Entrevista com a professora Margarida Kunsch
Realizada em 17 de novembro de 2015
Pesquisa e roteiro: Alice Melo
Entrevistadores: Ana Paula Goulart e Cláudio Ornellas
Transcrição: Hélio Cantimiro
Edição: Cláudio Ornellas
Qual o seu nome completo, local e data de nascimento?
Margarida Maria Krohling Kunsch. Eu nasci em 15 de janeiro de 1947, no município de Domingos Martins, Espírito Santo.
Quais os nomes dos seus pais? O que eles faziam?
João Pedro Krohling Krusch e Maria Margarida Thomas. Minha mãe era dona de casa e meu pai era trabalhador rural.
Qual é a sua formação?
Eu estudei na Faculdade de Comunicação Social Anhembi Morumbi. Fiz o curso de Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas. Depois eu vim fazer o mestrado em 1979, aqui na Escola de Comunicações e Artes, na Universidade São Paulo, onde fiz também o meu doutorado, defendido em 1991.
Quais foram os temas do seu mestrado e do seu doutorado?
No meu mestrado eu tratei do planejamento de relações públicas na comunicação integrada, eu procurei inovar no sentido de mostrar que nós estávamos vivendo já numa transição democrática e que o país precisava de novas formas de atuação da área de comunicação. Até então o trabalho de relações públicas era muito unilateral, relações com governo, relações com imprensa, então, eu, depois de muita pesquisa, pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, propus esse tema do planejamento de relações públicas na comunicação integrada, que foi publicado em livro e teve seguidas reedições, até que, na última, houve uma revisão e atualização, foi feito um novo livro, praticamente.
E no seu doutorado?
No meu doutorado eu propus a comunicação integrada para a universidade e, nesse âmbito, ter um centro de comunicação científica, para difundir a produção, porque eu atuava também na assessoria de comunicação da universidade e pude ver a enorme produção que havia. Na época eu ainda ficava muito só na biblioteca, não havia uma divulgação, um acesso eletrônico, então, a minha proposta foi que a universidade tinha que ter uma política, uma estrutura para difundir sua produção científica, sua pesquisa, a ciência. E também resultou num livro, que se chamou Universidade e Comunicação na Edificação da Sociedade.
Quem foram seus orientadores?
O meu mestrado foi orientado pelo professor Cândido Teobaldo de Souza Andrade e o doutorado foi pela professora Sara Chucid da Viá.
Fale um pouco de seu trabalho na assessoria de imprensa na universidade.
Não era assessoria de imprensa, eu trabalhava na coordenadoria de comunicação da universidade, no início dos anos 1980, até mais ou menos 1985, por aí.
Essa foi sua primeira atividade profissional na comunicação?
Não. Antes de vir para o magistério superior, eu trabalhei em várias empresas, inclusive na primeira como auxiliar de relações públicas, depois trabalhei também como contato de publicidade, então, eu tive um percurso no mercado.
E como foi se aproximando da vida acadêmica? Por que a escolha pela vida acadêmica?
Assim que eu me formei, um professor, que foi meu professor no curso de graduação, me convidou, me indicou para dar aula, porque eu questionava muito as aulas. “Você leva jeito de professora”. Foi quando então apareceu uma oportunidade na Universidade de Mogi das Cruzes, que estava precisando de professor, aí eu iniciei ali.
Isso em que ano?
Isso foi em 1977. Depois então eu fui para outra escola, que era Organização Santamarense, uma faculdade de comunicação lá na região de Santo Amaro, já como professora do curso de Relações Públicas. Depois fui para a Metodista, em São Bernardo do Campo, a universidade em que eu permaneci um período maior, de 1978 até 1989. E depois de 1989 minha opção foi ficar integralmente na ECA.
Em nossa pesquisa, para a entrevista, constava uma passagem na Universidade Anhembi Morumbi?
É verdade, Anhembi Morumbi e, também, a Cásper Líbero. Foram as faculdades pelas quais eu passei, num período mais curto.
Sempre em relações públicas?
Sempre em relações públicas, trabalhando muita disciplina de planejamento, disciplinas em que eu fui me especializando e também na área específica de comunicação nas organizações.
E como foi essa sua entrada da ECA?
Foi por meio de processo seletivo e concurso público.