INTERCOM PARTICIPA DE EVENTO SOBRE POLÍTICAS DIGITAIS DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

14 de dezembro de 2023

A Secretaria de Políticas Digitais (SPDigi) e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência República (Secom) realizaram na última segunda-feira (11/12), em Brasília, o evento “Políticas Digitais em Debate”, com o objetivo de apresentar as ações implementadas neste ano e ouvir de organizações da sociedade civil e da academia sobre o que esperam e aconselham para 2024, especialmente em questões de desinformação, regulação de plataformas e educação midiática. A Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) esteve presente, representada por seu presidente, Juliano Domingues (Unicap), que apresentou a visão da comunidade científica da Comunicação.

“Com seu viés colaborativo, esse evento reforça os laços de parceria que devem guiar os processos de definição de agenda e construção de políticas públicas. ⁠A Intercom já tem colaborado com esse processo, e nossa intenção é intensificar essa parceria”, afirma o professor Juliano. “Saímos de Brasília com esse compromisso anunciado por João Brant, secretário de Políticas Digitais. Teremos em breve uma agenda específica com a SPDigi para traçar as ações que devem ser realizadas em conjunto em 2024, sobretudo em relação à pauta da educação midiática”, antecipa.

Tarcízio Silva (UFABC), pesquisador da Fundação Mozilla e do Grupo de Pesquisa (GP) Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico da Intercom, também participou do encontro, no qual apresentou o documento “Lentes feministas e antirracistas para regular a Inteligência Artificial no Brasil”, que organizou com outras duas pesquisadoras integrantes da comunidade da Intercom, Thiane Neves e Taís Oliveira. Para ele, eventos como este, bem como consultas públicas como a que segue aberta até 20 de dezembro para coleta de subsídios para o Plano Nacional de Comunicação Antirracista, são “essenciais para um governo realmente democrático, que não só abrem um espaço para diferentes opiniões políticas e sobre a gestão pública, como também significam uma abertura governamental para acolher as expertise da academia brasileira". “Outro tema que está em pauta no governo é a regulamentação de inteligência artificial e os desafios que ela traz, o que casa muito bem com o tema do congresso nacional Intercom 2024. Essas conexões multissetoriais são muito importantes para o avanço da academia, do governo e da sociedade”, acrescenta, enfatizando a valorização mútua entre governo e universidade “para alcançarmos verdadeiramente um ecossistema de mídia democrático, baseado em confiança epistêmica e que seja diverso”.

A jornalista Marcelle Chagas (UFF), fundadora da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação (Rede JP), apresentou as ações da Articulação pela Mídia Negra. Considerando o evento “histórico”, ela salienta que as ações apresentadas pela SPDigi e pela Secom mostram que a população negra tem sido uma das prioridades nas políticas de comunicação no Brasil, “tirando a comunicação de um papel passivo para colocá-la em um papel ativo” e “proporcionando maior pluralidade dentro da estrutura de comunicação”. “O evento mostrou que estamos discutindo o jornalismo e a comunicação em um alto nível, de uma forma séria e íntegra, buscando um ecossistema de comunicação de qualidade”, avalia. “A sustentabilidade da comunicação também foi discutida – por exemplo, por meio de editais –, trazendo para o governo a responsabilidade de manter um ecossistema de alto nível de informação, combater a desinformação, buscar formas de fomento do jornalismo e fazer esse fomento chegar aos jornalistas negros, indígenas, quilombolas”, completa.