Maria Immacolata Vassallo de Lopes nasceu na Itália, em Laurito, província de Salerno, no sul do país. Caçula de uma família de três irmãos, veio para o Brasil aos 7 anos, quando o pai, já estabelecido aqui, trouxe a família para morar na cidade de São Paulo. Alfabetizada novamente, agora em português, cresceu em um bairro clássico de imigrantes italianos – Bela Vista –, na rua do Teatro Brasileiro de Comédia, por onde havia uma circulação intensa de atores e atrizes, que ficou em sua memória.
Após ter uma formação técnica no hoje chamado ensino médio, cursou Ciências Sociais na Maria Antônia, durante a ditadura de 1964, quando professores e alunos da faculdade foram perseguidos. Como seus possíveis orientadores haviam sido afastados, decidiu fazer seu mestrado na Escola de Comunicações e Arte da USP, onde encontrou a professora Nelly de Camargo, de quem se tornou auxiliar. Enquanto cursava o mestrado, que teve por tema “O Rádio dos Pobres”, passou a dar aulas na ECA sobre Teoria da Comunicação. Seu doutorado também foi feito na USP e o pós-doutoramento aconteceu na Itália, na Universidade de Florença.
Na Intercom, sua primeira participação institucional se deu durante a presidência da professora Margarida Kunsch, em 1987, quando Immacolata ocupou a primeira secretaria, na época em que começaram a ser promovidos simpósios regionais, que deram origem aos congressos regionais. Cinco anos depois, na condição de diretora Científica, participou da criação dos colóquios internacionais e, já em sua presidência, entre 1995 e 1997, ocorreram os colóquios Brasil-Dinamarca, Brasil-Espanha e Brasil-Itália. Haveria ainda um quarto, com Portugal, que acabou não acontecendo como se previa, mas possibilitou a criação da Lusocom - Federação das Associações Lusófonas de Ciências da Comunicação.
Em sua gestão, foram criados também prêmios de iniciação científica, com patrocínio de empresas, e realizado em Santos (SP) o congresso nacional comemorativo dos 20 anos de Intercom, evento que contou com Armand Mattelart e Jesús Martín-Barbero como conferencistas. Depois de sua presidência, a professora participou de outras três diretorias e passou a integrar o Conselho Curador da entidade, desde a sua criação.
Maria Immacolata coordena hoje, na USP, o Centro de Estudos de Telenovela – objeto de interesse caro à professora, em função de sua identificação com o popular – e o Centro de Estudos do Campo da Comunicação. É criadora e coordenadora da rede de pesquisa internacional Obitel-Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva e da rede de pesquisa Obitel-Brasil; presidente de Ibercom - Associação Ibero-Americana de Comunicação (2012-2015); editora de MATRIZes, Revista do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da USP; membro da Comissão Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da USP; e foi representante da área de Comunicação no CNPq.
Entre os livros que escreveu, podem ser citados O Rádio dos Pobres - Comunicação de Massa, Ideologia e Marginalidade Social; Pesquisa em Comunicação, Formulação de um Modelo Metodológico; Vinte Anos de Ciências da Comunicação no Brasil - Avaliação e Perspectivas; Telenovela. Internacionalização e Interculturalidade; e Por uma Teoria de Fãs da Ficção Televisiva Brasileira.
Em 07/08/2015