11 de setembro de 2018
Uma conversa instigante e provocativa sobre o tema “Desigualdades, Gêneros e Comunicação” foi conduzida por pesquisadores e pensadores de destaque no assunto durante o 41º Ciclo de Estudos em Ciências da Comunicação, realizado no dia 5 de setembro durante o congresso Intercom 2018
O Anfiteatro da Biblioteca da Universidade da Região de Joinville (Univille) ficou pequeno para o evento que tratou do tema central do congresso. Com conferência de abertura proferida pela cientista social Áurea Carolina, ativista negra feminista e vereadora em Belo Horizonte, o evento reuniu, em três mesas temáticas, outros 11 convidados brasileiros e um estrangeiro que circulam na academia e na sociedade, tanto pesquisando quanto vivenciando as questões de desigualdade e gênero.
“As mesas do evento foram marcadas por um denso conteúdo teórico, mas também pelas experiências de vida dos convidados. Temáticas como gênero, diversidade, deficiência, corpo, LGBT, indígenas, feminismo e negritude permearam todos os debates do Ciclo”, avalia a professora Nair Prata, diretora científica da Intercom e coordenadora do 41º Ciclo de Estudos em Ciências da Comunicação. “Foi muito interessante observar a reação do público. Em alguns momentos, durante a fala de convidados, houve aplausos. Em outros, pessoas da plateia choravam.”
A primeira atividade do Ciclo de Estudos foi uma homenagem ao professor José Marques de Melo, idealizador do Ciclo de Estudos em Ciências da Comunicação, em que a professora Sônia Jaconi, diretora administrativa da Intercom, traçou um breve histórico da entidade e de seu congresso. Em seguida, o professor Giovandro Ferreira, presidente da Intercom, destacou a relação do tema da edição de 2018 com o surgimento semiclandestino da Intercom, em 1977, enfatizando o papel da entidade na contestação da realidade social e na luta pela democracia. “Nós não vamos desistir do Brasil e de sua democracia. Daí o papel da Intercom nessa perspectiva, e também da Associação Latino-Americana de Pesquisadores da Comunicação, a ALAIC, e a preocupação que temos não só com o Brasil, mas com a América Latina”, afirmou, apontando para o argentino Gustavo Cimadevilla, presidente da ALAIC, que estava na plateia.
Na conferência de abertura, Áurea Carolina iniciou sua fala também citando o fundador da Intercom: "Me inspira muito ouvir o Marques de Melo (...) Acho que a história dele se atualiza agora com tudo o que estamos vivendo. Em tempos de incêndio no Museu Nacional, de destruição da memória coletiva e de apagamento das conquistas sociais, a gente precisa evocar a memória como direito político, a possibilidade da verdade como uma afirmação dessa sociedade que tem muitas contradições, é feita de muitos poderes que submetem as maiorias sociais, mas é feita também de muita resistência". Dito isso, ela expôs sua própria trajetória, desde seu envolvimento com o movimento hip hop e com as lutas feministas até sua eleição como vereadora mais votada da história de Belo Horizonte, passando por sua formação acadêmica na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e na Universidade Autônoma de Barcelona. Em sua fala contundente, a conferencista amarrou os temas que seriam abordados nas mesas ao longo do dia, fazendo um diagnóstico social do Brasil na atualidade. “Foi uma fala emblemática, provocativa e densa. As pessoas elogiaram muito a ousadia da Intercom de trazer uma pessoa como Áurea Carolina, com tudo o que ela carrega e com o lugar de fala que ocupa”, afirma Nair Prata.
Depois da conferência de abertura, os pesquisadores Carlos Magno Camargos Mendonça (UFMG), Jean-Luc Moriceau (Télécom EM - França), Leonor Graciela Natansohn (UFBA) e Sônia Caldas Pessoa (Intercom/UFMG) ocuparam a primeira mesa para discutir o tema “Gêneros, narrativas de si, performance e afetos”, com mediação de Sônia Jaconi (Intercom/Umesp). A segunda mesa debateu “Gênero: tensões entre a intimidade e a exposição pública”, com mediação de Adriana Omena (Intercom/UFU) e participação de Marco Aurélio Máximo Prado (UFMG), Rosane da Silva Borges (USP), Pablo Assumpção (UFC) e Angie Biondi (UTP). A mesa “Desigualdades, vulnerabilidades, corpo e comunicação” fechou o Ciclo de Estudos com chave de ouro: mediado por Cristiane Finger (Intercom/PUCRS), o debate foi realizado por Jairo Marques (Folha de S. Paulo), Anahi Guedes de Mello (UFSC), Estevão Fernandes (UNIR) e Rosangela Malachias (UERJ).
“Os convidados não trouxeram conclusões, e sim provocaram e instigaram a plateia. Temos certeza de que quem acompanhou o Ciclo saiu diferente, saiu provocado”, conclui a diretora científica da Intercom.
Imagens: Luiza Martins
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