25 de outubro de 2023
Uma das criadoras e atual coordenadora do Grupo de Pesquisa (GP) Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), Márcia Guena dos Santos tornou-se a diretora Cultural da entidade em setembro, quando a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal tomaram posse para o mandato 2023-2026. Para a edição de hoje, o JORNAL INTERCOM conversou com a professora Márcia Guena como parte da série especial sobre a nova Diretoria.
Professora do curso de Jornalismo em Multimeios e professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Educação Cultura e Territórios Semiáridos (PPGESA) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) em Juazeiro, ela é graduada emJornalismo pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em Integração da América pela USP e doutorado em História da América pela Universidad Complutense de Madrid, Espanha. Desenvolvendo pesquisas com fotografia e hierarquias étnico-raciais, estudando comunidades quilombolas e de religiões de matriz africana no submédio São Francisco, coordena também o grupo de pesquisa RHECADOS – Hierarquizações Raciais, Comunicação e Direitos Humanos na Uneb.
Responsável pela organização do Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação e do Prêmio Intercom de Comunicação (cujas categorias são conhecidas como Prêmios Estudantis), a Diretoria Cultural tem, na visão da nova diretora, a missão de incentivar “diversidade de participação nos processos de indicação e seleção, incentivando a formação de júris que contemplem a composição étnico-racial e de gênero”.
Além dos prêmios, ela conta que novas iniciativas ainda estão sendo discutidas, sempre com a pluralidade em mente. “Acredito que a Diretoria Cultural da Intercom deva primar pela diversidade, principalmente porque é uma entidade que possui abrangência nacional, e, portanto, traçar uma política inclusiva, que promova uma cultura antirracista, contemple as pessoas com deficiência e dê forte incentivo à diversidade de gênero. É fundamental que tenhamos uma visão complexa dos territórios onde realizamos os eventos para que os grupos citados sejam contemplados, na esfera tanto acadêmica como cultural. Isso significa uma interação com as universidades e também com os movimentos sociais e demais organizações que promovam a comunicação e a cultura em cada um dos territórios para onde levamos os congressos e outras atividades”, afirma. “Pretendemos, ainda, pensar a Intercom como uma entidade que possui um papel político e deve contribuir com as discussões mais amplas sobre democracia e comunicação, na esfera nacional”, completa.
Para contribuir para a concretização da proposta da nova Diretoria, construída com base nos pilares de escuta, antirracismo, diversidade, colaboração e igualdade, Márcia Guena sinaliza o estabelecimento de canais de comunicação com associados(as) e coordenadores(as) dos GPs “a fim de traçar o planejamento trienal da entidade de forma que reflita os vários aspectos da diversidade”. A depender das discussões, poderão ser implementadas mudanças, tais como políticas afirmativas e critérios raciais, étnicos, de gênero, de renda e geográficos na entidade.
“A Intercom é a maior entidade científica de comunicação do país, com uma capilaridade gigantesca e participação de estudantes e pesquisadores de todas as regiões do país, congregando as principais tendências na área. Em função dessa grandiosidade, tem um papel exemplar para pensar a comunicação no Brasil, implementando as mudanças a que se propôs na atual gestão, que passam por uma entidade mais democrática, mais diversa e que dialogue com as políticas de comunicação do país”, avalia a professora Márcia Guena.
Acompanhe, aqui no JORNAL INTERCOM e nas redes sociais da entidade no Facebook @intercomcomunicacao e no Instagram @intercom_oficial, a série sobre a Diretoria Executiva 2023-2026.
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