revista 'contemporânea', da ufba, celebra criação do gp estéticas, políticas do corpo e gêneros na intercom

A revista “Contemporânea – Comunicação e Cultura”, publicação quadrimestral do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (Póscom/UFBA), lança sua nova edição (volume 16, número 1) com o dossiê temático “Estéticas e Políticas do Corpo”, que celebra a criação, em 2017, do GP Estéticas, Políticas do Corpo e Gêneros pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

Antes restrita ao campo das belas artes e da literatura, os estudos em estética e cultura vêm ganhando terreno nas pesquisas de Comunicação. E esse desenvolvimento, iniciado na década de 1990 e fortalecido a partir de 2000, tem agora um novo marco histórico, com a criação de grupo de pesquisa sobre o tema na Intercom. “A proposta do GP criado na Intercom é de valorizar os cruzamentos entre estética e políticas do corpo, visando a consolidar um campo de estudos que pense nessas interseções numa perspectiva que não se restringe às representações”, afirma Gabriela Machado Ramos de Almeida, professora e coordenadora adjunta do curso de Comunicação Social da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e editora do dossiê ao lado do professor Jorge Cardoso Filho.

O Jornal Intercom conversou com a professora Gabriela Machado Ramos de Almeida sobre as pesquisas em Estética na Comunicação, o novo GP da Intercom e a edição temática da “Contemporânea”. Confira:

JORNAL INTERCOM – Em linhas gerais, qual é a importância da pesquisa em estética nas Ciências da Comunicação atuais?

PROFA. GABRIELA MACHADO RAMOS DE ALMEIDA – São pesquisas dedicadas às relações entre o sensível e o comunicacional, à centralidade do afeto para a compreensão dos fenômenos do mundo histórico no presente e às discussões de ordem epistêmica e metodológica relativas às interseções entre o campo da Estética e o da Comunicação. Esses estudos se dedicam a práticas do cotidiano e às relações dos sujeitos com o mundo sensível e, por isso, são capazes de proporcionar leituras importantes de fenômenos muito contemporâneos. Há um sentido de atualidade, então, que é bastante relevante. A proposta do GP criado na Intercom é de valorizar os cruzamentos entre estética e políticas do corpo (incluídas aí questões de raça e etnia, gênero e sexualidade, tão caras ao nosso tempo), visando a consolidar um campo de estudos que pense nessas interseções numa perspectiva que não se restringe às representações (e que também não busca superá-las).

JORNAL INTERCOM – Historicamente, como se desenvolveu esse campo de pesquisa?

PROFA. GABRIELA MACHADO RAMOS DE ALMEIDA – O campo da Estética, durante muito tempo, esteve ligado ao universo das belas artes. Se olharmos em retrospecto, talvez seja possível dizer que os estudos que hoje compreendem as Estéticas da Comunicação começaram a se desenhar com Umberto Eco, em livros como “Apocalípticos e Integrados”, na década de 1960. No entanto, no Brasil, essas pesquisas são bem mais recentes e seu crescimento aconteceu sobretudo a partir da década de 2000, com grupos de pesquisa em programas de pós-graduação como os da UFMG, UFRJ e UERJ, se espalhando depois por outros programas e regiões.

JORNAL INTERCOM – Em sua percepção, tem crescido o interesse pela área no Brasil?

PROFA. GABRIELA MACHADO RAMOS DE ALMEIDA – Sem dúvida. A grande procura pelo dossiê na revista “Contemporânea” e pelo GP na Intercom é um sintoma.

JORNAL INTERCOM – Como o GP Estéticas, Políticas do Corpo e Gêneros da Intercom pode influenciar a pesquisa nessa área do conhecimento hoje no Brasil?

PROFA. GABRIELA MACHADO RAMOS DE ALMEIDA – Ainda é cedo para fazer qualquer tipo de afirmação nesse sentido, pois o grupo foi criado no ano passado e terá em 2018 a sua primeira reunião. Mas, a julgar pela quantidade de trabalhos submetidos ao GP, temos um indicativo de que existia a demanda por um espaço em que a discussão sobre estéticas e políticas do corpo aparecesse em diálogo. Muitos pesquisadores estão pensando nesses cruzamentos, mas não existia até então um espaço específico para esse debate no Brasil, em nenhum congresso da área.

JORNAL INTERCOM – Por que a revista “Contemporânea” escolheu este momento para o dossiê temático?

PROFA. GABRIELA MACHADO RAMOS DE ALMEIDA – O dossiê celebra a criação do GP na Intercom, então possui uma função comemorativa. Mas se justifica também como espaço para reunir artigos dedicados às temáticas que o grupo vai abrigar. Recebemos uma quantidade enorme de textos e fechamos o dossiê com 15 artigos (o que é bastante para um número especial), todos muito qualificados, consistentes e dedicados a questões bastante contemporâneas, tratadas sob uma ótica transdisciplinar, produzindo interseções entre a Comunicação e a Biopolítica, os estudos de gênero e a Teoria Queer, a História, a Peformance, o Cinema, a Música, entre outros. A grande procura pelo dossiê também sinaliza o interesse dos pesquisadores e a demanda por espaços que acolham essas discussões de forma mais específica.

Clique aqui para ler o dossiê na íntegra.





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