15 de junho de 2022
Em 7 de junho, Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, a Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós), a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), a Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas (Abrapcorp) e a Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Socicom) – da qual a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) faz parte – publicaram nota conjunta em defesa dos jornalistas, repercutindo o desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira na Amazônia.
Confira a íntegra do texto:
Por que jornalistas são perseguidos, sequestrados e mortos?
Porque reportam para a sociedade os crimes, as mazelas, as desigualdades sociais, o roubo, o tráfico, as invasões, os assassinatos...
É exatamente disso que se trata novamente: o jornalista Dom Phillips e o indigenista da Fundação Nacional do Índio Bruno Araújo Pereira desapareceram na região da comunidade Ribeirinha de São Rafael, Amazonas, no domingo 5/06/2022. Eles estavam em missão para apurar os atos e violências contra as populações nativas da região.
Nessa mesma semana dois jornalistas foram ameaçados de morte pelas redes sociais porque apuravam a origem de fake News a favor da pessoa que ocupa a presidência da República.
Parecem casos isolados, mas não são. Os ataques a jornalistas têm sido a tônica nos últimos anos. Relatório da Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj aponta o aumento da violência contra os profissionais e ataques à liberdade de expressão, somando 430 casos em 2021.
As pessoas envolvidas com esse tipo de ameaça, perseguição e assassinato compõem um grupo bem específico que, ou agem diretamente em defesa de seus interesses inescrupulosos ou são mandates, porque cometem crimes diversos, mas querem se manter circulando como pessoas de bem. Esse tipo de gente circula muito perto do poder. Têm interesses econômicos nas ricas terras brasileiras, usam nossas fronteiras para tráfico, desmatam e roubam nossos minérios, envenenam, viciam e matam as populações locais e/ou suas lideranças.
Isso tudo acontece porque nós como sociedade ainda toleramos esses acontecimentos. Nós temos instrumentos legais para coagir essas atitudes, mas o Estado falha em aplicá-las e a sociedade falha em zelar pelos direitos dos cidadãos e pela soberania do País.
São urgentes as medidas para localizar Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira; são urgentes as medidas para coibir as ameaças de morte contra jornalistas que apuram a origem dos Fake News e estão fazendo seu trabalho.
A sociedade brasileira não pode mais tolerar esses acontecimentos.
Nada justifica as ameaças, os sequestros e assassinatos!
É preciso empenho nas buscas de Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips.
Brasil, 7 de junho de 2022
Associação Nacional de Programas de Pós-graduação em Comunicação – COMPÓS
Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação – SOCICOM
Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo – SBPJor
Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas - ABRAPCORP
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