21 de novembro de 2024
Com o propósito de valorizar a produção científica na área da Comunicação no Brasil, a partir do reconhecimento da qualidade das pesquisas produzidas, individualmente, pelos cientistas do país, a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação promove desde 2022, o Prêmio Intercom de Pesquisa em Comunicação. A iniciativa substituiu há 2 anos os Prêmios Estudantis, que até então eram outorgados pela entidade, com um formato diferente de inscrição.
Desde sua criação, o Prêmio reconhece trabalhos de acadêmicos(as) brasileiros(as) nas categorias Doutorado, Mestrado Acadêmico, Mestrado Profissional e Graduação (Trabalho de Conclusão de Curso - monografia). As pesquisas são avaliadas seguindo os critérios contribuição para a área, relevância e atualidade do tema, abordagem teórico-metodológica e qualidade do texto.
A presença de tais componentes na pesquisa de doutorado de Rômulo Oliveira Tondo (UFRGS) rendeu ao pesquisador a conquista do 1º lugar na edição do Prêmio deste ano. Com a Tese “Recepção de campanhas de prevenção ao suicídio entre jovens universitários”, orientada pela professora Elisa Reinhardt Piedras, Rômulo investigou como jovens universitários percebem e interpretam campanhas de prevenção ao suicídio, buscando compreender as dinâmicas de recepção e os sentidos atribuídos a essas mensagens.
Conforme o pesquisador, o estudo teve três etapas: 1) revisão literária de pesquisas no campo da Comunicação e Saúde; 2) coleta e análise de campanhas produzidas por 23 organizações, seguida da análise de recepção, investigando como jovens universitários interpretavam essas campanhas; 3) produção de uma campanha própria e nova avaliação de percepção da campanha, em comparação com anteriores.
Motivações pessoais e inquietações acadêmicas levaram Rômulo a se debruçar pelo tema em sua pesquisa. “Tive a perda de um tio em decorrência de um suicídio, o que despertou em mim a necessidade de compreender melhor a complexidade desse tema e acreditar que a comunicação poderia ser uma estratégia para auxiliar outras pessoas a compreenderem essa situação e até mesmo evitar a morte por suicídio. No campo acadêmico, percebi o potencial das campanhas de prevenção para desconstruir o estigma em torno do suicídio, além de identificar a saúde mental dos jovens como um desafio crescente, muitas vezes negligenciado pelos sujeitos e pelas organizações”, aponta.
Seu olhar de pesquisador, ao analisar o campo, o fez identificar lacunas significativas na pesquisa sobre a recepção de campanhas de prevenção ao suicídio no Brasil, instigando-o a aprofundar a investigação para construção de um ambiente mais sensível e eficiente. Neste caminhar de estudo profundo, o pesquisador reforçou a força da Comunicação e da academia na discussão de temas sociais sensíveis, como o suicídio.
“A comunicação é um meio poderoso para disseminar informação, reduzir o estigma e construir diálogos mais sensíveis sobre a temática e questões paralelas como a saúde mental. Campanhas bem elaboradas podem ser estratégias que podem auxiliar a salvar vidas, mas, se mal planejadas, podem gerar efeitos contrários, como o aumento do estigma ou até mesmo o estímulo a comportamentos de risco. Por isso, é crucial que a academia ofereça subsídios teóricos e práticos, investigando o impacto dessas campanhas e capacitando comunicadores para atuar de forma ética e responsável. Além disso, a saúde mental é uma questão interdisciplinar, e a Comunicação, como ciência, precisa refletir sobre seu papel nessa interface com a saúde pública”, destaca Rômulo.
Compreendendo iniciativas como a do Prêmio Intercom de Pesquisa em Comunicação como fundamentais para o fortalecimento da pesquisa acadêmica e para a valorização do trabalho científico na área de Comunicação, o pesquisador pondera sobre a visibilidade à pesquisas de temas importantes à sociedade. “Esse tipo de reconhecimento não só legitima os esforços dos(as) pesquisadores(as), mas também amplia a visibilidade de temas relevantes, como a saúde mental. O prêmio incentiva o diálogo entre a academia e a sociedade, mostrando que a pesquisa em Comunicação tem impacto prático e pode gerar mudanças concretas. Além disso, fomenta a troca de saberes e inspira outros(as) pesquisadores(as) a se debruçarem sobre questões de relevância e impacto social”.
Participante dos Congressos da Intercom desde o início da sua graduação, Rômulo enxerga a conquista do Prêmio como um marco em sua trajetória. “ Esse reconhecimento simboliza os 16 anos dedicados à minha formação acadêmica. No âmbito profissional, abriu portas para colaborações e projetos interdisciplinares, fortalecendo ainda mais meu compromisso com a extensão universitária e a disseminação de conhecimento. Pessoalmente, reafirmou minha convicção de que a Comunicação é uma ferramenta poderosa, capaz de transformar realidades quando utilizada com propósito e responsabilidade. Ele também reforçou meu desejo de contribuir para a construção de um mundo mais inclusivo e empático, por meio de práticas comunicativas que promovam o bem-estar coletivo”.
A pesquisa feita por Rômulo e vencedora do Prêmio Pesquisa em Comunicação, da Intercom, pode ser conferida na íntegra aqui.
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