais com a inclusão da Jornada de Extensão. Pensada como forma de fortalecer o ensino e a pesquisa, a Jornada de Extensão busca apresentar a atuação dos cursos de Comunicação junto às comunidades das suas áreas de atuação para que esse compartilhar leve ao reconhecimento, por parte da sociedade em geral, da importância do ensino superior, da pós-graduação e, consequentemente, das universidades.

Última das mudanças implantada nesse ano, o Prêmio Intercom de Comunicação para a Transformação Social busca reconhecer, entre os trabalhos de pesquisa, de ensino e de extensão apresentados em cada um dos congressos regionais, aqueles que têm impacto social atestado ou potencial impacto social.

Resultados de gestos simples e fundamentais – como de ouvir e olhar com atenção, essas pequenas mudanças, atestam os números dos congressos, foram recebidas positivamente pela comunidade acadêmica. Somados, os 5 regionais, tiveram, em 2023, 3.370 congressistas e, em 2024, 4.463 participantes – um aumento de 32,5%. Mas o que mais impressiona é o número de trabalhos submetidos aos GTs, Ensicom e Jornada de Extensão: 1.247. Considerando que ano passado foram apresentadas 696 pesquisas científicas, tivemos um salto impressionante no compartilhar informações: 80%. E mesmo no Expocom as mudanças surtiram efeito – passamos de 1.252 trabalhos em 2023 para 1.593 trabalhos em 2024.

Esperamos que esse salto dos “novos” regionais não seja apenas numérico, mas sobretudo qualitativo, que esse modelo possibilite mais interações, mais trocas, mais conhecimento partilhado e compartilhado. Obrigada a cada pesquisador/a, independente do nível de formação, que acolheu as mudanças, participou e fez dos Regionais de 2024, congressos muito melhores.

Ariane Pereira
vice-presidenta da Intercom

COMISSÃO ORGANIZADORA INTERCOM

COMISSÃO ORGANIZADORA – INTERCOM NORTE 2024