Nascido no dia 8 de abril de 1945 em Luís Gomes, extremo oeste do Rio Grande do Norte, na divisa com Paraíba e Ceará, Gaudêncio Torquato começou cedo no jornalismo, de forma bastante incomum. Ao pedir emprego na sucursal do Jornal do Brasil no Recife, recebeu, na mesma hora, a incumbência de entrevistar os governadores nordestinos reunidos na Sudene sobre tema espinhoso naquele 1964: a reforma agrária. Ainda não contratado, viu dias depois a reportagem ser capa do JB, no domingo.
Muito jovem, aos 21 anos, ganhou o Prêmio Esso de Informação Científica, com uma série de sete reportagens publicadas no Jornal do Commercio de Pernambuco, sob o título “Barriga d’Água, a Doença que Mata na Cura”. Foi ainda correspondente do Correio da Manhã e acabou convidado, em 1967, a trabalhar em um projeto da Folha de S. Paulo, na capital paulista, produzindo suplementos especiais.
Na equipe da Folha, atuou ao lado de Manuel Chaparro, de quem se tornou sócio quando saiu do jornal. Os dois, com o publicitário Luiz Carrion, criaram a Proal - Programação e Assessoria Editorial, empresa que se tornou um modelo no segmento de comunicação corporativa e chegou a ter 35 clientes. Na Proal, Gaudêncio Torquato escreveu o primeiro artigo sobre jornalismo empresarial do país.
A carreira na iniciativa privada seguia em paralelo às atividades como professor e à formação acadêmica. Primeiro na Cásper Líbero e depois na USP, onde fez seu doutorado, a livre-docência e lecionou por quase 30 anos, o jornalista sempre construiu pontes entre o mercado de trabalho e a universidade. Os temas de suas teses partiram, inclusive, dessa interseção entre iniciativa privada e academia.
Na área de marketing político, Gaudêncio Torquato foi convidado a integrar o grupo responsável por dar uma diretriz de comunicação ao governo Sarney, durante o processo de redemocratização do país. A partir daí, trabalhou em campanhas como a de Tasso Jereissati, candidato eleito a governador do Ceará, e no que chama de marketing político permanente, assessoria prestada após a eleição. Essa atividade é parte de sua atuação ainda hoje, na GT Marketing e Comunicação, empresa que dirige.
Sua relação com a Intercom vem desde a primeira reunião marcada para discutir a criação da entidade, da qual acabou por se tornar presidente, entre 1985 e 1987. Nesse período, Gaudêncio Torquato teve como uma de suas prioridades ampliar as relações com o mercado e com as entidades governamentais, de modo a obter recursos para a manutenção e o crescimento da Intercom.
Durante toda a sua trajetória, o jornalista e professor nunca deixou de escrever na imprensa. Por cerca de 25 anos teve uma coluna fixa no jornal O Estado de S. Paulo e, atualmente, publica textos sobre política e conjuntura no blog do Noblat, hospedado no site de O Globo, além de ser titular da coluna Porandubas Políticas, no site Migalhas. Gaudêncio Torquato é autor de livros de referência em sua área de atuação, entre os quais Tratado de Comunicação Organizacional e Política, Comunicação nas Organizações e Cultura, Poder, Comunicação, Crise e Imagem.